À procura de Audrey - Sophie Kinsella

>>  quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

KINSELLA, Sophie. À procura de Audrey. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2015. 334p. Título original: Finding Audrey.

“Foi aí que todas as coisas ruim aconteceram. E meio que rolei ladeira abaixo. E cá estou. Confinada dentro do meu cérebro idiota.” p.47

Sou fã da Sophie Kinsella, adoro seus chick-lits e sempre dou muita risada com suas personagens maluquinhas. Mas esqueçam tudo o que vocês sabem da autora, ela resolveu se aventurar em escrever um livro para o público jovem, com um enredo mais sério e temas que mudam totalmente a vida de uma adolescente. Fiquei meio sem saber o que esperar, mas curiosa para conferir. E hoje conto o que achei de À procura de Audrey.

Audrey Turner, 14 anos, era uma menina tímida e muita estudiosa, dessas que enfiam a cara no caderno e odeiam quando são citadas pelos professores como um bom exemplo. Até que começa a sofrer bullying na Stokeland Girls’ School e a principio, os professores não acreditam nela. Ninguém nunca descobriu o porquê nem o que aconteceu direito, mas como resultado, três garotas foram expulsas, os pais a tiraram da escola e Audrey está em casa desde então; tirando o tempo em que ficou no hospital.

Hoje Audrey faz tratamento semanal com a Dra. Sarah, mas ainda não consegue fazer coisas simples, como olhar para outras pessoas, sair à rua, atender a campainha ou falar ao telefone. O diagnóstico completo foi transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos.

Seus pais, Ann e Chris, deram todo o apoio possível e esperam com paciencia para que Audrey melhore. Seu irmãozinho de 4 anos, Felix, é a única pessoa com quem se sente realmente a vontade, que consegue tocar e olhar nos olhos, sem os óculos escuros que usa o tempo todo, dia ou noite. Com tudo isso acontecendo, a mãe parou de trabalhar para cuidar melhor da filha.

Seu irmão mais velho, Frank, está obcecado com um jogo de computador, Land of Conquerors e treinando para participar de um campeonato importante em equipe. Ele se torna o novo projeto da mãe, que se convence que o filho está viciado em jogos e vai fazer de tudo para tirá-lo dessa, forçando-o a fazer atividades “normais’. Um de seus amigos, Linus, irá jogar em sua equipe e começa a frequentar sua casa. Audrey no começo fica horrorizada com a ideia, mas acaba começando a ficar a vontade com as visitas. Quando isso vira algo mais, Audrey começa a se esforçar de verdade para melhorar.

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Não me agradou tanto, e estou até triste por não ter gostado mais rs. Primeiro por gostar tanto da autora, depois por ver tantos elogios por aí, o livro está com média de 4.1 no Skoob. Ou seja, não desanimem, vocês realmente podem gostar muito mais do que eu.

Sou impaciente, não tenho muito saco para protagonista depressiva. É tudo tão lento, tão difícil, e quem está de fora realmente não consegue entender o tamanho dessa dificuldade... Eu sei, deveria ser mais compreensiva – principalmente para quem tem uma mãe bipolar -, mas eu ficava com preguiça metade do tempo. Talvez o problema maior foi que a história já começa após tudo ter acontecido, nós sabemos que  o bullying ocasionou tudo, mas não sabemos exatamente o que foi. E a protagonista até cita que “isso não é o importante”, mas para mim é sim. Fiquei o livro todo curiosa para saber o que aconteceu, e não conta! Isso é muito frustrante! Afinal, para três alunas serem expulsas, precisa ser algo bem mais sério do que fazer piadinha com alguém, não? 

O segundo problema para mim foi a protagonista em si, todos os personagens secundários eram melhores que ela. Linus é o ponto alto do livro, o menino é um fofo! Felix é uma gracinha e Frank é uma comédia, foi nele e na mãe que reconheci o estilo leve e divertido da  autora, têm cenas com os dois muito engraçadas. Agora não acontece muita coisa na vida da Audrey. Imagina, o livro todo narrado pela menina... mas ela não fala com ninguém exceto a família, a médica e depois Linus, com raras exceções; não sai de casa, ou seja, não tem realmente muito assunto rs. Achei lento, chatinho.

Tudo gira em torno da menina, não ficamos nem sabendo mais sobre Linus e  o porque de sua infinita paciência com Audrey. Sabemos que ele tem uma avó piradinha e só. O romance é fofinho, mas bem fraco. E o final não ajuda, tudo se resolve rápido, não se explica muita coisa e fim. Ah Kinsella, eu esperava bem mais de você.

Gostei da família dela no geral, foram as partes divertidas. E gostei também do tema abordado, bullying sempre é um assunto interessante, que precisa ser mostrado. E gostei das sessões com a psicóloga, os tratamentos e a forma como ela dizia que tudo iria melhorar com o tempo, que nada seria rápido e fácil, a médica fala o tempo todo de um “gráfico com altos e baixos” para descrever a doença da Audrey, gostei de tantas informações. Enfim, quem leu me conte o que achou, para mim deixou muito a desejar.

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Avaliação (1 a 5): 2,5

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