Viaje com as séries #212 - 13 Reasons Why

>>  terça-feira, 11 de abril de 2017



Todo mundo está falando sobre 13 Reasons Why. Adaptação do livro de Jay Asher, a produção da Netflix tocou muitas pessoas. O assunto delicado e a forma como é tratado fez muita gente pensar. Na história, a adolescente Hannah Baker comete suicídio e deixa sete fitas gravadas com os 13 motivos de ela ter feito o que fez. Cada lado das fitas é dedicado a uma pessoa que contribuiu para a decisão de Hannah de tirar a própria vida.
Linda, saudável, cheia de planos para o futuro e com muito o que viver, Hannah teve uma sucessão de decepções no ensino médio. Novata na escola e na cidade, ela não se sentiu intimidada diante das novidades. Paquerou, fez amizades, participou de festas, mas um a um seus pilares foram desmoronando. E quando ainda tentou dar uma chance para a vida, sofreu mais uma decepção.
13 Reasons Why é um dedo enfiado em uma ferida que muitas vezes as pessoas querem deixar de lado e esquecer. Sobre um ato cada vez mais cometido por jovens, sobre um problema que precisa de atenção e muita discussão. Todo mundo passa por problemas, mas nem todos conseguem sair deles sem ajuda, sem apoio. Carinho, atenção, amor e respeito são essenciais e necessários para nossa vida. Todo mundo precisa. E com eles, a vida de todos só melhora.
Depois que terminei os episódios – queria engolir um atrás do outro – fiquei em choque, paralisada. Foi tão real. Tão chocante. Verdadeiro. Triste. Não tem como não pensarmos em todas as vezes que pudemos ser um motivo, em todas as vezes que as pessoas pediram socorro perto de nós e não pudemos perceber os sinais. Precisamos tanto de mais amor no mundo. Confesso que ainda não estou recuperada. E me pego pensando nas coisas que a série escrachou, esfregou na nossa cara.


O roteiro foi impecável, as atuações incríveis e o que ficou foi muita reflexão. Precisamos repensar nossas atitudes. Nem todos entenderam do mesmo jeito o recado da série, até porque somos diferentes, mas o que senti foi a intenção de chamar a atenção para o ato, mostrar como ele é feio, é solitário.
Hannah teve seus momentos sem noção, assim como todos os personagens. Que se deixaram levar por boatos e não mostraram seus verdadeiros sentimentos. Mas o resultado geral é nada menos que incrível, é impactante, principalmente porque eles mostraram a cena do suicídio e foi difícil de manter os olhos na tela. Posso ficar linhas e linhas comentando sobre a série aqui, mas recomendo que vocês assistam. Ela foi muito bem feita e merece mesmo todo o holofote que vem recebendo.
Termino com um dado publicado em uma matéria no Extra: “Dados do Mapa da Violência, elaborado pelo Ministério da Saúde, mostram que, entre 2002 e 2012, o número de suicídios na faixa etária de 10 a 14 anos aumentou 40%. Entre 15 e 19 anos, a incidência cresceu 33%”.




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