Uni-duni-tê - M. J. Arlidge

>>  quarta-feira, 19 de outubro de 2016

ARLIDGE, M. J. Uni-duni-tê. Rio de Janeiro: Editora Record, 2016. 322p. (Helen Grace, v.1). Título original: Eeny Meeny.

“Levanto a cabeça e vejo Amy olhando para ela. Seu olhar encontra o meu e então ela o desvia. Será que ela pegaria a arma? Há algumas noites eu diária que de jeito nenhum. Mas, agora? A confiança é algo frágil – difícil de conquistar, fácil de perder. Não tenho mais certeza de nada.
A única coisa que sei é que um de nós vai morrer.” p.10

Adoro ficção policial e mais ainda quando tem seriais killers. Tenho séries e autoras favoritas no gênero, mas quando tem lançamento já fico muito curiosa. Foi assim com Uni-duni-tê, primeiro volume da série Helen Grace, do inglês M. J. Arlidge.

A pequena Southampton, Inglaterra, nunca se deparara com algo parecido. No início foi algo triste e grotesco, mas um caso isolado. Um casal de namorados estava desaparecido, quando a moça é encontrada, quase morta, está em um estado lastimável e tem uma história tenebrosa para contar. Eles foram capturados, deixados trancados em um lugar fechado, sem água e sem comida por dias. Entre eles, havia apenas uma arma, carregada com 1 bala. Em um telefone celular apenas uma mensagem: quem matar o outro, sobrevive. 

Só um pode sobreviver. Amy sobrevive, de coração partido, destroçada. Seu aspecto físico não é nada comparado ao emocional. O que fez a Sam, seu grande amor...  Dias depois, outro sobrevivente é encontrado, surge um padrão.

A detetive Helen Grace vive para o trabalho. Pelo que todos sabem, ela não tem família nem vida pessoal, sua dedicação é exclusiva. Helen já investigou muitos casos complicados, mas nenhum tão terrível como esse. É o primeiro que envolve um serial killer, e ela tenta desesperadamente achar uma ligação entre as vítimas. Ao mesmo tempo, precisa confrontar seu passado sinistro e suas escolhas. Na delegacia conta com seus principais investigadores. Mark Fuller está passando por um divórcio complicado e se afogando na bebida. Charlie Brooks batalha por ser reconhecida, afinal, uma mulher tem que mostrar o dobro de serviço para ser valorizada. Ao mesmo tempo, sua vida pessoal passa por uma grande mudança.

Helen, Mark e Charlie estão correndo atrás de pistas. Um vazamento de informação interna, torna tudo mais complicado. Agora eles precisam correr contra o tempo antes que mais inocentes morram.

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Tinha tudo para ser um livrão, mas o autor errou a mão em vários aspectos. Talvez por trabalhar com séries de TV, onde tudo é muito mais ágil e pouco desenvolvido. Essa foi a sensação que tive, faltou muita coisa.

A trama é muito boa! O assassino com seus “jogos mortais” (não tem como não lembrar) e a forma como ele conseguia fazer tudo sem deixar pistas é sempre interessante. A história é ágil, o livro não é lento nem entediante. Porém, tudo acontece realmente muito rápido.

Rápido demais! Acho que esse foi o principal problema. Os personagens são apáticos, mal desenvolvidos. Eu não consegui me apegar a nenhum deles. As tentativas de torna-los mais profundos (como o passado de Helen, a bebedeira de Mark, a tentativa de Charlie de engravidar) foram bem patéticas. Situações ótimas são muito mal desenvolvidas.

As cenas nas quais as vítimas estão presas são muito mal exploradas ou mal feitas. O autor tinha a oportunidade de desenvolver um jogo psicológico e termina tudo em 5 páginas. E tem cenas completamente sem noção. Como exemplo, em um dos sequestros finais, as vítimas estão presas faz 48 hores. E de repente aparece um rato no cativeiro. Eles se deliciam com a possibilidade de devorar o bicho vivo. Gente, 48 horas sem comer e sem água são debilitantes, mas daí a você considerar ratos e até vermes de um ferimento como uma iguaria, beira ao ridículo.

A investigação é corrida. No início parece que nada está sendo feito. Ela entrevista a vítima que restou e só. Não mostra as provas forenses, mostra apenas uma autopsia. Não tem reunião de equipe, perfil psicológico do assassino... Nada é contado. No final fala de um DNA parcial, mas isso nem foi citado no desenvolver do livro. O final é abrupto como todo o resto. 

Para quem é fã do gênero acredito que irá perceber os furos como eu, para quem não lê muitos policiais pode gostar da trama ágil e pouco descritiva. Eu não indico e não devo a continuar a série.

Adicione ao seu Skoob!

Série Helen Grace do M. J. Arlidge
  1. Uni-duni-tê (Eeny Meeny)
  2. Da morte ninguém escapa (Pop goes the weasel) 
  3. The doll’s house (os demais não lançados no Brasil)
  4. Liar Liar
  5. Little boy blue
  6. Hide and seek 
  7. Love me not
  8. Down to the woods
  9. All fall down
  10. Truth or dare.
Avaliação (1 a 5): 2.5

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