Na estrada Jellicoe - Melina Marchetta
>> terça-feira, 14 de junho de 2016
MARCHETTA,
Melina. Na estrada Jellicoe. São Paulo:
Editora Seguinte, 2016. 294p. Título original: The Jellicoe road.
“O manuscrito dela está em
cima da mesa, mas parece mais fino. As páginas estão espalhadas, como se alguém
tivesse lido. Como se alguém tivesse passado por ali, o que me deixa tensa. Não
há numeração nas páginas, então não sei se estou com o começo ou com o fim, nem
se está na sequência certa, mas, ultimamente, não estou procurando muito por
continuidade.
Só estou procurando algo
que faça sentido para mim.” p.52
A
capa desse livro é lindíssima, foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Fiquei encantada com o trabalho do capista, com
os detalhes, até porque ela é muito mais interessante do que a capa original.
Depois fui procurar saber sobre o livro que é bem conhecido no Goodreads,
com uma média alta de nota. E todo mundo ama! E aí fiquei curiosa para saber se
eu também iria gostar tanto. Confiram o que achei de Na estrada Jellicoe da Melina Marchetta.
Ninguém
sabe como começou, mas todos seguem as regras. Na pequena cidade de Jellicoe,
Austrália, uma guerra territorial é travada anualmente entre três grupos. Eles dividem fronteiras e propriedades, fazem reféns e negociam resgates. Os
estudantes do internato, os adolescentes da cidade conhecidos como citadinos e
os alunos de uma escola militar que acampam na região uma vez ao ano, os cadetes.
Taylor, 17 anos, é a líder de
um dos prédios do internato e foi escolhida para representar seus colegas nessa
disputa. John Griggs, o líder dos
cadetes, possui uma ligação misteriosa com o seu passado, mas tudo terminou
muito mal e ela odeia o que ele fez. Suas memórias do passado são fragmentados, não se lembra muito de sua vida pessoal. Sabe que foi abandonada pela mãe
na estrada Jellicoe quando criança, e foi criada por Hannah, a única presença adulta em sua vida.
Quando
Hannah viaja sem dizer nada, e ninguém sabe para onde ou quando volta,
Taylor começa a investigar mais sobre o seu passado. Encontra um manuscrito escrito
por Hannah, nele é narrada a história de cinco crianças que viveram na estrada
Jellicoe há vinte anos. Aos poucos, ela vai encontrando pistas de que aquela
história é real, e de que tem ligação com sua vida.
~~~~~~
Eu
adorei o final, gostei muito! Mas só comecei a gostar mesmo do livro depois da
página 200, antes disso achei tudo muito viajado, e isso me fez mudar a nota
final rs. Todo mundo gosta desse livro, estou me sentindo até muito pouco
filosófica por não curtir tanto, porque a história é realmente complexa e
intricada, o que parece fora de lugar no início será explicado depois e tal.
Mas eu achei o começo muito chato, as pistas fragmentadas, a mente confusa de
Taylor, os sonhos estranhos... aspectos que provavelmente eram para deixar o
leitor intrigado, me deixaram impaciente hehe.
No
início é uma história YA que você não consegue ambientar muito bem. Fiquei pensando
se era distopia, se era fantasia. Porque tinha a tal guerra, mas não parecia
uma guerra mesmo, já que só os adolescentes sabiam disso. Aí comecei a pensar
na coisa como um jogo, uma brincadeira, e aos poucos fui me interessando pelos
outros personagens, citadinos e cadetes. Não gostar de Taylor logo de cara,
pesou no meu julgamento, sei que ela tinha problemas com as lembranças, mas as
passagens desordenadas foram me desconectando da personagem. A história do
passado, dos cinco amigos, era mais interessante do que a do presente.
Aí
depois da página 200 o livro melhora muito e daí para frente é impossível não
ficar curioso, devorei o resto rapidinho. E gostei muito do final, mesmo tendo
matado os segredos. Acho que isso foi uma das coisas que me fez amar menos,
todo mundo fala que a história surpreende e que “nada é o que parece”, mas no
decorrer da leitura eu acertei tudo o que ia acontecer, aí acho que perde um
pouco da graça, não teve surpresas.
O
casal demora para se destacar, mas gostei muito do envolvimento dos dois. Foi
doce, profundo, foi até comovente considerando tudo o que acontecia ao redor,
bem fofo.
Gente,
até a resenha está confusa, eu percebi. Mas o livro é cheio de segredos, não da
para eu contar muita coisa sem spoilers. Então para quem está curioso, vocês
vão ter que ler e me contar se gostaram rs.
A
fragmentação da narrativa é a característica principal. E reconheço que Melina
Marchetta escreve muito bem, sua narrativa é inteligente e intensa. Tem até uns
traços bem poéticos que gostei bastante. Ela vai aos poucos montando o
quebra-cabeça criado. Acho que é uma questão de gosto mesmo, não amei a
leitura, mas achei o livro bem escrito.
Para
quem gosta de YAs diferentes e que prometem algo fora do comum, fica a dica
dessa leitura intrigante e diferente. Quem leu, me conte o que achou. ^^
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Avaliação
(1 a 5): 3,5