O príncipe leopardo - Elizabeth Hoyt
>> sexta-feira, 24 de novembro de 2017
HOYT, Elizabeth. O príncipe leopardo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017. 350p. (Trilogia dos príncipes, v.2). Título original: The leopard prince.
“- Seja como for, um cavalheiro não continua a cortejar uma dama que não pode retribuir seus sentimentos.
- Então, na minha opinião, o senhor tem dos problemas, milorde - disse Harry.
Os olhos de Tony se estreitaram.
- Primeiro, a dama retribui, sim, meus sentimentos, e segundo - Harry se virou e encarou o conde -, eu não sou um cavalheiro.” p.167
Depois de O príncipe corvo, um romance de época diferente que quebra todas as regras, com um toque
de humor e muita confusão e erotismo, a americana Elizabeth Hoyt volta a minha
estante com o segundo volume da trilogia. Confiram o que achei de O príncipe
leopardo.
Lady Georgina Maitland, 28 anos, é
solteira e dona de uma grande propriedade que herdou como herança de uma tia.
Como uma nobre, sua situação é no mínimo, incomum. Uma mulher dona de terras, e
consequentemente, do seu próprio nariz. Ela não queria um marido, gostava da
vida que tinha. Seus irmãos já não aceitavam tão bem essa liberdade toda. E sua
irmã mais nova, Violet, de apenas 15 anos, vivia sob seus cuidados.
Harry Pie não era um nobre, longe disto. Ele havia ido embora daquelas terras quando era ainda uma criança, depois do nobre para quem seu pai trabalhava açoitar o pai e o menino impiedosamente. Mas ele voltara, e agora era o administrador de terras de Lady Georgina. Muita gente tinha medo dele e de seu provável desejo de vingança.
Ela percebe logo que não está lidando com um simples criado, e sim com um homem forte, viril e muito interessante. Harry não está acostumado a ver os nobre com bons olhos, e tem certeza que não quer ser mais um brinquedinho na mão de um aristocrata. Ela só quer se jogar em seus braços,, sem pensar no amanhã.
O tórrido caso de amor que poderiam ter, fica em segundo plano quando ovelhas começam a ser assassinadas, uma mulher é morta e o magistrado da cidade tem certeza de que Harry é o culpado por tudo.
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Esperava mais da história, até por ter gostado muito do primeiro da trilogia. Nesse aqui o enredo continua legal, mas a construção da história em si e dos personagens, deixaram a desejar. O bom é que os livros podem ser lidos individualmente, as duas histórias não tem quase nenhuma relação. O príncipe corvo só aparece em nossas lembranças quando mostra que Harry Pie é membro do tal clube agrícola que o protagonista do livro anterior participa. Além disso, nesse volume também a mocinha conta um conto de fadas para o mocinho, mas claro que aqui é o conto do Príncipe leopardo.
Lady Georgina era para ser uma protagonista muito mais interessante. De certa forma, uma mulher solteira e independente em pleno século XVIII. Mas isso não acontece, ela pareceu vazia demais ao meu ver. Georgina não tinha outras ocupações nem interesses, passou o livro todo correndo atrás do mocinho. Mesmo sendo uma proprietária de terras, foi muito estranho uma nobre solteira e donzela, tendo tanta liberdade e nenhuma supervisão. Seu irmão mais velho aparece mais para aconselhar do que qualquer outra coisa. Harry Pie cumpriu o seu papel… homem forte, másculo, interessante e cheio de mistérios. Os personagens coadjuvantes caem TODOS de paraquedas na história. Nenhum deles tem desenvolvimento, nenhum deles tem um final, eles só servem para interagir com a história principal. O ponto positivo, é que a família de Georgina não é nada preconceituosa, todos estão dispostos a aceitar uma união por amor e não se preocupam tanto com o que os outros pensam.
Não gostei muito também da construção da trama. Você já cai no meio da história, sem introdução nem nada. Os acontecimentos se atropelam, algumas coisas são explicadas com lembranças do passado e só. E o final não foi tão redondinho quanto do livro anterior.
De positivo temos o mistério da morte das ovelhas e a perseguição do nobre local ao Harry Pie. Tudo isso foi bem interessante, mas seria melhor se a autora não deixasse de contar diversas cenas, indo logo para conclusão do acontecimento (como na tortura, no incêndio, no final etc).
Foi uma leitura divertida. Não foi ruim, mas também não é um livro indispensável na estante. Para quem curte romance de época tem muita coisa melhor por aí. Agora vamos ver como vai ser com O príncipe serpente, já que o livro anterior foi bem melhor que esse. Quem leu me conte o que achou.
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Trilogia dos Príncipes da Elizabeth Hoyt:
- O príncipe corvo (The raven prince)
- O príncipe leopardo (The leopard prince)
- O príncipe serpente (The serpent prince).
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