Fuga da biblioteca do Sr. Lemoncello - Chris Grabenstein
>> sexta-feira, 15 de julho de 2016
GRABENSTEIN,
Chris. Fuga da biblioteca do Sr.
Lemoncello. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2016. 302p. (Mr. Lemoncello’s Library, v.1). Título original: Escape from Mr.
Lemoncello’s Library.
“A nova biblioteca pública,
com sua cúpula dourada e reluzente, ocupava meio quarteirão, sua parte de trás
dando para uma antiquada torre de escritórios. A construção era uma fortaleza
quadrada: três andares com grandiosas colunas que pareciam aparadores de
livros, porque as paredes sem janelas haviam sido pintadas de forma a parecer
uma fileira gigante de volumes alinhados em uma prateleira.
- É como um majestoso tempo
grego – exclamou Miguel.
- E a maior estante de
livros do mundo – acrescentou Sierra Russel, que finalmente havia guardado o
seu exemplar.” p.57-58
Um
livro inteiro sobre uma biblioteca fantástica e moderna, quiçá a biblioteca do
futuro. Trabalhando com a bibliotecária mais famosa do mundo, um milionário
volta a sua cidade natal, onde todos os seus sonhos começaram com a ajuda da
antiga bibliotecária da cidade, para inaugurar a tal biblioteca dos sonhos,
descrita como “a biblioteca mais divertida do mundo”. Com uma premissa dessa,
meu lado bibliotecário deu gritinhos, e corri para ler. Confira o que achei
dessa aventura infanto-juvenil com Fuga
da biblioteca do Sr. Lemoncello do Chris Grabenstein.
Kyle Keeley, 12 anos, é o mais novo
de três irmãos. Sua família toda é apaixonada por jogos de tabuleiros, jogos de
vídeo-game, e de todos os outros tipos. Quando descobre que Luigi Lemoncello, o criador de todos os
jogos mais legais, estará na cidade para a inauguração da biblioteca que doou a
comunidade, fica louco de curiosidade para conhecer. E quase perde sua grande
chance, afinal, apenas 12 crianças de 12 anos seriam escolhidas através de
redações para a noite de inauguração.
No fim, acaba sendo um dos felizardos, e encantado, participa de jogos,
brincadeiras, testa as maravilhosas estantes, os computadores e a sala de
jogos. Todos os recursos disponíveis, como imagens holográficas que conversam
com o leitor, o teto maravilhoso onde imagens mostram as 10 classes principais
da Classificação Decimal de Dewey. Uma bibliotecária holográfica está sempre disponível
para ajudar, ou eles também pode consultar a incrível Dra. Zinchenko, a bibliotecária mais famosa do mundo. E isso é só o
começo, o lugar é incrível e cheio de surpresas.
A
maior delas acontece no dia seguinte, quando as crianças descobrem que estão
presas no local. Agora eles precisarão participar de um novo jogo, que promete
um prêmio incrível, para quem conseguir descobrir a saída secreta da
biblioteca. Eles precisaram decifrar pistas e charadas, destrinchar autores e
obras e correr contra o tempo para conquistar o prêmio.
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Como
bibliotecária eu adorei a premissa, quebrando todos os clichês quando se fala de bibliotecas/bibliotecários, o autor cria uma biblioteca moderníssima e uma bibliotecária tão
interessante quanto. Uma biblioteca do futuro, com direito a jogos,
brincadeiras, TVs, computadores, imagens holográficas, estantes gigantes
acessíveis através de uma espécie de trenó voador, tudo o que você, mero
mortal, sempre sonhou. E ainda é uma história infanto-juvenil divertida e
interessante, dessas que podem deixar as crianças muito mais interessadas em
conhecer bibliotecas e livros. Comecei empolgada com a certeza de que “Todo
bibliotecário precisa ler esse livro!” e de que “Pré-adolescentes irão amar”.
Ainda
acho que o público jovem vai curtir muito, mas no decorrer da leitura fui
encontrando alguns aspectos que me fizeram desgostar um pouco. A história não
evolui, ela começa muito legal e depois não passa disso, não tem um momento
grandioso, não tem grandes reviravoltas, emoções ou um final comovente. É isso,
a biblioteca, os jogos, as crianças. Achei que tudo parecia muito “politicamente
correto”. Os diálogos parecendo ensaiados. O protagonista muito
bonzinho, a criança perfeita. Os outros meninos tão legais, o “vilão” bem
forçado.
Conforme
fui lendo, tive a sensação de que o autor quis escrever uma receita ótima para
venda, um livro que agradaria bibliotecários em geral e que por consequência,
chegaria em peso nas escolas. Um livro feito sob medida para profissionais do
livro, será? Pode até não ser, mas faltou aventura e sobrou lição de moral.
Claro
que é educativo, é uma ideia legal e vai agradar muita gente. Eu mesma adorei
as pistas, os diversos livros citados, muitas obras e autores. De Harry Potter
a Dostoiévski, de Tolkien a John Green, o autor usa de diversas referências
interessantes.
Não achei um livro incrível, mas curti a leitura divertida e
diferente. Para os pré-adolescentes em geral, leitura indicada. Mas acredito
que o público adulto possa se sentir frustrado, é tudo muito simples. Quem leu me
conte o que achou.
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ao seu Skoob!
Série Fuga da biblioteca
do Sr. Lemoncello do
Chris Grabenstein:
- Fuga da biblioteca do Sr. Lemoncello (Escape from Mr. Lemoncello’s Library).
- Mr. Lemoncello’s Library Olympics (ainda não lançado no Brasil).
Avaliação
(1 a 5):