O diabo ataca em Wimbledon - Lauren Weisberger
>> quarta-feira, 6 de setembro de 2017
WEISBERGER, Lauren. O diabo ataca em Wimbledon. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017. 392 p. Título original: The singles game.
“Nem tudo são morangos com creme de leite.” p.7
Esse pode não ter sido o melhor livro da Lauren Weisberger, também conhecida como “ a autora de O diabo veste Prada”, o seu maior sucesso. Mas com certeza foi o livro com os títulos mais legais por capítulo, como esse acima. Eu curto o estilo da autora e fui conhecer mais um lançamento, confiram o que achei de O diabo ataca em Wimbledon.
Charlie Silver sempre foi apaixonada por tênis, e não foi atoa que largou a faculdade e se profissionalizou no esporte. Seu sonho era vencer algum torneio importante antes dos 30 anos, e realizar seu sonho. Seu pai dedicou a vida ao esporte, trabalhou muito tempo como treinador, e agora acompanhava a filha e torcia por ela. Seu irmão era seu empresário, e sua mãe, se não tivesse falecido tão precocemente de câncer, com certeza estaria com eles. Mas sua treinadora Marcy, que a acompanha desde a adolescência, era meio que uma mãe para ela. As duas treinavam, se divertiam, e tiravam o melhor do esporte. Até que Charlie perde uma grande chance de vitória por causa de um erro bobo, e decide mudar tudo.
Depois de se recuperar de uma lesão que poderia tê-la tirado das quadras para sempre, Charlie resolve demitir Marcy e contratar uma lenda, Todd Feltner. Mas ele também é um treinador implacável. Logo Charlie está em uma difícil rotina com longas horas de treino, muita academia, uma dieta complicada e muitas outras regras. Ela é jogada em um mundo de estilistas famosos, festas chiquérrimas e patrocínios milionários. A boazinha e educada Charlie foi varrida das quadras, no lugar dela, Todd exige que ela seja a “Princesa Guerreira”. Ela tem um romance de uma noite só com um astro de Hollywood, um caso com o tenista Marco Vallejo, o galã do tênis, e muitas novas aventuras.
Porém, quanto mais ela melhora nas competições, mais difícil fica sua vida fora das quadras. Ser a Princesa Guerreira começa a não parecer tão legal, e muito menos, uma coisa correta. E Charlie começa a questionar se realmente está disposta a vencer a qualquer custo.
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É, podia ser bem melhor. O enredo é bom e os personagens são bem legais, mas duas coisas me incomodaram. A primeira foi culpa da Editora, vejam, a capa e título originais remetem a um certo glamour no tênis e ao jogo da paquera, dos solteiros com dificuldade de compromisso. A capa e título nacionais, mais uma vez quiseram usar o sucesso de O diabo veste Prada e erraram a mão. Nada contra aos clássicos sapatos das capas da autora, mas o título… ele remete a algo ruim nas quadras, a algum inimigo da Charlie que a prejudicaria ou algo assim, e não tem nada a ver com a história (até poderia ser o Todd, mas é forçar demais a barra)! Eu fiquei o livro todo esperando alguém do mal, e não era o foco do livro. O foco era a escolha da protagonista, entre vencer de qualquer maneira, ou ter limites e uma vida pessoal e familiar. A segunda coisa que não curti foi escolha da autora. Ela tinha um livro bem legal nas mãos com um final emocionante, e depois de tudo o que Charlie passou eu queria vê-la dando a volta por cima. A autora escolhe o politicamente correto, vencer não é tão importante, vamos valorizar o que é certo e blablabla. Ficou um final com vibe auto ajuda que eu sinceramente não gostei. Depois daquilo tudo queria sim ver ela arrasando, afinal o livro INTEIRO é uma competição. Para no final falar, ah vencer não é tão importante… aff.
Deixando as reclamações de lado, eu curto muito o estilo da Lauren Weisberger. Seus diálogos são interessantes, seu humor é sarcástico e aguçado, sua narrativa como um todo é excelente. Personagens bem desenvolvidos, muito falhos e reais. Impossível não morrer de pena de Charlie com o acidente logo no início. E não adorar o pai dela, o irmão gay que se apaixona por um quarteback e está disposto a encarar os preconceitos por amor… e tem a galera não tão legal, com o idiota do Marco e a inimiga dela, Natalya. Essa Natalya é uma que eu fiquei esperando o livro todo para ver a Charlie acabar com ela e no final ela pede arrego. Que raiva! E tem o fofo do Dan, que merecia mais destaque no início. O romance foi fofo, mas poderia ter sido muitoooo mais legal.
Enfim, não é dos melhores da autora. Mas também não foi uma leitura ruim. Quem leu me conte o que achou. ^^ Leiam!
Avaliação (1 a 5):