Samantha Sweet, executiva do lar - Sophia Kinsella
>> terça-feira, 25 de julho de 2017
KINSELLA, Sophie. Samantha Sweet, executiva do lar. Rio de Janeiro: Editora Record,2017. 514p. Título original: The undomestic goddess.
“Assim que Trish sai da lavanderia pouso o ferro com um estrondo e enterro a cabeça nas mãos. Devo estar louca. Isso não vai dar certo. Não sirvo como empregada doméstica. O ferro solta vapor na minha cara e dou um pequeno gripo de susto. Desligo-o e desmorono encostada à parede. São apenas 9h20 e já sou uma ruína total. E eu pensava que ser advogada era estressante.” p.181
Sou fã de carteirinha da Sophie Kinsella e esse era o único livro da autora que eu tinha na estante sem ler. Vi muita gente falando que era o mais fraco dela, e acabei não tendo muito curiosidade. Mas acabou que esse foi o livro escolhido para eu ler no Clube das Chocólatras, e ele finalmente saiu da fila. Confiram minha opinião sobre Samantha Sweet, executiva do lar.
Aos 29 anos, Samantha Sweet é uma advogada de sucesso em Londres. Trabalha dia e noite, sem descanso, para conseguir se tornar sócia da grande firma onde trabalha. Formada em Cambridge, com QI de 158 e memória quase perfeita, ela é uma excelente profissional. O problema é que está sempre estressada, não têm nenhum relacionamento ou vida social, se alimenta mal e sua casa está sempre uma bagunça.
Tudo muda no dia em que decidem anunciar o novo sócio da firma. Cheia de esperança e expectativa, Samantha já planeja sua carreira. Até que descobre que comentou um erro de iniciante, um erro que vai custar uma fortuna para a firma. Desesperada, sem saber como fez uma besteira tão grande, ela sai andando desnorteada e acaba pegando um trem para alguma cidade desconhecida. Esgotada de tanto andar, sem saber onde foi parar, ela para em uma grande mansão para pedir informação. O problema é que os donos da casa a confundem com uma candidata para a vaga de doméstica, acabam por entrevistá-la e contratá-la. Sem ter ideia do que vai fazer de sua vida, certa de que a firma irá lhe mandar embora, ela prefere aceitar o desafio e dar um tempo. Afinal, qual a dificuldade de trabalhar como doméstica por uns dias? Ela é inteligente, vai tirar isso de letra.
Ledo engano. Ela nunca cozinhou nada sem ser torradas. Não sabe nem ligar o forno ou a máquina de lavar. Não sabe passar roupa, pregar um botão…. E mentir durante a entrevista, dizendo que tinha estudado culinária com alguém importante, não ajudou. Samantha se sente extremamente frustrada por fracassar em algo que deveria ser tão fácil. E é então que ela decide, com alguma ajuda, aprender e dar conta do recado. Nesse meio tempo começa a se redescobrir, pela primeira vez desde sua infância ela tem finais de semana livre, e não trabalha o dia inteiro sem parar. Mas será que vai ser fácil deixar sua vida anterior para trás?
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Engraçado que todo mundo fala que esse livro é o pior da autora, e embora seja com certeza o mais sem noção (e isso não é pouco quando falamos da Kinsella) e tenha um final totalmente aberto, eu adorei a leitura! Gostei até mais do que Lembra de mim? e O segredo de Emma Corrigan, que não estão entre meus favoritos da autora. Achei a premissa do livro muito legal! A forma como a autora questiona escolhas e sucesso. Afinal Samantha era uma executiva bem sucedida e com uma carreira muito boa. Até que ela percebe que quer mais da vida que carreira e salário. Samantha quer tempo livre para sair, ter amigos, namorar. Para ver o sol, passear… Todas essas coisas que deveriam ser naturais. A história de redescoberta da protagonista é muito interessante.
No início achei bem sem noção a forma que ela vira doméstica. Tudo bem a crise no trabalho, ela surtar e fugir… Mas sei lá, podia ter tirado férias, ido pra casa e se trancado lá. Ao invés disso começa a limpar a casa de outra pessoa e etc. Ai é tudo muito sem pé nem cabeça. Ela que nunca fez um omelete tentando fazer um jantar chique, gastando dinheiro para que os patrões não percebam as besteiras que ela faz… E de repente, tudo isso passa a ser apenas muito divertido! Ri demais com a Samantha e todas as suas confusões, me encantei com suas maluquices. Torci muito por ela!
Os outros personagens são muito legais também. Os patrões dela são uma comédia, Nathaniel é um fofo, a mãe dele é uma graça. O pessoal do escritório é interessante, eu imaginei o que tinha acontecido, mas não acertei o culpado.
Adorei todos os questionamentos da autora, sobre escolhas e a busca pela felicidade. Para mim o maior problema foi o final, termina tudo muito em aberto. Como esse livro é bem antigo, acho que já passou a chance disso acontecer, mas esse livro merecia demais uma continuação! Uma outra história de Samantha, fazendo outra coisa, com suas novas escolhas pela frente, mostrando o que aconteceu com ela em seguida. E sem isso, fica tudo apenas na imaginação do leitor.
De qualquer forma eu adorei a leitura e me diverti muito com ela. Não faz muito tempo que fui usar pela primeira vez minha máquina de lavar nova, como olhei para a programação digital como se fosse grego! Te entendo Samantha… rsrs. Para quem curte chick-lit e gosta da Kinsella, eu indico com certeza. Leiam!
Avaliação (1 a 5):