Rebelde - Amy Tintera
>> sexta-feira, 13 de maio de 2016
TINTERA, Amy. Rebelde.
Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2016. 334p. (Reboot, v.2) Título
original: Rebel.
“Todos me conhecem pelo
número de minutos em que estive morta.
Eles pensam que isso define
quem sou, pensam que podem me controlar.
Eles estão enganados.”
Gostei
muito de Reboot. Um YA diferente, pois apesar de ter todas as características de uma distopia,
tem também uma vibe meio de zumbi, que achei bem diferente. Um vírus dizima
parte da raça humana, mas alguns deles, voltam depois de mortos. Eles se tornam
humanos mais ágeis, quase imortais, uma raça evoluída. São chamados de Reboots,
e temidos/controlados pelos humanos. Resuminho básico para quem não conhecia, porque hoje vou falar do segundo livro com Rebelde da Amy Tintera.
Contém
spoilers se você não leu Reboot.
Wren Connolly, mais conhecida como 178, o número de minutos que ficou morta antes
de acordar, achava que não restava mais nenhuma humanidade dentro dela. Ela era
o soldado perfeito da CRAH, obedecia todas as ordens sem questionar, não sentia
nada por ninguém, humanos ou reboots, eles eram apenas mais uma missão. Tudo
muda quando conhece Callum, o 22. Aos poucos ele foi quebrando todas
as barreiras, e lhe mostrou que ela podia sim sentir empatia, podia até mesmo
amar.
Ela usa todo o seu treinamento para fugir da
CRAH e salvar Callum, na fuga, acabam libertando todos os reboots de uma
instalação. O grupo consegue fugir e chegar a reserva reboot, onde acreditam
que poderão viver em paz. Chegando lá, descobrem que o líder, Micah, tem outros planos. Ele pretende invadir as bases e matar
todos os humanos. Ou todos os que não voltarem como reboots.
Agora
Wren e Callum precisam decidir de que lado ficam nessa história. Lutar ao lado
dos reboots, fugir e viver longe da guerra, ou, tornarem-se rebeldes.
“Eu sorri, ficando na ponta
do pés para beijá-lo mais uma vez. Ele sorriu contra os meus lábios e me perdi
em seus braços, decidida a esquecer da insanidade que nos rodeava pelo tempo
que fosse possível.” p.274
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Eu
gostei muito da leitura! Mas, e é a segunda vez que acontece isso comigo... eu
jurava que era uma trilogia, e pelo jeito termina aqui mesmo. Esse livro foi
lançado em 2014 nos EUA e não saiu mais nada depois. Gostei da leitura,
mas como final, esperava mais. Não termina no ar, mas ficou tudo muito mal
resolvido. Não dá para enxergar muito bem o que vem em seguida para o mundo, e
para alguns personagens. Acho que se eu tivesse pesquisado antes, já lesse
ciente de que seria o final, iria pensar diferente, vá saber rs.
Enfim,
o livro é cheio de aventura, romance e muita adrenalina. Quando você pensa que
eles estão fugindo para algo melhor, caem no meio de uma confusão maior ainda.
Wren tentando se adaptar a essa nova forma de vida, livre, gostando de alguém,
se preocupando com outras pessoas. É muito legal a forma como ela vai mudando
seu modo de pensar, se tornando mais humana. E tudo por causa de Callum, que é
puro amor. Ele gosta, ele cuida, ele não exige muito em troca. Casal fofo.
Adorei todas as cenas entre eles! Mas fiquei agoniada com o tanto que se
separam durante o livro, um vai para um lado, o outro vai fazer outra coisa, e
dá merda. Aí eles se desencontram e eu fiquei roendo as unhas para não
acontecer nenhuma tragédia no final.
O
livro tem uma abordagem interessante quando fala de humano X reboot. Os humanos
fizeram de tudo para escraviza-los, mas os reboot são superior em força,
agilidade e se regeneram muito rápido. Quando eles fogem, muitos deles querem se
vingar e destruir os humanos. Criar um novo mundo mais evoluído, só de reboots.
E eles demoram um pouco a perceber, que o que importa é a atitude de cada
pessoa, não a sua “raça” ou como queiram denominar.
A
mesma abordagem se repete com os personagens. Para eles Wren é super fodona
porque carrega o número 178 (quanto mais tempo uma pessoa ficar morta antes de
acordar como reboot, mais forte e temível ela se torna), enquanto Callum é um
simples 22, não esperam muito dele. E no decorrer do livro, a autora mostra que
respeito, força e liderança é questão de caráter, não de um “número”. No fim, outras características são muito mais importantes, com sua força de vontade para lutar e vencer.
Ou
seja, em um livro YA, voltado para o público jovem a autora aborda de forma
muito interessante o preconceito e a quebra de paradigmas. Gostei muito da
premissa e da lição por trás da história. Para quem curte o gênero é sempre uma
boa pedida. Leiam!
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Duologia Reboot da Amy Tintera
- Reboot (Reboot)
- Rebelde (Rebel).
Avaliação (1 a 5): 3.5