Legado - Hugh Howey
>> terça-feira, 11 de outubro de 2016
HOWEY, Hugh. Legado.
Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2016. 368p. (Silo, v.3). Título original:
Dust.
“Ele se engasgava e respirava ruidosamente entre as palavras. O rádio
emitiu um estalido e desligou. Juliette gritou algumas vezes com o aparelho,
mas não conseguiu conectar. Olhou para o alto da escadaria e viu a névoa acima.
A fumaça que jorrava na escadaria parecia se condensar. Ficava cada vez mais
densa diante de seus olhos horrorizados.” p.191
“O que você faria se o destino de todos que você conhece estivesse nas
suas mãos?” A frase forte é para fechar a trilogia que
começou com Silo
e sua sequência Ordem.
Como Ordem foi em grande parte um
prequel, todos estavam ansiosos pela conclusão da distopia com Legado do Hugh Howey.
Eles não conheceram uma definição de “mundo” ou
do exterior, tudo que eles conhecem é o Silo. Um gigantesco lar subterrâneo,
dividido em camadas, onde uma pequena comunidade consegue sobreviver ao longo
de 144 andares. Do lado de fora ventos venenosos, uma poeira escura e nuvens
carregadas escondem a sombra de uma cidade decrépita e uma colina, cuja base
está cheia de corpos de antigos membros dos Silo, os limpadores.
A partir daqui contém spoilers se você não leu
os livros anteriores.
Tudo que eles conheciam era o Silo, até que Juliette não faz a limpeza, sobrevive e
atravessa um mundo de poeira. Ela encontra o Silo 17, praticamente abandonado,
ocupado apenas por Solo e suas
crianças. Conversando por rádio com Donald,
do Silo 1, um dos arquitetos que projetou o local, ficam sabendo que existem
muitos outros Silos, todos isolados e nas mãos dos governantes do Silo 1. Ao
voltar para o Silo 18, Juliette promete salvar os amigos e essa é sua primeira
missão como prefeita, uma escavação para libertar Solo e as
crianças.
Suas ações são vistas com desconfiança pelos
habitantes, pequenas revoltas explodem pelo Silo e o clima é de insegurança. Ninguém acredita na existência de outros Silos, e acham que a culpa de tudo o que está acontecendo é de Juliette. Seu namorado, Lukas, é quem fica
segurando as pontas na informática, tentando apaziguar o povo. O Silo 18 corre perigo, perigo mortal.
E eles só irão descobrir tarde demais.
Enquanto Juliette tenta salvar seu mundo, sem saber se Donald é um inimigo ou
um aliado, o fim se aproxima.
~~~~~~
Vou começar dizendo que amei Silo! Uma das distopias mais diferentes
e interessantes, um livro adulto, bem escrito, muito crítico e cheio de
surpresas. Ordem já caiu um pouco,
apesar de ter muitas explicações pertinentes, foi uma leitura lenta em vários momentos.
Mas eu estava ansiosa mesmo era pela conclusão, tinha muita expectativa com Legado.
E infelizmente, o livro me decepcionou. Em boa
parte da história, nada acontecia. A narrativa foi lenta, cansativa. Tão morosa
que quando algo importante aconteceu, eu nem me empolguei ou sofri. Não consegui
me apegar aos personagens como aconteceu no primeiro livro. Até a morte de um
personagem importante, passou meio despercebida no meio de tudo.
Foi daqueles livros que eu queria terminar
logo, para saber o final, mas também para me ver livre, sério rs. O final não
me surpreendeu, foi dentro do esperado. A conclusão em si foi boa, mas tudo o
que aconteceu até lá, muito sem graça. A primeira metade do livro é muito
parada, e depois quando as coisas acontecem, o livro já está terminado.
Acho válido como conclusão, o autor conseguiu
passar a ideia que queria. De como pessoas poderosas podem destruir e manipular
um mundo todo a sua vontade. Até o conceito de mundo em si é relevante. Porque
na história o mundo seria o “Silo 18”, depois o 17, o 1, até sabermos que
existiam 50 silos. E todos eles achavam que eram os últimos habitantes do
planeta. Loucura ou ideologia, os criadores do Silo conseguiram organizar uma comunidade funcional, até que um ou outro Silo, começava a se auto-destruir.
Eu gosto dos personagens, porém, nos livros
anteriores eles eram muito mais bem explorados. Aqui a missão é mais importante
do que as pessoas. E foi agoniante acompanhar a luta solitária de Juliette, a
relação dela com Lukas, Solo e as crianças, sem saber oque aconteceria a
seguir. Todos eles parecendo tão descartáveis dentro do todo.
Enfim, quem leu me diga o que achou. Eu
esperava bem mais. E minha nota reflete meu desapontamento com a leitura
arrastada. Mesmo assim, Silo é um livro que vale muito a pena... rs. Leiam ^^
Adicione ao seu Skoob!
Trilogia Silo do Hugh Howey
Avaliação (1 a 5): 2.5