As cores da vida - Kristin Hannah

>>  segunda-feira, 19 de setembro de 2016

HANNAH, Kristin. As cores da vida. São Paulo: Editora Arqueiro, 2016. 352. Título original: True colors.

“Fiquem juntas, havia sussurrado a mãe, chorando pela primeira vez em todos aqueles meses. Minhas meninas...
- Somos irmãs – repetiu Aurora. – Eu só queria lembrar vocês. Aconteça o que acontecer, independentemente das escolhas que fizermos – com isso, seu olhar voltou-se para Winona -, permaneceremos juntas.” p.336

Já li todos os livros da Kristin Hannah lançados no Brasil, seus livros tem força própria, uma emoção palpável. Ela sempre consegue me afetar; seja por emoção, alegria ou tristeza, as lágrimas são garantidas. Seu novo livro fala sobre família, inveja, amor, esperança e perdão. Hoje vou falar de As cores da vida da Kristin Hannah.

Três irmãs. Uma pequena cidade, onde todos se conheciam, onde os preconceitos estavam arraigados desde sempre. Uma família que se desestruturou após a morte prematura da mãe, vítima do câncer. O último desejo da mãe foi que elas estivessem sempre juntas. Um pai que nunca mais sorriu. Três irmãs...

A mais velha, Winona, tinha 15 anos na época. Cresceu como o patinho feio, aquela que nunca fazia nada certo aos olhos do pai. Aurora era a cola, a apaziguadora. Ela tentava sempre acabar com qualquer desavença e seguir as regras. Mesmo aos 14 anos tinha um olhar tranquilo e um sorriso doce. Vivi Ann era a caçula. Alegre, amorosa, cheia de vida. Aos 12 anos não sabia muito bem como reagir àquela perda, então ela cavalgava.

Anos se passam. As irmãs são muito diferentes, mas continuam inseparáveis. Aos 27 anos, Winona, se tornou uma advogada de sucesso, mas voltou para casa e abriu um escritório na cidade natal, para ficar perto do rancho do pai e das irmãs. Solteira, acima do peso, nunca estava satisfeita com o que a vida lhe dera. O pai olhava para ela sempre com desconfiança ou até mesmo desprezo. Aurora tinha um marido e dois filhos lindos. E Vivi Ann podia ter tudo o que quisesse. Linda e sonhadora, é  a menina dos olhos do pai, a mulher mais adorada da cidade. Ela ficou no rancho, cuida dos cavalos e participa das corridas.

Bem lá no fundo, Winona sempre quis o que irmã caçula tinha. Um corpo perfeito, a aprovação do pai, vários homens aos seus pés. Quando sua paixão da adolescência volta a morar na cidade, acredita que finalmente pode ter sua chance. Luke é lindo e gentil. Mas ele não olha para ela, e sim para a linda Vivi Ann. Um novo morador também chega à cidade, um índio forasteiro que irá trabalhar no rancho. E a partir daí, inveja e despeito, irão abalar a estrutura da família e a relação entre as três irmãs, com consequências arrasadoras.

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Quem acompanha o blog, sabe que não costumo ler sinopses. Então já começo roendo as unhas, sem ter ideia do que vem a seguir. Kristin Hannah é sinônimo de boa leitura, de muito amor e muitas lágrimas, mas também de tragédia! Já começo a leitura com medo do que virá pela frente para as três irmãs: será que teremos uma doença grave? Acidente de cavalo com morte ou paralisia? Alguém roubando o amor da outra? Eu sabia que vinha paulada, e veio! A história é muito real, duramente construída. Temos sorrisos e lágrimas, alegrias e tristezas, desavenças e reconciliações, como em qualquer família.

Winona é uma personagem insuportável em boa parte do livro. Eu até desgostei um pouco no início, de tanto que a personagem era chata. Já imaginava que ela fosse cair do cavalo, só não sabia o que iria acontecer. Winona se achava gorda, feia, sem graça. Tinha inveja da irmã alta e magra, talentosa. Ela queria que Vivian Ann tirasse do rosto toda aquela positividade, que a irmã soubesse como era não conseguir tudo o que queria. Vivian Ann, claro, é uma fofa. Uma mulher forte, decidida, apaixonada pela vida. E doí tudo que vem a seguir. Aurora é a mais apagada, está sempre tentando unir as irmãs, resolver os problemas. Ela é forte, companheira, mas queria que sua história tivesse tido o mesmo destaque das outras.

O livro dá um terceiro salto temporal, mas não posso falar dele por conta dos spoilers. Só posso dizer que foi a parte mais pesada, eu fiquei arrasada e torci para que no final tudo desse certo. E com a Kristin a gente nunca sabe. Pode ser que tenha final feliz, ou apenas lágrimas enormes. Mistério.

Eu amei quase tudo. Uma coisa que acontece quase no final não me convenceu, foi muito do nada. E o início também é irritante, só por causa da insuportável da Winona rs.

Mais uma vez o livro mexeu muito comigo, de todas as formas. É daquelas histórias que tocam fundo, que faz você refletir muito sobre a vida, família e amor. Sim, tem inveja e rivalidade, mas é essencialmente uma história de perdão, e claro, sobre o significado da família.

É lindo! Um romance com personagens incríveis e um enredo que prende o leitor do início ao fim. Leiam! Kristin Hannah sempre vale a pena.

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Avaliação (1 a 5): 4.5

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