Viagem Literária: Amante consagrado

WARD, J.R. Amante consagrado. São Paulo: Universo dos Livros, 2011. 552p. (Irmandade da Adaga Negra, v.6). Título original: Lover Enshrined.

“Quando o viu, as mãos se juntaram na boca, e os olhos começaram a piscar rápido. Com um grito, ela levantou a linda túnica lavanda e correu na direção dele, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Phury a segurou quando ela se lançou sobre ele e segurou seu corpo quente junto ao seu.” p.495

Fazia muito tempo que eu não lia um livro da série, nem sei porque, mas os compromissos de parceria acabam passando na frente. E hoje, outro livro da famosa Irmandade da Adaga Negra saiu da fila. O sexto volume da série conta a história de Plury, em Amante consagrado da J. R. Ward.

Em Caldwell, Nova York, a eterna batalha entre vampiros e Redutores continua. O redutor chefe foi trocado, mais uma vez, mas agora parece que Ômega pretende usar uma carta na manga, algo que ele manteve escondido por muitos anos. O mal teve um filho com uma vampira, um filho que foi criado entre os vampiros, como um deles. Alguém que sabe como funciona a organização, que poderia virar a guerra a favor dos redutores. Os irmãos da Irmandade continuam firmes na luta, mas eles precisam de reforços.

Plury é o irmão gêmeo de Zsadist, por muito tempo batalhou para salvar o irmão da escravidão, perdendo um pedaço da perna nessa luta. Depois, já na Irmandade, passou anos protegendo o irmão da autodestruição. Mas agora o irmão está feliz, sua companheira está grávida, e Z não precisa mais dele. O fato de ser apaixonado pela shellan do irmão, Bella, também não ajuda. Ele está cada dia mais corroído pelo vício, a voz do mago dentro dele é constante, e só a fumaça vermelha lhe dá um pouco de paz. Quando o vício começa a tomar seu corpo, ele falha na luta, e os irmãos não estão satisfeitos.

Por muitos anos Plury foi um celibatário, ele fez um juramento e nunca o descumpriu. Até que se tornou o Primaz da raça, o guerreiro escolhido para continuar a espécie, se tornando amante de 40 escolhidas. Mas ele não queria uma mulher que se entregasse a ele por obrigação, por mais que tenha desejado Cormia desde o primeiro instante.

Ela por outro lado, quer mais. Não deseja dividir o Primaz com as irmãs, mas não sabe como agir para conquista-lo. Ela deveria ser benevolente, foi treinada a não desejar nada apenas para si, mas está tomada de ciúme. Ele sabe que precisa começar a cumprir suas "obrigações", mas ambos, fogem desse momento e se evitam dentro da casa.

Enquanto isso, John, Quinn e Blay estão se acostumando com a vida pós transformação. Os três novos guerreiros, ainda estão em treinamento, mas já começam a enfrentar vários problemas. Amores não correspondidos, desejos, rancores. Uma briga entre os novatos, pode mudar para sempre o futuro dos vampiros.

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Fiquei muito tempo sem ler um livro da série, praticamente dois anos (nem acredito), mas mesmo assim, esse foi o que menos gostei até agora. A parte de ação está excelente, bem melhor do que nos livros anteriores, mas o romance, ficou totalmente em segundo plano. Na verdade Plury sempre foi o irmão mais sem graça... Viciado, cheio de mimimi, gostando de Bella, se afundando na depressão. Mas mesmo assim, esperava mais de um romance com ele, esperava vê-lo se entregar a Cormia aos poucos e esquecer Bella. O que aconteceu foi que eles viraram coadjuvantes da própria história, o relacionamento foi corrido, sem graça, depois se resolveu rapidamente nas últimas páginas.

Enquanto isso, a guerra roubou as cenas. Os Redutores deixam de ser uma ameaça boba e cheirando a talco, e passam a ser realmente assustadores. Tudo graças a um vampiro que acaba se revelando filho de Ômega, ou seja, o chefe dos redutores. Ele conhece a raça, os esconderijos, a forma como agem. E vai usar tudo isso a favor do mal. Eu fiquei tentando acertar qual dos novatos era do mal, e acabei demorando a descobrir. Mas a escolha foi ótima, o bicho vai pegar nos próximos livros.

Quem rouba todas as cenas, são John, Quinn e Blay! Recém saído da transformação, John não consegue lidar bem com toda a sua sexualidade, e com sua mudez e timidez, tem medo de nunca conseguir se relacionar com uma fêmea normal (inclusive ele protagoniza uma cena épica de masturbação, o rapaz consegue ter um orgasmo por 10 minutos, imaginem?kkk). Quinn pega geral, mas passa por dificuldades com sua família. Ele nasceu com olhos de cores diferentes (algo visto como uma deficiência dentro das famílias importantes) e nunca foi aceito. Achou que tudo ia mudar depois da transformação, mas as coisas estão piores. E Blay tenta se conter, mas é visível que ele está apaixonado por Quinn, seu melhor amigo. As cenas entre eles são perfeitas, amei todas as interações envolvendo esses personagens, pena que não era o livro deles rs.

Voltando ao protagonista, Plury. Por um lado, eu achei um porre toda a sua sensibilidade e auto destruição. Por outro, estranhei a forma como a Irmandade tratou o vício e seus problemas. Todo mundo simplesmente virou as costas e deixou ele de lado, abandonado a própria sorte. Aí ele foi para o fundo do posso, e onde o leitor espera romance, não encontra nada. Infelizmente ele virou realmente um coadjuvante, seu romance era a parte menos interessante do livro.

Por tudo isso, não foi um dos meus favoritos, mas a parte da guerra está arrasadora, estou curiosa para ler o próximo por conta disso. O próximo também é interessante porque conta a história de Rehvenge, um mestiço com poderes sombrios. Quem leu me conte o que achou! E a pergunta que não quer calar... Será que um dia eu termino essa série? O.o

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Série Irmandade da Adaga Negra de J. R. Ward:

In: http://www.jrward.com