O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares - Ransom Riggs
>> terça-feira, 25 de outubro de 2016
RIGGS,
Ransom. O orfanato da Srta. Peregrine
para crianças peculiares. São Paulo: Editora Leya, 2015. 336p. (O orfanato
da Srta. Peregrine, v.1). Título original: Miss Peregrine’s home for peculiar
Children.
“E foi assim que
alguém extremamente suscetível a pesadelos, terrores noturnos, arrepios,
ataques de pânico e a ver coisas que na verdade não estão ali se convenceu a
fazer uma última excursão à casa abandonada onde uma dúzia ou mais de crianças
tinham encontrado seu derradeiro fim.” p.96
Com
milhões de cópias vendidas no mundo, traduzido para mais de 40 idiomas e com
estreia recente no cinema, esse livro deu o que falar. O autor usou fotos reais
para criar uma história de fantasia adolescente, dando um ar de suspense e
mistério. Vou confessar que nunca tive muita vontade de ler, quando lançou não
me atraiu. Mas muita gente fala tão bem que fiquei curiosa e comprei. E ele
saiu da fila com a ajuda do Clube das chocólatras.
Confiram o que achei de O orfanato da
Srta. Peregrine para crianças peculiares do Ransom Riggs.
Jacob Portman cresceu ouvindo as
fantásticas histórias do seu avô. Durante a Segunda Guerra Mundial ele foi o
único da família a escapar da morte, sendo enviado da Polônia para um orfanato
na Inglaterra. Ele contava para Jacob sobre as crianças extraordinárias que viviam
lá: uma criança que levitava, um menino que tinha abelhas dentro deles, outro
que podia carregar qualquer peso... dentre outras. Ele amava todas as histórias e aventuras do
avô. Quando ficou maior, começou a perceber que tudo aquilo não passava de
contos de fadas, e parou de acreditar.
Até
que tudo mudou. Jacob estava com 15 anos quando recebeu um telefonema do avô, desesperados, falando que os monstros estavam caçando e ele não tinha como se defender. Jacob imagina que é um dos surtos atuais do avô, mas corre até sua casa para tentar ajudar, mas chega tarde demais. Jacob
ficou traumatizado e assustado, insistia que um monstro havia assassinado o
avô. Depois de um tempo, com remédios e tratamento, começou a melhorar, mas
não conseguia deixar aquilo para trás. Com a ajuda de seu psiquiatra, convence os pais a deixa-lo
viajar até a ilha onde toda as histórias aconteceram, para visitar o orfanato onde o avô foi
criado. Aos 16 anos e acompanhado do pai, ele chega para visitar as ruínas do
lugar.
Ele
encontra mais fotos estranhas, daquelas crianças diferentes. Fica sabendo que
todas foram mortas na mesma data, durante um ataque alemão. Quando está prestes
a achar que tudo isso era uma grande besteira, ele faz uma descoberta que irá
mudar sua vida para sempre.
~~~~~~~~~
Não
me apaguei aos personagens, o mais interessante é o avô que morre logo no
início. Jacob é muito depressivo, muito bobão, tinha preguiça dele. E das
outras crianças também não gostei. Achei a mocinha lá que fica gostando dele (que incrivelmente havia namorado seu avô, uma coisa esquisita que beira ao
incesto rs), Emma, muito chata. As outras crianças e seus dons são estranhos.
Gostei do Milard, o menino invisível, e só. Os outros tem uns dons grotescos. Uma
menina com uma boca na cabeça (eca!), a menininha que levita e não consegue parar no chão, uma que faz
nascer plantas, outra que levanta qualquer peso... e blablabla. Tem também a professora, a Srta Peregrine, que se transforma em um falcão peregrino, que explica ao Jacob tudo sobre
aquele lugar.
[Aqui contém spoilers sobre o mistério do
livro. Se não quiser saber, salte este parágrafo] A fantasia em si é
bem esquisita. O autor explica que no mundo existem as pessoas normais e as pessoas
peculiares. Entre o segundo grupo, existem pessoas como a Srta Peregrine, que
protegem essas crianças. Em um momento de perigo (quando a bomba atingiu o
orfanato) ela criou um buraco no tempo e levou todo mundo para lá. Dentro desse
lugar eles reviviam sempre o mesmo dia. Imaginem que chatice? Por dezenas de
anos? Se saíssem por muito tempo eles iriam envelhecer rápido e morrer. Ou
seja, eles estavam realmente presos ali. E Jacob acha tudo lindo, eu achei tudo um porre. Ele cogita largar tudo para morar lá. Imagina, ficar todo dia no mesmo
lugar com as mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas? Sem envelhecer, vivendo o
dia de novo e de novo?! Não foi atoa que o avô de Jacob saiu fora daquela
loucura.
Achei
tudo muito sacal. Quando ele chega na ilha, o que descobre. Quando alguém do
mal chega lá, eu já saquei logo quem era. Tudo que acontece dali até o final
achei chato. O confronto no farol foi bem bobo. O cara lá armado... era só
enviar o menino das abelhas e pronto rsrs. Esperava algo mais assustador, mais
suspense, de terror não tem nada.
E
será que vale a pena assistir ao filme? Ainda não sei se vou ao cinema. Acredito
que no cinema vá ficar mais sinistro as cenas. Pelo trailer dá para ver algumas
mudanças nos dons (como a menina com o dom do “ar”), mas parece até mais legal
rs. O filme tem direção do Tom Burton e
no elenco Eva Green (Miss Peregrine), Asa Butterfield (Jacob), Samuel L.
Jackson (Barron) e Ella Purnell (Emma).
Não
sei se foi o estilo ou enredo em si, mas eu esperava gostar mais. Reconheço
que a narrativa do autor é ótima e a ideia das fotos muito legal, mas é só.
Eu não indico. Não sei ainda se vou animar a ler o resto da trilogia... Quem leu me conte o que
achou.
Trilogia O orfanato da
Srta. Peregrine:
- O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares (Miss Peregrine’s home for peculiar Children)
- Cidade dos etéreos (Hollow City)
- Biblioteca de almas (Library of souls).
- Mapa dos dias (A map of days)
Avaliação
(1 a 5): 2.5