Uma história de amor e TOC - Corey Ann Haydu
>> sexta-feira, 5 de junho de 2015
HAYDU,
Corey Ann. Uma historia de amor e TOC.
Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2015. 318p. Título original: OCD love
story.
“Podemos
ser loucos, mas existe uma lógica por trás até mesmo das coisas mais loucas que
fazemos. ” p.237
Um
dos gêneros que tem se destacado muito atualmente são os sick-lits, a
literatura da doença. Os autores abordam temas difíceis, principalmente para os
que estão passando pela adolescência, época que por si só já é complicada. Hoje
vou contar para vocês o que achei de mais um lançamento, Uma história de amor e TOC da Corey Ann Haydu.
Bea está passando por uma
fase complicada, achou que estava melhorando, que estava bem, mas continua a
negar seus problemas para sua psicóloga, Dra.
Pat. Foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo e apesar de
sempre fingir estar no controle, suas manias estranhas são perceptíveis para
aqueles ao seu redor. Seus pais tentam ser cuidadosos, mas vivem em um mundinho só
deles, são um pouco ausentes. Bea está sempre ao lado da melhor amiga, Lisha, uma menina solitária que tenta
apoiá-la da melhor maneira possível.
Quando
Bea conhece Beck, já enxerga, mesmo
com a falta de luz do baile da escola, que ele sofria do mesmo problema.
Reconhece uma crise de pânico imediatamente, e tenta ajudá-lo. Ele também sofre
de TOC e parece estar com mais problemas do que ela. Beck faz tudo em
sequencias de 8, lava as mãos 8 vezes, se tocar em algo, precisa começar a
rotina toda novamente. Ele é também obcecado por malhação, ao ponto de malhar “8”
horas seguidas e quase ter um colapso. Por trás dos sintomas, cada um tem seus
próprios problemas, o gatilho que ocasionou tudo isso. Bea tenta se controlar,
mas se belisca, age como uma stalker e não consegue dirigir a mais de
40km/hora. Apesar do TOC, esta é apenas, mais uma história de amor.
~~~~~~
A
melhor definição para esse livro seria: intenso.
A sensação que tive durante toda a leitura foi: angustiante.
Eu já tinha lido sobre o assunto em No escuro, porém este é o primeiro YA que leio sobre o assunto, no outro livro a personagem adulta passou por uma situação extrema e vivia cada dia consumida pelo medo. É impossível não se solidarizar com os problemas desses personagens e torcer por eles, para que sejam fortes, para que consigam enfrentar seus medos e melhorar. Eu ficava desesperada com a rotina que eles precisavam seguir, principalmente com Beck, que faz tudo em número de 8 e é completamente obcecado por limpeza e malhação. Bea é meio confusa, uma hora eu tinha muita pena dela, em outras ficava irritada com seu comportamento imaturo.
A sensação que tive durante toda a leitura foi: angustiante.
Eu já tinha lido sobre o assunto em No escuro, porém este é o primeiro YA que leio sobre o assunto, no outro livro a personagem adulta passou por uma situação extrema e vivia cada dia consumida pelo medo. É impossível não se solidarizar com os problemas desses personagens e torcer por eles, para que sejam fortes, para que consigam enfrentar seus medos e melhorar. Eu ficava desesperada com a rotina que eles precisavam seguir, principalmente com Beck, que faz tudo em número de 8 e é completamente obcecado por limpeza e malhação. Bea é meio confusa, uma hora eu tinha muita pena dela, em outras ficava irritada com seu comportamento imaturo.
Achei
a historia muito interessante, principalmente para quem quer saber mais sobre
TOC, as vezes podemos conhecer alguém que tem o problema e não sabemos como ajudar, ou
sofremos de algo parecido e não sabemos como procurar ajuda. Da mesma maneira, o livro nos ensina a ser mais
tolerantes e menos preconceituosos ao encarar o “diferente”, mostra como alguns dos nossos problemas são pequenos, quando colocados em perspectiva. Os jovens
pacientes da Dra. Pat passam por desafios terríveis.
Porém, faltou algo para ser um livro incrível. Acho que o maior problema
está na narrativa em primeira pessoa, de Bea. Um livro nesse naipe merece ser
contado sob vários olhares. Os outros personagens ficam à margem da historia.
Você não sabe o que passa na cabeça dos pais dela, da melhor amiga, de Beck ou
dos outros meninos da terapia em grupo. A história fica toda cheia de buracos,
porque nós só vemos o que Bea vê, o que ela sente, e como sua cabeça é muito
inconstante, deixa a história meio confusa em alguns momentos. Achei o final um
pouco sem graça também, esperava mais.
Li
uma critica negativa, onde alguém dizia que não gostou porque afirmavam ser “uma história
de superação” e que “Bea mal ficou perto de Beck, ela não o ajudou tanto
assim”. Eu vi a história entre os dois por outro ângulo, é sim uma história de
amor e mais ainda de superação. Não pelo que Bea fez ou deixou de fazer, mas
simplesmente por ele gostar dela e querer melhorar, por ela. Isso é ou não é,
amor?
A
narrativa é ok, porém encontrei vários erros na tradução, principalmente de palavras
trocadas; por outro lado, a capa é maravilhosa! Tem um auto relevo lindo,
uma fofura. Muita coisa podia ter sido melhor desenvolvida, mas como é o primeiro livro da autora, gostei do resultado. Não
amei de paixão, mas é uma história interessante, que aborda um tema forte e que
merece ser lida. Quem leu me conte se gostou, leiam!
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Avaliação
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