A mulher na cabine 10 - Ruth Ware

>>  quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

WARE. Ruth. A mulher na cabine 10. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2017. 320p. Título original: The woman in cabin 10.


Minha última leitura de 2017! Foi um ano de leituras muito diversificadas e, assim, o ano em que mais li suspenses e thrillers. E adorei! Não imaginei que fosse gostar tanto do gênero! Fiquei na expectativa de fechar com chave de ouro, já que a Rocco é uma editora que curto muito, a maioria dos livros que li da editora foram incríveis, e eu queria que não fosse diferente com este. Será?

Laura Blacklock  trabalha como jornalista em uma revista sobre viagens/turismo há 10 anos. Agora ela tem uma grande oportunidade de dar um up na sua carreira participando de um cruzeiro no luxuoso navio chamado Aurora Borealis, oferecido à imprensa pelo dono, Richard Bullmer, um famoso e milionário empresário.

Dias antes da viagem, Laura tem seu apartamento assaltado, e o estresse pós-traumático a impede de dormir, com medo de ser atacada novamente. No dia de embarcar no navio para a grande viagem a trabalho, ela está um caco.

Na viagem, Laura conhece os outros convidados, que também são da imprensa, além do dono do navio, Sr. Bullmer e sua esposa, Anne Bullmer, que estava um pouco debilitada se recuperando de um câncer. Laura conhece ainda uma pouco simpática, mas cheia de vida, ocupante da cabine 10, que lhe empresta um rímel, já que Laura esqueceu de levar o seu.

No primeiro dia, após o jantar e o encontro com os demais participantes dessa “excursão”, Laura decide ir para sua cabine dormir. E acorda no meio da noite jurando ter, de certa forma, presenciado o assassinato da jovem ocupante da cabine 10.

E aí começa uma verdadeira luta de Laura para se fazer ser ouvida, já que ninguém acredita no crime que ela jura ter presenciado, isso por dois motivos aparentemente óbvios: 1) não havia ninguém na cabine 10, já que o convidado não pôde comparecer; 2) nenhum ocupante do navio desapareceu.

Então, o que teria acontecido? Será que ela imaginou tudo? Quem era a moça desaparecida? Onde ela estaria? Laura precisa descobrir a todo custo, sem ter a noção de que quanto mais ela “fuça”, mais a sua vida corre perigo.

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O livro é dividido em 8 partes, todas narradas por Laura. Ao final de cada uma dessas partes, aparecem um e-mail, um bate-papo entre o namorado de Laura, Judah, e seus amigos, parentes, colegas de trabalho, e uma notícia de jornal, tudo sempre relacionado com o que está acontecendo no navio.

A primeira coisa que aconteceu comigo nas primeiras páginas do livro foi o receio de que ele fosse uma espécie de cópia de A garota no trem, por causa de uns elementos que me fizeram lembrar desse livro. A segunda coisa que aconteceu foi minha imaginação voar longe. Imaginei que Laura (também chamada de “Lo” pelo namorado e pelos amigos) estivesse cansada demais e teria apagado durante a viagem inteira e sonhado com tudo. Outra hora pensei que ela sequer chegou a embarcar e estava imaginando tudo por causa do estresse que sofreu com o assalto. Várias coisas me vieram à cabeça ao longo da leitura.
Gostei da protagonista, apesar de ela ser muito dramática, paranoica e repetitiva. Isso só não me incomodou demais porque eu já passei por outras protagonistas de thriller com a mesma carga de drama, com as mesmas paranoias. Apesar de ter lido críticas em relação a Laura no que tange justamente ao seu drama em excesso, eu discordo e acho que era necessário que ela tivesse essa característica, afinal, quem acreditaria numa pessoa que bebe demais, toma remédio controlado e está sob estresse pós-traumático, após um recente assalto?

Os demais personagens são agradáveis e desagradáveis na medida do possível, mas nenhum deles é memorável, o que me desapontou um pouco.

Contrariamente ao que andei lendo sobre o livro, gostei do enredo, mesmo que minhas teorias não tenham, exatamente, se confirmado e que o desfecho tenha sido totalmente inesperado (o que foi positivo, na minha opinião, e me fez curtir a leitura). Mas, posso concordar que não achei assim tão estilo Agatha Christie como promete a sinopse. 

Adorei a capa, com frisos onde estão as gotas de chuva na janela. Adoro quando a editora capricha na capa. 

Gostei também da forma como a autora escreve. Foi o primeiro dela que eu li, apesar de não ser seu livro de estreia. É uma escrita fluida.

Então, após concluir  leitura, não entendi muito porque a nota do livro no Skoob está tão baixa e também não concordei com isso, mas é um daqueles casos que só lendo mesmo para saber. Para quem gosta de suspense, é uma boa pedida! Indico!

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