O maravilhoso bistrô francês - Nina George
>> quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
GEORGE. Nina. O maravilhoso
bistrô francês. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017. 280p. Título
original: The little french bistro.
Sinopse:
Mais uma obra-prima da autora de A livraria mágica de Paris, Marianne Messmann
está presa num casamento sem amor e não vê a hora de pôr um fim em tudo.
Durante uma viagem a Paris, ela sobe na Pont Neuf e se joga no Sena, mas é
salva do afogamento por um passante. Em seguida, é levada para o hospital e lá
vê um azulejo pintado com a linda paisagem de uma cidade portuária da Bretanha.
Inspirada pela pintura, ela decide embarcar em sua derradeira aventura. Ao
chegar à Bretanha, Marianne entra num restaurante chamado Ar Mor (o mar) e é
arrebatada por um novo e encantador modo de viver. Lá ela conhece Yann, o belo
pintor, Geneviève, a enérgica dona do restaurante, Jean-Rémy, o chef perdido de
amor, e várias outras pessoas que abrem os olhos dela para novas
possibilidades. Entre refeições, músicas e risos, Marianne descobre uma nova
versão de si mesma — apaixonada, despreocupada e forte. Porém, de repente, seu
passado chega para confrontá-la. E, quando isso acontece, ela precisa decidir
entre voltar para sua vida antiga ou abandoná-la de vez em nome de um futuro
promissor e empolgante. O maravilhoso bistrô francês é uma jornada dos
sentidos, com refeições suculentas e paisagens estonteantes. Uma história
recheada de poesia, beleza, sensibilidade, romance, erotismo e segundas
chances, que nos mostra que não existe idade para recomeçar e ser feliz.
Nunca tinha
lido nenhum livro da autora e também não me recordo de ter lido antes um livro
cuja maioria esmagadora dos personagens fosse idosa. E foi uma grata e
deliciosa experiência que eu conto pra vocês agora.
O livro traz
a história de Marianne, uma mulher alemã de 60 anos que, após 41 anos de
casamento com Lothar, percebe o quanto sua vida ao lado de seu marido é
horrível e que ela não aproveitou nada da vida. O marido é um verdadeiro
babaca, egoísta, que trata Marianne como um objeto, uma coisa, uma empregada,
uma qualquer. Um dia, durante uma viagem do casal à França, Marianne decide
acabar com tudo. E pretende fazer isso pulando da ponte sobre o Rio Neuf e se
deixar levar pela correnteza. Ela só não contava com a presença de um mendigo
que acaba salvando sua vida. Ela então é encaminhada para o hospital e, durante
o curto período em que esteve lá, vive fugindo de seu quarto e perambulando.
Numa dessas andanças, Marianne encontra um enfeite, um azulejo com uma
cidadezinha francesa, Kerdruc, pintada a mão. Ela então guarda o azulejo em sua
bolsa e decide que precisa chegar a esse lugar, pois seria um lugar perfeito
para morrer.
O que ela
não esperava é que, ao chegar à cidade, fosse conseguir um emprego, fazer
amigos tão sinceros, se apaixonar pelo lugar e, apesar de ter passado 41 anos
casada, finalmente encontrar o amor. E, assim, Marianne encontra motivos para
viver novamente e deixar de lado o desejo que a vinha perseguindo de acabar com
sua vida.
Em Kerdruc,
Marianne conhece Madame Geneviève, a dona do bistrô e da única pousada da
cidade. Ela tem um amor mal resolvido pelo dono do bistrô que fica do outro
lado da margem do rio e que é seu concorrente. Jeanremy, o cozinheiro do
bistrô, é apaixonado pela garçonete Laurine, mas ele tem certeza de que ela não
sente nada por ele, enquanto ela passa o tempo todo suspirando por aí não se
sabe por quem. Simon, o pescador, responsável por encontrar Marianne quando ela
chegou à cidade, é apaixonado por Colette, a galeirista que nutre amor por uma
outra pessoa na história, alguém inesperado. Temos ainda Paul, que é apaixonado
por sua ex-mulher, Rozenn, que o trocou por um cara 30 anos mais novo. Ele
ainda sofre muito por causa dela e vive chorando as pitangas com Simon. Yann, o
pintor, foi o responsável pela pintura no azulejo encontrado por Marianne no
hospital e que, de certa forma, a levou até ele. Há ainda outros personagens,
como o casal Pascale e Emile (ela tem demência e ele, Parkinson; eles cuidam de
dezenas de gatos e cachorros que não possuem uma parte do corpo) e o gatinho
que Marianne encontra na cidade bem quando chega e que a acompanha o livro
inteiro e apenas ao final ganha um nome: Max.
Após contar
um pouco sobre cada personagem, acho que já deu pra vocês perceberem que o que
mais encontramos nesse livro é a palavra amor. Sim, esse é um livro sobre o
amor, sobre diversas formas de amar, de sofrer por amor, de lidar com a dor de
amar, com o amor reprimido que precisa ser libertado. É também sobre como nunca
é tarde para ser livre, para ser quem você quiser ser, para ir aonde quiser,
para se sentir vivo, para mudar algo que não está bom na vida, para dizer não,
para dizer sim. É inspirador.
Um ponto
positivo do livro é que 90% dos personagens são idosos, mas vivem com tanta
virilidade, vivacidade, que uma mensagem que se pode extrair do livro é que a
velhice também é uma fase boa da vida! Quero chegar à idade dos personagens com
todo aquele vigor, aquela disposição! Não achei negativo o fato de os
personagens parecerem mais jovens do que realmente eram, na verdade eles
aceitam e vivem a velhice normalmente.
Por outro
lado, o que achei um pouco negativo foi a forma como a história é narrada, foi
muito difícil de prender a atenção e não emocionou. Com tanto amor,
tantas decisões importantes e nada de emoção, foi um pouco frustrante. E, por
tal motivo, não foi um livro nota cinco.
Apesar
disso, o livro é uma verdadeira lição de vida e só por isso já merece ser lido!
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Avaliação (1
a 5): 3,5