Espada de vidro - Victoria Aveyard
>> segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
AVEYARD, Victoria. Espada de vidro. São
Paulo: Editora Seguinte, 2016.492p. (Red Queen, v.2). Título original: Glass
sword.
“Sou a primeira a agarrar seu braço. Seguro firme.
Ainda não posso confiar em Kilorn, em Cal e em mais ninguém, posso confiar no
poder. Na força. Na energia. Com o fogo de Cal, a minha tempestade e a
velocidade de Shade, nada nem ninguém pode nos parar.
Enquanto estivermos juntos, jamais seremos presos
de novo.” p.129
Já vou começar falando que não amei A
rainha vermelha como a grande maioria dos leitores. Eu achei a história
legal, mas achei tudo muito igual a várias outras distopias que já li. Mas é
daqueles livros que você coloca defeito, mas devora! A autora escreve bem, os
desdobramentos são emocionantes e o final foi de cair o queixo. Então, claro,
protelei, mas resolvi ler a continuação, Espada
de vidro, da Victoria Aveyard.
O mundo é dividido basicamente em prateados e
vermelhos. Prateados são a realeza, pessoas com poderes diversos, poderosos. As
casas antigas, se unem em torno do monarca. Os vermelhos são a ralé, os
empregados/escravos que lutam para sobreviver. Aos vermelhos restam a servidão,
ou a guerra. A protagonista Mare Barrow, 17, descobre que tem poderes, apesar
de ser uma vermelha.
A partir daqui contém spoilers se você não leu
o livro anterior.
Mare Barrow passou pelo inferno, mas sobreviveu. Perder a
confiança nas pessoas, a esperança, e sua vida ficou por um fio, mas sobreviveu e seguiu em
frente. Sua habilidade de controlar a eletricidade, a torna tão perigosa quanto
qualquer prateado. Ela busca justiça para os vermelhos e faz uma escolha importante ao se aliar à
Guarda Escarlate, o grupo secreto que combate os prateados. Tudo vai por terra ao ser traída por Maven. Ele planeja um golpe para ficar com o trono, consegue culpar o irmão, o príncipe Cal, pela morte do pai. Mari e Cal fogem e agora, lutam para
sobreviver.
Ela quer vingança. Não tem piedade. Não confia
em ninguém. Juntos, o príncipe renegado e a garota elétrica, eles serão condenados a
morte se capturados, ambos são poderosos. Mare descobre que existem outros
como ela, novos vermelhos, com poderes que precisam ser aprimorados. Um exército
de novos vermelhos poderia combater os prateados, poderia até mesmo vencer. Ela
fará de tudo para chegar até essas pessoas, não se importando com a devastação
que deixa pelo caminho.
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Pois é, se eu pudesse amar e odiar esse livro,
seria a solução. Achei melhor que o primeiro! É cheio de adrenalina,
desdobramentos interessantes e muitas reviravoltas. O final é chocante, eu
queria já ter o próximo em mãos para ler (lançamento em breve). Você mal
acredita nas coisas que acontecem, é tudo muito interessante. Mas gente, a
protagonistas é INSUPORTÁVEL! O menina odiosa, vontade de tacar ela na água
enquanto soltava um dos seus raios...
E isso estraga tudo. Porque o livro é narrado
exclusivamente pela Mare, em primeira pessoa. E embora eu tenha amado vários
personagens (Shade, Kilorn, Farley, Julian e etc), eu queria dar uns tapas na
Mare. É engraçado como ela passa o livro todo pensando só em sua vingança, sem
se preocupar com amigos e família, odiando todo mundo, não confiando em
ninguém, chorando as pitangas... e mesmo assim tem vários aliados e pessoas que
gostam dela. As vezes ela até tenta consertar suas burrices em pensamento,
durante o livro todo ela PENSA coisas como: ah eu devia me desculpar, devia
dizer para ele que sinto muito, devia ajudar aquelas pessoas, devia fazer tal
coisa... mas na prática, ela é intragável. E, para meu espanto, mesmo assim o
Cal está caidinho por ela, Kilorn a ama, Maven continua obcecado... ou seja,
mais uma história onde a protagonista só pode ter passado mel na periquita, não
tem outra explicação!!
Em vários momentos ela diz coisas como nesse
trecho: “Mas não posso me livrar da
sensação de que, embora estejam comigo, não há ninguém ao meu lado. Ainda que
eu tenha um exército atrás de mim, continuo só”. Gente, que pessoa louca!
Kilorn larga tudo para ir atrás dela, ajuda em todos os momentos, mesmo ela
sendo uma vaca com ele e o tratando com preconceito – ele é apenas um
humano sem poderes, de pouca serventia. Shade faz de tudo para salvar a irmã, e
ela diz na cara dele que não confia nele. Age com Farley como se a capitã não
soubesse de nada, não entendesse nada. Evita os pais e os irmãos. E eles estão
lá, dando apoio incondicional.
E aí mesmo querendo esfregar a cara da Mari no Muro
de Chapisco, segui em frente porque estava morta de curiosidade de saber
o que ia acontecer. E nesse ponto, a autora não decepcionou. Não teve clemência
com os leitores, foi dura nos desdobramentos e fez um final que me deixou
pasma. E não concordei com sua escolha,
ela eliminou um dos melhores personagens da série, e com uma protagonista mala
assim, essa não foi uma escolha sábia. Mas veremos o que o terceiro livro nos
reserva.
O romance caiu meio de paraquedas, mas apesar
disso, eu gosto muito de Cal. Muito mais do que do Maven, que nunca fui com a
cara. Só não sei o que Cal vê nela hehe. Ela é egocêntrica, desequilibrada,
chata e sem noção. Ignora tudo para seguir em frente com sua vingança, achando
que todo mundo deveria segui-la. Parei. Não consigo parar de falar da Mare
hehe.
Quem leu me conte o que achou! Não é das minhas
distopia preferidas, mas com certeza é uma história que mexe com as emoções dos
leitores. Leiam!
Adicione ao seu Skoob!
Série Red Queen da Victoria Aveyard
- A rainha vermelha (Red Queen)
- Espada de vidro (Glass Sword)
- A prisão do rei (King's cage)
- Título não definido.
Interligados:
- Coroa Cruel (Cruel
Crown) - Contos 0.1 Canção da rainha (Queen song) e 0.2 Cicatrizes de aço (Steel scars).