Amigas (im)perfeitas - Leila Rego

>>  terça-feira, 26 de maio de 2015

REGO, Leila. Amigas (im)perfeitas: juntas no amor, na dor e no rock’n’roll. Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2012. 392p.

“Fiquei horas sentada no escuro pensando em todos os homens que eu já tive. Na forma como eles me trataram, em todas as vezes que perdoei traições por achar que o amor estava acima de qualquer coisa. Em como me submeti a humilhações, em como mendiguei amor, carinho e atenção.
E não consegui entender por que eu aceito esses homens. Por que só atraio homens errados, tortos e mentirosos.” p.98

Adorei os outros dois livros da autora que li, Pobre não tem sorte e Pobre não tem sorte 2, ótimos chick-lits, daqueles de dar muita risada, com cenas bem vergonha alheia. Já este livro é um romance, que fala sobre amizade, amadurecimento e amor. Hoje vou falar sobre Amigas (im)perfeitas da Leila Rego.

Nina, 28 anos, está cansada de todos os homens errados que já passaram por sua vida. Ela ama demais, se entrega totalmente e se apaixona, e acaba sempre sendo passada para trás. Teve o DJ que mudou para a sua casa e vivia de seu dinheiro, teve o cara que tinha uma noiva em outra cidade, outro que cantou sua melhor amiga na maior cara de pau. E ela não aprende, quando conhece o mulherengo Marcelo se entrega totalmente, deixa as amigas de lado – mais uma vez -, e cai do cavalo, de novo.

Sua mãe está sempre ausente, desde que perdeu o marido quando a filha era adolescente, nunca mais foia a mesma. Nina e suas duas melhores amigas são inseparáveis desde o colégio, elas são sua família. Manuela e Pâmela fazem de tudo para ajudar a amiga ingênua, mas Nina não consegue ouvir. Ela sempre acha que pode estar deixando passar o homem de sua vida, sempre quer dar mais uma chance ao amor. Está desesperada, com medo de chegar aos 30 ainda solteira e sem filhos. E assim vai seguindo, aos trancos e barrancos, com seus homens imprestáveis e seu consultório de fisioterapia e massagem. Suas amigas não têm as mesmas preocupações. Manu é uma cabeleireira de sucesso e dispensa homem em sua vida, está feliz solteira; já Pam é casada e muito feliz com Domênico, encontrou o homem perfeito e a vida que sempre sonhou.

Quando Nina quebra a cara, de novo, e nem as músicas do Legião Urbana conseguem dar jeito em seu coração, as meninas se reúnem para mais uma “Noite do batom” – a forma como chamam os encontros obrigatórios de quinta-feira. E lá, decidem que precisam de uma OFI – operação faxina interna – para Nina se livrar de mais um vilão. Manu monta uma programação completa, que começa com uma balada e termina com uma viagem. Um grande amigo de Manu, Nathan, decide se juntar ao grupo. Ele teve seu coração partido pela ex esposa, e também precisa esquecê-la. A turma ganha também um novo membro, Alexander. Juntos, precisam curar as feridas do coração e encontrar o verdadeiro amor.

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Ainda não sei muito bem como falar sobre a história, porque metade eu achei um porre, metade eu adorei. Vou tentar explicar os motivos. 

O livro é inteiro narrado em primeira pessoa pela Nina. Narrativa em primeira pessoa é sempre uma opção perigosa, para dar certo o leitor tem que amar a protagonista, e isso não aconteceu aqui. A sinopse do Skoob diz assim “Nina, Pâmela e Manuela, amigas desde os tempos de colégio, têm agora uma nova realidade pela frente: largar a adolescência para trás e crescer em meio às angustias dessa nova fase.” Então, se elas tivessem uns 20 anos, estaria ótimo. Eu ia entender a Nina... mas com 28 anos?? Gente, a mulher parece uma adolescente. Você aguentar um namorado calhorda uma vez, quebrar a cara, pode acontecer com qualquer mulher. Agora você passar por isso mais de 5 vezes e não aprender nada? Continua imatura, dependente, ciumenta? Se apaixonar pelo cara galinha no primeiro encontro? E aturar coisas como ele aparecer do nada e dormir com ela e depois sumir por semanas e aí aparecer de novo? E ela achar que eles se amam e ele pode ser o amor da vida dela? PQP! É demais para alguém aguentar, até porque o livro é bem grandinho. 

E sabem o que me deixou triste? O enredo é ótimo, os personagens são legais – a Nina é legal depois que deixa de ser anta-, e a autora escreve bem. E eu não parava de pensar, se ela tivesse escrito, mesmo que em primeira pessoa, mas alternando a narrativa entre as 3 amigas, ficaria perfeito. As histórias de Manu e Pâmela são contadas de forma muito corrida, o final da duas é bem abrupto e você fica querendo mais delas. Até porque elas não são chatas hehe.

A segunda metade parece outro livro. Melhora muito. Principalmente com a chegada dos “mocinhos”. Nathan é divertido, inteligente e muito fofo. Alexander faz o estilo cigano sexy, muito sexy e eu roí as unhas querendo saber com quem Nina iria ou não ficar. Eles fazem uma viagem juntos e eu adorei a ambientação. A autora descreveu muito bem todos os lugares, e eu fiquei louca para conhecer a Ilha do mel e para andar de balão em Piracicaba (acho que era esta a cidade rs).  E até aqui a Nina conseguiu me tirar do sério, ela não consegue decidir nem por qual dos dois caras se interessa e quer tipo, os dois aff grrr rsrs.

O romance passa uma mensagem ótima, a amizade das três é uma coisa linda de se ver. O livro fala de amadurecimento, de muita luta para seguir em frente e vencer os desafios, de quebrar a cara e dar a volta por cima e sambar na cara da sociedade rsrs. Adorei isso e gostei muito também de várias citações sobre as músicas do Legião Urbana, sou fã eterna do Renato Russo.

Entre altos e baixos, minha classificação final foi mediana. Leiam a resenha para terem uma ideia do que vão encontrar e se vai ser a praia de vocês. Para quem gostar do estilo, leia!

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Avaliação (1 a 5):

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