A irmandade perdida - Anne Fortier

>>  quarta-feira, 21 de outubro de 2015

FORTIER, Anne. A irmandade perdida. Rio de Janeiro: Editora Arqueiro, 2015. 528p. Título original: Lost sisterhood.

“Eu sou uma amazona, matadora de animais e de homens, ela dissera, com os olhos azul-acinzentados iluminados por um brilho febril, metálico. A liberdade corre em minhas veias; corda nenhuma pode me prender. Eu nada temo; é o medo que foge de mim. Ando sempre para a frente, pois esse é o único caminho. Quem tentar me impedir sentirá minha fúria.” p.194

Julieta, primeiro livro da autora, é um dos meus romances queridinhos, amei de paixão e fiquei afoita quando vi que teríamos um novo livro da autora chegando no Brasil. De Shakespeare para as Amazonas, a autora nos insere mais uma vez em meio a acontecimentos históricos reais. Confiram o que achei de A irmandade perdida da Anne Fortier.

Diana Morgan, 28, é uma filóloga especialista em mitologia grega, mais especificamente, pela história perdida das Amazonas. Como professora de Oxford ela já se acostumou as constantes críticas à sua linha de pesquisa, algo que muitos consideram um mito. Mas ela sempre foi obcecada pelo assunto desde criança, quando sua avó – que se intitulava uma amazona e tinha maneiras estranhas – desapareceu misteriosamente.

Quando uma fundação misteriosa a convida para visitar uma escavação ligada ao assunto, Diana tenta resistir, mas acaba aceitando a oferta e partindo em uma viagem para destinos desconhecidos. Ela logo conhece o representante da fundação que a contratou, Nick Barrán, um homem estranho e pouco confiável, que a guia até um templo recém-encontrado, o templo da deusa da lua. O templo foi destruído há 3 mil anos, e agora escritos na parede podem revelar sua história.

A avó misteriosa de Diana havia lhe deixado um caderno, com uma linguagem desconhecida. Ela sempre achou que fosse uma bobagem, até que vê semelhanças entre o caderno e linguagem da parede do templo. Traduzindo os escritos, encontra pistas sobre Mirina, a primeira rainha amazona; que atravessou o mar com a ajuda dos troianos para salvar suas irmãs sequestradas por piratas Gregos, mudando para sempre a história daquele povo.

Diana e Nick enfrentam perigos e desafios para provar a existência das amazonas, amigos e inimigos estão a espreita, ela não sabe em quem confiar. Tudo começa a dar errado, muita gente está interessada em suas descobertas. No passado Mirina e suas irmãs, lutam para sobreviver. No presente, Diana quer provar a existência das amazonas e mostrar sua importância para a humanidade.

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Esse é um livro complexo, que me despertou emoções contraditórias. Em um momento eu achava lento e tedioso, em outro eu lia empolgada. Adorei algumas coisas, achei outras muito sem noção. Esperava mais, esperava algo tão poético quanto o primeiro livro da Anne, e acabei encontrando um romance no estilo “Dan Brown”. A narrativa intercala entre duas histórias, Diana no presente, Mirina no passado.

Diana é a mulher comum, especialista em uma área de estudo, que desperta o interesse de um pesquisador milionário misterioso, ele a contrata para estudar e decifrar um mistério. Nada da sua expertise é realmente necessária, já que ela tem um dicionário misterioso dado pela avó quando ela ainda era uma criança (COF,COF). Aí ela tem dois bonitões no seu pé, Nick cheio de mistérios representando o contratante, James – seu colega de trabalho em Oxford - que caiu de paraquedas no meio da confusão se dizendo apaixonado por ela (AHNN?!). Como ela é trouxa, não desconfia de nada. Apesar de saber que não pode confiar em ninguém, saí em um corrida desembestada, sem planejar nada, sem saber o que está fazendo, com o único objetivo de rastrear as amazonas. Sua bolsa é roubada, muita coisa importante some. Aí o leitor pensa: "agora ela vai proteger melhor tudo...", ledo engano. Ela é uma professora de Oxford, mas qual não é o meu espanto ao vê-la lanchar em cima de um manuscrito antigo! #todososbibliotecárioschoram Tem umas coisas toscas e bem sem noção, as pistas e pessoas caem no colo dela, vira uma corrida doida... sem saber de quem está correndo ou atrás do que está indo rs.

Mas eis que eu não odiei, do contrário que pode parecer no parágrafo acima. Principalmente por conta da história de Mirina e as primeiras amazonas no passado. A história do passado é ótima! Tem guerra, luta pela sobrevivência, amor proibido. Tem Páris, os troianos, os gregos de Menelau e uma Helena de Troia muito diferente. Essa história é bem diferente do que conhecemos e achei muito legal as mudanças. Eu lia com preguiça as histórias do presente e da sem noção da Diana, doida para voltar para Mirina hehe. Não foi só da Mirina que gostei, melhorou muito no final, de repente ficou cheio de aventuras e terminou bem.

Acredito que a autora se perdeu um pouco no meio do caminho, tentando escrever uma aventura, intermediando com uma saraivada de fatos históricos. Ficou lento, ficou confuso e me decepcionou um pouco. Por outro lado eu gostei das duas protagonistas, mulheres fortes, decididas, sem medo de arriscar. O livro fala muito da força e da independência das mulheres, superando os homens em vários quesitos. Gostei também dos romances, de ambas as histórias.

Fazendo um balanço de pontos positivos e negativos, eu gostei da leitura, mas ficou bem aquém do esperado. Quem leu me conte o que achou. De qualquer forma é uma leitura interessante para quem gosta de romance histórico nesse estilo. Leiam!

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Avaliação (1 a 5): 3.5

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