A testemunha - Nora Roberts
>> segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
ROBERTS, Nora. A testemunha. Rio de Janeiro: Editora Bertrand, 2015.
476p. Título original: The witness.
“- Você
ainda me ama.
- Me
escute. – Ele andou pisando forte até ela e a puxou até que a moça se
levantasse.
– Eu espero... Não, eu exijo mais respeito de você. Não sou um desses retardados fracos e babacas que fogem quando tudo não está exatamente perfeito. Eu amava você uma hora atrás. Amo você agora. Vou continuar amando você, então, acostume-se e pare de esperar que eu e te decepcione.” p. 329-330
– Eu espero... Não, eu exijo mais respeito de você. Não sou um desses retardados fracos e babacas que fogem quando tudo não está exatamente perfeito. Eu amava você uma hora atrás. Amo você agora. Vou continuar amando você, então, acostume-se e pare de esperar que eu e te decepcione.” p. 329-330
Suspense
romântico é um gênero que eu curto muito, ele mantém o romance que tanto
gostamos, mas foge um pouco dos clichês, criando tramas secundárias mais interessantes
e diferentes. Lançado nos EUA em 2012, A
testemunha da Nora Roberts finalmente chega ao Brasil, e só o título já me
deixou curiosa, confiram o que achei da leitura.
Elizabeth Fitch, 16 anos, era considerada um gênio para
a sua idade. Criada por uma mãe inteligente e muito controladora, uma médica
que planejou e escolheu muito bem os genes do pai da futura filha, através de
inseminação artificial. A menina cresceu
com toda sua vida planejada. Pulou matérias, aprendeu línguas, já estava em
Harvard para seguir o sonho de cursar medicina no futuro. O sonho da mãe, ela
não queria nada daquilo. Sua dieta, seus exercícios, suas roupas, tudo era
planejado e aprovado. Até que ela cansou. Por uma noite se revoltou, e fez tudo
o que uma adolescente em sua idade faria. Pintou o cabelo, fez amizade com Julie, resolveram falsificar documentos
e ir para uma boate. Lá conheceram dois homens lindos e interessantes, foram
para a casa de um deles.
12 anos depois
Abigail Lowery, 28 anos, mora em Bickford, interior do
Arkansas, há quase um ano. Comprou uma propriedade isolada e se mantém
distante. Apesar do interesse comum em uma pequena cidade, ninguém sabe nada
sobre ela. Ela mora sozinha, é reservada, dona de um cachorro enorme chamado Bert e dirige uma SUV preta. Tudo nela
é discreto e evita chamar atenção. A falta de informações desperta a
curiosidade dos moradores.
Entre eles está o chefe da policia local, Brooks Gleason. Solteiro, voltou a
trabalhar na cidade depois do pai passou por um problema de saúde, filho de uma
família acolhedora e unida, não se intimida perto do silencio de Abigail.
Ao tentar se aproximar, descobre que além de arisca, ela também é muito
inteligente, direta e tem uma filosofia de vida incomum. Anda sempre
armada, e Brooks começa a suspeitar que Abigail está fugindo de algo. Acostumado a lidar com
pequenas desordens causadas por bêbados e adolescentes da cidade, ele não sabe o
que são bandidos de verdade. Ela vê sua vida solitária e independente
desmoronar, quando seu coração parece querer mais.
“Que a
justiça seja feita,
Mesmo que
o céu desabe.” Lord Mansfield p.346
~~~~~~
O enredo em si prende do começo ao fim, é uma
história que tem tudo, como vocês podem ver acima, para arrasar. Mas rendeu
muito menos do que o esperado. A parte dos bandidos ficou à margem, o suspense
perdeu muito para o romance e o final foi corrido. Fiquei frustrada porque sei
o quanto podia ter sido melhor desenvolvido, mas esse não foi o maior problema, até
porque gostei muito dos personagens e do romance.
Gostei do casal, gostei principalmente de Abigail.
Ela é uma mulher diferente e muito interessante. Seus diálogos inteligentes,
suas opiniões sinceras, seu jeito incomum de se expressar me conquistaram. Ela demora
a entender piadas, sarcasmo, entende tudo literalmente. Em contraste com o
Brooks, que é um rapaz do interior pronto para se apaixonar. Ele só recebe não dela, mas continua insistindo, ela se mostra seca, ele vai conquistando pouco a pouco sua
confiança. Bert também é um personagem fofo, adorei aquele cachorro grandão e
protetor. Os personagens secundários são bons, a mãe de Brooks é uma
peça rara. Gostei dos dois juntos, da sinceridade, da ausência de joguinhos e brigas bobas.
A inteligência afiada e a forma como ela lida
com os problemas também são interessantes. Sem dúvida a personagem passou por
poucas e boas e sobreviveu, não só isso, como deu a volta por cima.
Tudo teria funcionando bem se não fosse os
desdobramentos fáceis demais e corridos, e a edição. Gente, nunca vi um livro
da Nora com uma tradução tão ruim, são várias frases com erros de concordância
ou palavras comidas, em alguns momentos você nem consegue entender o que
estavam querendo falar. E repete-se a palavra MOÇA tanto, mas tanto, que eu
acredito ser um problema da tradutora. Abigail é uma mulher feita, mas no livro era
a moça isso, a moça aquilo. Juro que se fosse um e-book eu ira olhar quantas
vezes a palavra aparece rs. Observem abaixo, um dos exemplos dos vários erros
que encontrei, e depois o moça 2 vezes seguidas em uma mesma página.
“-Eu quis mencionou de que realmente não
havia um terceiro homem, que poderia ter circundado a casa.” p.299
“O estômago estava embrulhado, o coração,
disparado, e, a cada quilometro que andavam, a MOÇA tinha que lutar para não se
desesperar.”
“ Ele pôs a tigela embaixo do braço e ergueu a
caixa de cerveja. Com a MOÇA segurando a coleira do cachorro...” p. 418
Essas coisas foram me irritando bastante no
decorrer da leitura e pesaram na minha avaliação. No fim eu gostei do livro,
não é o melhor suspense da Nora, mas é uma boa leitura. Não é um livro que vai
entrar na minha lista de favoritos da autora, mas foi uma leitura válida, principalmente
pelos personagens. Quem leu me conte o que achou. ^^
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Avaliação (1 a 5): 3,5