A última carta de amor - Jojo Moyes

>>  segunda-feira, 6 de junho de 2016

MOYES, Jojo. A última carta de amor. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2012. 384p. Título original: The last letter from your lover.

“- O que acha que teria acontecido se ele tivesse tornado a encontra-la?
- Os jovens não têm o monopólio dos corações partidos, sabe. – Ela começa a descer a trilha devagarzinho, e não dá mais para ver seu rosto. O silêncio antes que ela fale de novo faz cair uma pequena lágrima no coração de Ellie. – Aprendi uma coisa há muito tempo: o se é um jogo muito perigoso mesmo.” p.337

Tenho esse livro na estante faz tempo, mas sei lá porque, acabei não lendo. E com o Clube das chocólatras, finalmente saiu da fila. E era o único que faltava para eu ler da Jojo Moyes, dos que já foram lançados no Brasil. Sou fã da autora, adoro sua narrativa, seus personagens tão humanos e até seu lado trágico me agrada muito. Esse romance mistura passado e presente em A última carta de amor.

Ellie Haworth, 32, é uma jornalista que precisa dar duro diariamente para manter seu emprego. Seu jornal está mudando, sua editora é exigente e Ellie, ultimamente, vive com a cabeça no mundo da lua. Não escuta a opinião dos amigos e continua seu caso de amor com um homem casado. Ele raramente aparece e suas mensagens quando está longe são monossilábicas. Mas ela tem esperanças, está apaixonada. 
Ao fazer uma pesquisa no arquivo do jornal, encontra uma antiga carta de amor, uma carta que mexe muito com seu coração. Uma carta de um amor proibido, onde um homem desconhecido se declara a uma mulher casada. Obcecada pela história, começa a pesquisar e encontra mais cartas, aos poucos, descobrindo tudo sobre uma grande história de amor que acontecera quatro décadas antes.

Londres, 1960
Jennifer Stirling não se lembra de quase nada. Acorda em um hospital, com um homem que diz ser seu marido. Ele informa que Jenny sofreu um grave acidente de carro. Aos poucos sua memória vai voltando, mas muitas informações ainda são nebulosas. O marido exige que ela retome a sua vida normal, ao papel de esposa de um homem rico, que o acompanha a todos os inúmeros eventos sociais. Mas mesmo cercada de amigos, com todos sendo atenciosos, acha que falta alguma coisa. Até que descobre algumas cartas escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por B. Ela não sabe quem é B, não consegue se lembrar. Mas percebe que não só, estava tendo um caso, como estava disposta a largar tudo para ficar com seu amante.

“Vou aceitar o trabalho. Estarei na Plataforma 4, Paddington, às 19h15, sexta-feira à noite, e nada no mundo me faria mais feliz do que você encontrar coragem para vir comigo.
Se não vier, saberei que o que sentimos um pelo outro, seja lá o que for, não basta. Não a culpo, minha querida. Sei que a pressão das últimas semanas foi intolerável para você, e o peso disso me afeta profundamente. Odeio a ideia de poder lhe causar qualquer tristeza.
Estarei na plataforma a partir das 18hrs. Saiba que você tem meu coração, minhas esperanças, em suas mãos.
Seu,
B.” p.22
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Os livros da Jojo são muito reais, sempre mexem muito comigo. Eu me apego aos personagens, ou odeio os personagens, torço por eles, fico triste com eles, sofro até o final. E com esse não foi diferente, adorei, mas é muito vida real, deixa um gosto agridoce ao final.

São duas histórias que se convergem, histórias separadas por quarenta anos no tempo. A história do passado é linda e envolvente. Jenny tentando se lembrar do passado, com aquele marido horrível, sem saber quem era o homem que amava e o que aconteceu a ele. As cartas lindas, tãooo lindas, trocada entre eles. Dava uma agonia pensar no que teria acontecido. Se eles haviam ou não ficado juntos, porque tudo era contado muito aos poucos. As vezes voltava para o presente, eu roía as unhas, até ir de novo ao passado. Jojo sabe usar as palavras com maestria, você acaba se apaixonando um pouco pelo casal.

Já a história do presente... Não consegui gostar da Ellie, as únicas partes que gostei dela foi relacionado as investigações do passado rs, e depois mais para o final ela até melhora bem, mas aí já acaba. Essa coisa de se apaixonar por homem casado, com filhos pequenos, achar que o cara vai deixar a esposa por ela e blablabla. Tenho solidariedade zero! Acho o cúmulo alguém fazer isso e achar normal, e ainda querer simpatia e compreensão dos amigos. Eu gritava mentalmente: Burraaaa! E achava que seria merecido ela se ferrar, então não estava ligando muito para ela hehe. Vejam que a história do passado também era sobre um caso extra conjugal , mas era tudo tão diferente. Primeiro porque o marido da mulher era um traste, aí não da pena dele rs, segundo porque não havia crianças envolvidas.  E o principal, os dois estavam apaixonados. Enquanto na história de Ellie, era claramente perceptível que ele só queria sexo, e o resto fazia parte apenas da imaginação dela.

Então fiquei meio em cima do muro. No geral a leitura foi lenta, mais proveitosa. O livro demorou a me prender, Ellie me irritou... Mas o passado, as cartas, os desencontros, muito amor envolvido.

Não é o melhor livro da autora, mas é um livro romântico e meio a moda antiga. Os detalhes do passado são encantadores, a força da palavra escrita, e claro, quem resiste a um amor perdido? Leiam!

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