A promessa da rosa - Babi A. Sette

>>  terça-feira, 28 de março de 2017

SETTE, Babi A. A promessa da rosa. São Paulo: Editora Novo Século, 2015. 432p.

“- Vamos, diga prima, com tantos homens para se apaixonar, parece que caiu sob o encanto de um dos únicos que mostra ser a perfeita divergência de tudo o que você sempre admirou em um. Ele é o seu pior pesadelo, descrito por você mesma diversas vezes.” p.141

Esse é meu primeiro contato com a brasileira Babi A. Sette, mas antes mesmo de ler algum dos seus livros, eu já tinha comprado dois  e estava ansiosa, tudo isso, por causa do burburinho no Clube das chocólatras pelo e-book Senhorita Aurora. Eu ainda não li o tal e-book, espero que lancem logo em formato físico, mas para o clube do livro desse mês meu livro escolhido foi A promessa da rosa.

Londres, maio de 1840
Kathelyn Stanwell, 18 anos, tem tudo para ser a debutante perfeita e o maior sucesso da temporada. Filha de um conde, uma beldade que atrai para si todos os olhares masculinos e a inveja feminina. Porém, a moça desdenha da aristocracia, detesta a nobreza e luta por sua liberdade de escolha. Ela promete só se casar se realmente amar seu noivo. Mas logo depois da estreia na sociedade, a moça fica de castigo por tempo indeterminado. Isso depois de causar um acidente envolvendo um cavalo, uma mesa de café e vários nobres. Até que ela consegue permissão para ir a um baile de máscaras.

No baile, de forma bem pouco comum, ela conhece Arthur Harold, um homem sexy e muito bonito. O que ela não sabia, é que se deixou ser beijada por ninguém menos do que o Duque de Belmont, um dos maiores partidos da temporada. O que parecia uma aventura única, se torna uma paixão desenfreada. Sem que Kathelyn saiba, o Duque faz um acordo com o pai da moça e começa a cortejá-la formalmente.

Ela irá se casar com um Duque, seus pais não se cabem em si de alegria! Mas tudo começa a dar errado, quando a falta de bom senso de Kathelyn e o ciúmes de Arthur, causam uma grande reviravolta.

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Tinha tudo para eu amar! Romance de época, personagens interessantes, muita confusão e muitos desdobramentos surpreendentes. Mas de repente, apesar da grande aceitação dos leitores (média de nota de 4.5 no Skoob), se tornou um novelão mexicano de péssimo gosto. E eu terminei o livro com ódio dos personagens e do final. Lembram de Proibido? (para quem não gostou, não me canso de citá-lo hehe) Aqui foi a mesma coisa. História interessante, autora que escreve bem, e no final, não funcionou. Escolhas péssimas e de mal gosto, não me conformo com alguns acontecimentos.

O maior problema para mim foi o “mocinho”. Arthur é machista, prepotente, possessivo, ciumento e um grande cretino. No início ok, eles estavam se conhecendo, apaixonados e tal. Mas depois, todas as suas escolhas são ruins. Ele se apaixona por Kate por ela ser inteligente, por ser cheia de vida e diferente das mocinhas sem sal da nobreza. E ele quer mudar tudo de bom que tem nela. Ele quer que ela se comporte como uma dama e no fundo, que não faça nada fora do padrão. E na primeira coisa que acontece (tudo bem que a mocinha foi bem idiota, mas pelo menos ela tinha 18 anos, ele 30), ele acaba com a reputação dela e vai embora.

Daí para frente ele segue infeliz, ela come o pão que o diabo amassou e dá a volta por cima... mas nada foi o mesmo. É drama demais, Kate é mais sofrida do que a Maria do bairro, a Marimar ... e todas as outras Marias que o meu pouco conhecimento de novelas mexicanas me impende de citar. E o mocinho só vai piorando ao longo dos anos. No final a autora teve a chance de redimir Arthur, mas jogou isso no ralo. Ele continua sendo o mesmo prepotente do início. E o final não conserta nada.

Para mim um bom final seria ela dar a volta por cima, se apaixonar novamente e terminar com outra pessoa. Se isso não aconteceu, eu ainda daria uma chance se autora fizesse ele se humilhar, voltar com ela para a sociedade e ligar o foda-se para o falatório todo. Mas do jeito que foi? Ódio mortal do personagem e do final.

A leitura foi lenta em vários momentos, a evolução deixou a desejar. Até aí tudo bem, mas o problema foi que a autora inseriu saltos temporais completamente inexplicáveis! A mocinha tá na rua amargura, pulo, três anos depois ela é rica e famosa. Ok... a mocinha se decepciona de novo... dois anos depois com ela voltando. Todas as partes realmente dramáticas foram cortadas. Eu não sei se isso foi feito para que as pessoas (menos críticas que eu) não odiassem Arthur, mas para mim não funcionou.

Apesar disso tudo, é um livro que me prendeu. A autora escreve bem, eu leria outros livros dela, mas sinceramente, tenho medo que todos tenham esse ar machista e essas mocinhas que perdoam tudo. Tudo o que Kate queria desde o início do livro era ter direito de escolhas e sua própria vida. E ela abriu mão de tudo por Arthur, qualquer tipo de auto estima ficou perdida no meio de toda a canalhice que ele fez, e ela aturou e perdoou. E apesar disso tudo, você quer saber como vai terminar, torci muito pela mocinha e para que ela tivesse um final feliz.

Eu sei que tem muitos fãs que amam essa história e vão discordar da minha opinião. Eu entendo, eu reconheço o poder apelativo do livro e entendo como muitas leitoras suspiraram e torceram pelo casal. Mas o Duque não me desce na garganta, se fosse drama e não romance de época, eu pelo menos poderia torcer por algo diferente hehe.
Eu não indico, quem leu me conte o que achou.

Adicione ao seu Skoob!

Série Flores da temporada da Babi A. Sette
  1. A promessa da rosa
  2. O despertar do lírio
1.5 A sombra da rosa


Avaliação (1 a 5): 2.5

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