Viagem Literária: Cerimônia mortal

ROBB, J. D. Cerimônia mortal. 3 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. 392p. (Mortal, v.5). Título original: Cerimony in death.

“Pela primeira vez, ele dormiu antes dela. Eve ficou deitada no escuro, ouvindo-o respirar, roubando um pouco do calor do corpo dele enquanto o dela esfriava. Já que ele estava dormindo, ela acariciou seu cabelo.

- Eu amo você – murmurou ela. – Amo tanto que em sinto uma idiota por causa disso.

Dando um suspiro, deixou-se acomodar junto dele, fechou os olhos e se obrigou a esvaziar a mente.

Ao seu lado, Roarke sorria no escuro.

Ele jamais dormia antes dela.” p.214

Bom, continuo sem chances reais de colocar essa série em dia, mas pelo menos consegui ler 2 este ano rs, claro, graças ao Clube da Chocólatras. A série policial futurista mistura romance e muita ação. Eu adoro! Confira o que achei do quinto volume com Cerimônia mortal da J. D. Robb.

A série policial futurística se inicia em 2058, com o mundo muito diferente. Apesar de todas as modernidades - carros voadores, alimentação através de auto chefs - comida de verdade é um privilégio dos ricos-, habitações em outros planetas, etc -, as pessoas continuam matando por loucura, ganância, inveja ou maldade... como antigamente. A resenha não contém spoilers sobre desdobramentos dos livros anteriores, mas fala sobre a vida pessoal dos protagonistas.

Eve Dallas estava passando por um período de calmaria, casos simples e fáceis de resolver, entediantes. Mas sua vida pessoal era sempre muito “animada” ao lado do marido milionário, Roarke. Ela ainda tinha dificuldade de aceitar amar tanto e ser amada, ainda estranhava o falto dele tê-la escolhido, com tantas opções mais interessantes. E ainda estranhava todas as comodidades a que tinha acesso. Além de sua carreira na polícia, se tornou também a famosa companheira de Roarke.

Quando um bom policial morre, Eve e seu amigo Ryan Feeney ficam tristes e pesarosos, afinal, Frank morrera de ataque cardíaco, muito precocemente. Até que seu comandante, Jack Whitney, ordena que Eve faça uma investigação sigilosa sobre o assunto. Irá contar apenas com a ajuda de sua assistente, Delia Peabody, e não pode contar nada para ninguém. Se sente mal por esconder isso de Feeney, mas conta com a ajuda de Roarke para obter informações sigilosas.

Ao que tudo indica, o falecido estava tentando ajudar a neta, Alice. A moça se envolvera com uma perigosa seita satânica. De repente, a cética Eve se vê envolvida com bruxas, poderes, magia branca, seitas religiosas e magia negra. Acredita que o assassino é humano e muito inteligente. Mas nem tudo pode ser explicado através da lógica, e Eve precisa se proteger do mal, de todas as maneiras.

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Bem diferente dos anteriores. Apesar de todos terem um serial killer ou várias mortes, aqui o cenário é mais sombrio e misterioso. Seitas satânicas, bruxas wiccas, muitas suspeitas e nenhuma pista. Eve se sente frustrada, pois não acredita em nada dessas “besteiras”, e perdida em meio a acontecimentos inexplicáveis. Roarke está mais protetor do que nunca, sempre perto para acompanhar a mulher e se negando a “agir como um civil”. O livro é cheio de piadinhas entre eles, é muito divertido. A interação dos dois é sempre perfeita, apesar de esse exagerar um pouco no número de cenas sexuais, me deram preguiça rs.

A parte romântica, a interação deles com os personagens coadjuvantes: Peabody, Feeney, Mavis, Nadine e Summerset é sempre perfeita, adoro acompanhar a vida de todos. Gostei muito de Jamie também, um garoto super inteligente, 16 anos, neto do Frank e irmão da Alice; espero que ele apareça em algum livro no futuro.

Já a parte policial, não foi tão bem elaborada. Tudo começou muito bem - apesar de previsível-, mas no final embolaram tudo. A Nora Roberts tem um problema sério com finais! Você vai lendo, lendo e vê que o livro está acabando... e já penso: "Não tem como ela fazer um final decente, falta muita coisa e restam poucas páginas". E é batata! Termina corrido demais. Eve e Roarke voltam na sequencia, mas os outros personagens ficam meio abandonados. Principalmente o casal wicca que teve muita importância na história.

Achei a descoberta do assassino muito forçada, foi o que perdeu mais pontos comigo. Imagina, você mata impunemente um monte de gente, aí você arranja um testa de ferro para ficar livre e dá certo. Mas aí não, você vai lá e joga tudo para o alto ameaçando alguém e dizendo o de sempre: “Matei mesmo, agora você também vai morrer, rarara!”. Aí gente, putz, isso é muito “Supercine” para o meu gosto.

Então, eu adoro a série! :-P. Reclamei desse, acho que foi o que menos gostei até agora, mas no geral amo os personagens e o enredo. Quem leu me conte o que achou, leiam!

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Série Mortal

In: http://www.jdrobb.com