O substituto - Philippa Gregory

>>  sexta-feira, 22 de maio de 2015

GREGORY, Philippa. O substituto. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2015. 272p. (Ordem da escuridão, V.1). Título original: Changeling.

“Como duas meninas bonitas como a senhora e a escrava conseguirão fazer a jornada sem que alguém as roube...ou coisa pior? – perguntou Freize, com simplicidade. – Serão esfoladas vivas.
Ela olhou para Freize e sorriu.
- Não crê que Deus nos protegerá?
- Não, rebateu ele, sem rodeios. 
– Segundo minha experiência, Ele raras vezes cuida do óbvio.” p.191

Philippa Gregory é um nome conhecido na ficção histórica, suas séries Os Tudors e A guerra dos Primos são muito elogiadas e têm fãs fervorosos. Mas ao contrário delas, sua nova série foi feita para o público jovem. Confira o que eu achei do primeiro volume de Ordem da escuridão com O substituto.

1453
Lucas Vero cresceu em um pequeno vilarejo com os pais, em meio a muito falatório e desconfiança . Filho único de pais mais velhos e simples, o menino belíssimo e muito inteligente, despertava desconfiança. As lendas locais diziam que ele era um changeling, uma criança das fadas. Para protege-lo, o pai o envia muito cedo para viver em um mosteiro, tempos depois os pais desaparecem, sendo dados como mortos.

Aos 17 anos era noviço de um rigoroso mosteiro, curioso e muito inteligente, ousa questionar a autenticidade de uma das relíquias de uma igreja. Pensar por si próprio, algo condenável, acaba sendo expulso e acusado de heresia. Desesperado, aceita a proposta de fazer parte de uma misteriosa Ordem, que parece responder diretamente ao papa. Ele será  um dos inquisidores da Ordem, investigando relatos que assombram os cristãos. Deverá identificar uma obra do demônio, ou reconhecer uma armação. Seu papel é descobrir a verdade. Sua primeira missão: um convento de mulheres assombrado por sonhos histéricos, ataques de sonambulismo e feridas misteriosas.

Isolde Lucretili, 17 anos, perdeu a mãe muito cedo, mas teve todo o amor do pai. O pai a criou para cuidar do castelo após sua morte, dividindo entre ela e o irmão mais velho, Giorgio, a herança da família. Liberdade e direitos incomuns naquela época. Porém, tudo muda quando o pai adoce e vem a falecer, deixando um testamento que dava apenas duas opções a moça, casamento ou convento.

Agora é abadessa no convento que fica nas terras dos pais, forçada a assumir uma nova vida, desiludida com seu destino. O mesmo convento para qual Luca se dirige, sob ordem de investigar a presença de bruxaria e punir os culpados.

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Ainda estou procurando a melhor maneira de falar sobre este livro. Se fosse o primeiro livro de uma autora iniciante, talvez eu avaliasse com outros olhos; tem algumas falhas, mas o enredo é legal. Agora em se tratando de uma autora conceituada, considerada uma das melhores autoras de ficção histórica, deixa muito a desejar. Fiquei com a impressão de que ela fez pouco do público jovem adulto, quis simplificar demais e criou uma história rasa e corrida.

Os personagens são pouco desenvolvidos, eles não são ruins, só não são trabalhados ao ponto de conquistar a empatia do leitor, falta carisma, falta alguma coisa. O enredo é interessante, tem todo aquele aspecto da superioridade do homem e da falta de direitos das mulheres, do domínio da igreja católica e outros aspectos pertinentes a este período histórico. Porém, faltou algo mais, mais da parte histórica, mais da ambientação. Fiquei o livro todo querendo algo mais.

Não me desagradou ao ponto de me desanimar para ler a continuação, achei interessantes os mistérios que vão sendo investigados e a forma como Luca mata as charadas. Por outro lado, os segredos em si são bem sacais, nada que eu não tenha adivinhando. Os protagonistas e os personagens coadjuvantes formam um grupo interessante. Freize garante o lado divertido da história, Isharaq o lado misterioso.

Sobre a série, nesse primeiro volume não deu muito para entender se irá focar na parte histórica ou no sobrenatural. Não existe nada de fantástico ainda, apenas muita menção a bruxaria e outros seres sobrenaturais, que são investigados pelo inquisidor. A parte mesmo do “changeling” não foi desenvolvida, foi apenas citada como uma ideia tola de gente simples.

Acho que a continuação pode ser melhor, mas fico triste ao pensar que a autora possa ter subestimado o público alvo. É como eu disse antes, o livro não é ruim, eu só esperava bem mais. Quem leu me conte o que achou. ^^

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Série Ordem da escuridão da Philippa Gregory
  1. O substituto (Changeling)
  2. Stormbringers
  3. Fools’ gold.
Avaliação (1 a 5):

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