Brilhantes - Marcus Sakey

>>  quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SAKEY, Marcus. Brilhantes. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2015. 474p. (Brilhantes, v.1). Título original: Brilliance.

“ – Eu não entendo – falou Dickinson. – Você é normal. Por que iria ajudá-la?
Bryan fez uma cara de quem mordeu algo podre.
- Isso é o mesmo que perguntar por que um branco participaria de uma manifestação com Martin Luther King. Eu ajudo porque é a coisa certa a ser feita. Superdotados são pessoas. São nossos filhos, irmãos e irmãs, vizinhos. Vocês querem rotulá-los, persegui-los e explorá-los. E aqueles que vocês não controlam, vocês matam.
Este é o motivo.” p. 52

Quando vi esse lançamento logo me interessei, sinopse diferente e uma história com ares de distopia e fantasia. Depois de ler acredito que o gênero que melhor se encaixe seja o de ficção cientifica. E a história promete! Confiram minha opinião sobre Brilhantes do Marcus Sakey.

O mundo mudou. Tudo começou por volta de 1980, quando crianças começaram a nascer com sinais de inteligência avançada. Ninguém sabia dizer porque isso acontecia, e porque algumas crianças eram escolhidas. Elas tinham diferentes dons, dons incríveis, para a pintura, para a matemática ou medicina. Dons de rastreamento, dons sobre humanos. Eles ficaram conhecidos como “Brilhantes”. Tinham dons, dons que começaram a ser temidos por aqueles considerados “normais”.

Nick Cooper é um agente brilhante, um rastreador. Seus dons foram desenvolvidos e ele é um agente do governo, treinado para caçar terroristas superdotados. Pessoas com poderes que foram acusados de algum crime. Ele trabalha para o DAR – Serviços Equitativos. Órgão do governo que ganhou poderes ilimitados após um grande atentado terrorista contra os EUA. Ele é um assassino, ele captura se precisam do prisioneiro vivo, ele extermina se for ordenado. 

Agora seu alvo é o maior terrorista americano, o homem que pretendia começar uma guerra civil no país. Eles clamam direitos iguais para os brilhantes, lutam por liberdade. As crianças brilhantes são enviadas para academias aos 8 anos, onde deverão ser  treinadas e desenvolverem seus dons. São afastadas da família. Esses e outras atitudes do governo geram revolta.

“13 de março de 2013.
Opinião: País dividido, país exposto
Desde o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos têm sido a única superpotência mundial. E, no entanto, ontem nós descobrimos que somos vulneráveis. Que apenas o poder não pode proteger de um inimigo verdadeiramente implacável, que esteja disposto a abandonar as regras da guerra e atacar os inocentes.
Nos dias e semanas vindouros, haverá uma discussão interminável sobre responsabilidade. Enquanto você lê esse texto, nossa comunidade de inteligência está fazendo uma lista de prováveis suspeitos. Um nome é garantido de estar no topo: John Smith, o ativista que virou terrorista, que há muito tempo abraçou a violência como um meio para atingir seus fins.
Mas se o ataque de ontem nos mostrou alguma coisa foi que o problema é maior e mais perigoso do que imaginávamos.  O problema está no fato de que somos duas nações.
Os superdotados e o restante de nós. E uma casa dividida não se mantém de pé. Os superdotados são seres humanos – nossos filhos e amigos. E a maioria está tão horrorizada, tão magoada, por esse ataque vergonhoso quanto o restante de nós. Mas permanece o fato de que a existência dos superdotados é uma ameaça à paz, à soberania, às nossas próprias vidas...” p.177

John Smith é o terrorista mais procurado do país. Para encontra-lo, Nick vai por em risco sua carreira e sua própria vida. Vai deixar para trás seus dois filhos e a ex mulher, precisa se infiltrar em meio ao que mais teme.

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Adorei! A narrativa começa lenta, Nick Cooper não é um protagonista muito simpático, não é daquele cara que você vai gostar logo no inicio. Na verdade eu passei o livro todo discordando de suas opiniões, obviamente, torcendo pelos Brilhantes. Ele é um cara honesto, que acredita realmente que está fazendo o melhor pelo seu país e para o futuro dos filhos, mas o tempo todo eu colocava em cheque tudo o que ele dizia, principalmente pela forma que o governo agia com as crianças brilhantes.  

Com o tempo Nick também começa a questionar algumas coisas, principalmente porque ele tem um filho normal e uma filhinha brilhante, com apenas 4 anos de idade. Fofas as crianças, por sinal, pena que aparecem pouco.

A segunda metade já é bem ágil, são perseguições aos terroristas, ações e mais ações para tentar descobrir os planos do John Smith e captura-lo. Os poderes são mostrados aos poucos, não tem nada muito “heroes” não, são poderes ligados a uma inteligência sobre humana, como no caso dele, como rastreador. Achei muito interessante isso, os poderes e como eles são usados. Obviamente o governo quer controla-los, muitos dos equipamentos que servem para rastrear brilhantes, foram desenvolvidos por outros brilhantes.

Acho que só não foi um favorito porque não me apaguei ao personagem principal no início, e demorei um pouco para me empolgar. Porque tem tudo o que eu gosto: o enredo é diferente e bem construído; é cheio de críticas ao governo dominante, ao pensamento comum, a manipulação dos meios de comunicação; tem muita ação e ótimos personagens. Alguns dos melhores personagens só aparecem da segunda parte em diante, como Shannon, uma superdotada muito foda rs!

Apesar de sair pela Galera Record, que sempre dá aquela ideia de juvenil, o livro é adulto. Os personagens são adultos e a linguagem também é mais adequada a esse público. O final foi fantástico e eu estou já louca pela continuação. Não termina no ar, podem ficar tranquilos, mas a história seguinte promete.

Eu adorei e indico para todos que curtam o gênero, leiam!

Adicione ao seu Skoob!

Trilogia Brilhantes do Marcus Sakey
  1. Brilhantes (Brilliance)
  2. Um mundo melhor (A better world)
  3. Written in fere (ainda não lançado no Brasil).
Avaliação ( 1 a 5): 4.5

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