Reboot - Amy Tintera
>> quarta-feira, 15 de abril de 2015
TINTERA,
Amy. Reboot. Rio de Janeiro: Editora
Galera Record, 2015. 350p. (Reboot, v.1) Título original: Reboot.
“Mas,
aos 12 anos, quando acordei na Sala dos Mortos do hospital, 178 minutos depois
de levar três tiros no peito, eu gritei.
Gritei
quando eles me marcaram no pulso com meu código de barras, meu número e meu
nome humano, Wren Connolly. Gritei enquanto me trancavam em uma cela, me
escoltaram até a aeronave e me colocavam na fila com as outras crianças
recém-renascidas. Gritei até chegar às instalações da Corporação de
Repovoamento e Avanço Humano, ou CRAH. Lá, eles me disseram que gritar
significava morte. Agir como se eu ainda fosse uma criança humana significava
morte. Desobedecer a ordens significava a morte. E então eu fiquei em silêncio.”
p.15
Eu
não enjoo de distopias, claro que nem todas me conquistam, mas quando tem
lançamento no estilo sempre fico interessada. Com mais de 16.000 leitores no Goodreads, o
primeiro livro da americana Amy Tintera vem fazendo sucesso. Confiram o que eu
achei de Reboot.
Grande
parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, enquanto tentam
controlar a peste, com o número de vítimas crescendo, algumas
pessoas começam a retornar da morte. Ele morriam e simplesmente, acordavam depois de um tempo. A maioria dos casos eram de crianças, porém, voltavam diferentes. A maioria das pessoas, até as próprias famílias, ficaram assustadas. As crianças estavam diferentes, não eram as mesmas pessoas. Eles foram chamados de Reboots. Foram classificados, estudados,
escravizados. Eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis, apenas um
tiro na cabeça podia matá-los. A CRAH controlava os Reboots, os usava como
soldados para prender e matar inimigos, para entrar nas favelas e focos da
peste.
Wren Connolly, conhecida como 178, morreu aos 12 anos. Quanto mais
tempo uma pessoa fica morta, menos humanidade ela carrega. Portanto o Reboot é
mais forte, implacável e temido. Wren ficou morta por 178 minutos, seu número
era lendário e temido. Cinco anos depois, é uma das grandes armas da CRAH. Os
Reboots de números altos atuam também como instrutores dos recém-chegados. Com
seu número ela é sempre a primeira a escolher o novo recruta e sempre treina aquele
também de número mais alto, os que têm maior potencial de sobrevivência.
Callum, o 22, é um número bem baixo, tão baixo que quase parece um
adolescente humano. O seu jeito alegre e descontraído chama a atenção de Wren,
que acredita não ter em si mais nenhuma humanidade, incapaz de sentir emoções. Em um impulso resolve treiná-lo. A partir de então, a convivência com
o novato começa a abalar o muro que ela construiu ao redor de si. Callum questiona tudo o que Wen sempre aceitou como certo. E é então que a
Reboot perfeita, cansa de seguir ordens.
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Eletrizante!
O enredo é muito diferente e muito legal, prende fácil o
leitor, que devora o livro para chegar logo ao final. Me surpreendeu,
depois de tantas distopias não esperava por novidades. E aqui encontramos algo novo, apesar de alguns clichês (impossível se livrar deles), a autora
inovou em alguns aspectos. Principalmente, claro, no mote meio zumbi.
Alguns
humanos começam a voltar da morte, os chamados Reboots. Eles são mais rápidos,
mais fortes, não adoecem e não morrem, a não ser com uma bala na cabeça. Fisicamente ainda se parecem com humanos, dormem, comem, agem normalmente. Se não fosse a aparência
pálida e os olhos mais claros, poucos notariam a diferença.
Como
um livro jovem adulto é excelente. Bons personagens, cheio de aventuras, enredo interessante e um final incrível e redondinho. Agora, como distopia em si,
deixa um pouco a desejar. O mundo em questão quase não é mostrado, a parte
política é ignorada. E nada é explicado. O que faz com que humanos voltem
da vida do nada? Vírus + mágica? A autora quis que eles fossem assim e
ponto. Os leitores mais questionadores podem não
engolir alguns pontos da história. Outra
coisa que fica meio non sense rs, é que os reboots fodões foram escravizados e
vivem como soldados obedientes. Qualquer desobediência significa morte, eles
usam rastreadores, não possuem armas, são presos e tratados como escravos. Achei que tudo isso caiu por terra muito fácil, mas só lendo para entender.
Apesar de alguns aspectos serem questionáveis, adorei! O final é excelente e me deixou ansiosa para ler a continuação. Aparentemente é uma trilogia, espero que fique só nisso mesmo. Leiam!!
Série Reboot da Amy
Tintera
- Reboot (Reboot)
- Rebelde (Rebel).
Avaliação
(1 a 5):