O som do amor - Jojo Moyes
>> segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
MOYES, Jojo. O som do amor. Rio de
Janeiro: Editora Intrínseca, 2016. 304p. Título original: Night music.
“É um dragão
que já nos devorou a todos: essas casas obscenas e escamosas, essa luta
insaciável e esse desejo de possuir, de possuir sempre e apesar de tudo, essa
necessidade de ser proprietário, para não ser propriedade.” D.H. Lawrence p.7
Mais um dos livros antigos da romancista Jojo
Moyes chega ao Brasil. Lançado originalmente em 2008, faz parte de uma
série de livros da autora que foram lançados antes do sucesso estrondoso de Como eu era antes de você. Confiram o que achei de O som do amor.
A Casa Espanhola é uma construção malcuidada e
quase em ruínas no condado de Norfolk, interior da Inglaterra, mas o local tem
um valor simbólico para os moradores. O casal Matt e Laura McCarthy sonham
em herdar a casa e mudar para lá, reconstruir a beleza de antigamente. Matt é
obcecado pelo local – seu pai trabalhava lá quando ele era pequeno e foi
demitido injustamente -, e por isso insiste para que a esposa cuide do último
dono do local, Sr. Pottisworth. Eles são os vizinhos mais próximos, e os herdeiros mais prováveis. Por
dez anos eles cuidaram do velho intratável, até que ele falecera.
Mas o dono não deixou um testamento, e ao contrário
do que todos esperavam, o casal não herdou nada. Quem fica com a casa é uma
sobrinha distante, Isabel Delancey.
Uma violinista de sucesso, uma mulher casada e mãe de dois filhos que
vivia para seu talento, trabalhando na orquestra em Londres. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando
o marido morre em um acidente de carro, deixando-a cheia de dívidas e com dois
filhos para cuidar. Em uma atitude desesperada, com o coração partido pela
perda do marido, Isabel vende a casa onde moram para pagar as dívidas, e se
muda para a Casa Espanhola. A filha de 15 anos de Isabel, Kitty, fica assustada quando vê o local caindo aos pedaços, gelado
e cheio de mofo, com madeiras podres e paredes rachadas. Apesar de logo se adaptar a vila e fazer
amigos, sabe que é loucura da mãe continuarem naquele local.
O que eles não sabem, é que Matt e Isabel vão fazer de tudo para que elas desistam do local. Muita inveja e manipulação, paixões
proibidas e segredos. Todos dispostos a tudo por uma casa idílica caindo aos
pedaços.
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Eu gostei, mas com ressalvas rsrs. Assim... a
trama é muito boa, chega a ser sinistro tudo o que acontece por causa de uma
casa velha. O enredo é bom, é bem escrito e bem
ambientado, os personagens são bem construídos e falhos como todos da autora. Os sentimentos são fortes. É
muito amor, mas é também muita inveja, muita cobiça, infidelidade. Tem muito
crescimento e superação, mas permeado de muita burrice hehe.
O problema para mim foram as
protagonistas, Laura e Isabel. Que mulherzinhas sonsas! Eu não aguentava o tanto
que elas eram burras e prosseguiam na burrice. Laura com zero auto estima,
vivendo como capacho do marido infiel faz anos, como se fosse normal. E agindo
como boa esposa, comidinha no prato e água no copo. Vontade de dar uns tapas!
Quando você pensa que ela vai aprender, tudo o que ela faz é se colocar na situação
de depender totalmente de um homem, de novo. Isabel tem mais desculpas, está
sofrendo com o luto do marido, nunca foi uma mulher prática ou caseira – ela tocava
na orquestra e o marido administrava a casa e os filhos. Mesmo assim é muita
burrice! Ela contrata um pedreiro sem orçar nada, falando ah ok, pode começar
as obras. O cara faz o que quer, ela não questiona nada, e só vai gastando cada
centavo que sobrou. Os filhos com problemas, e ela achando lindo viver
naquele mausoléu. Claro que as duas vão melhorando e amadurecem no
decorrer do livro, tanto que o final foi ótimo, mas eu não consegui gostar
delas.
Passei o livro odiando as duas!! E olhem que eu
gostei de alguns personagens, dos filhos de Isabel, do filho da Laura, do Byron
e seus inúmeros cachorros (que merecia mais destaque no livro), do casal gay
fofo – Asad e Henry. O romance também merecia mais, foi bonito, mas muito intempestivo,
considerando-se a primeira metade do livro.
O grande ponto da história é a discussão sobre
o desejo de possuir algo, e as consequências de se desejar tanto qualquer
coisa. Tudo o que aconteceu depois, nasceu do desejo de possuir a Casa Espanhola. A
inveja e a cobiça e suas consequências. Achei o final de um certo personagem
também muito aquém do que eu esperava, ele merecia muito mais.
Foi uma leitura legal, mas não é dos melhores
da autora. Quem leu me conte o que achou.
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