Alma da fera - Diana Peterfreund

>>  terça-feira, 2 de dezembro de 2014

PETERFREUND, Diana. Alma da fera. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2014. 346p. (Ordem da Leoa, v.2). Título original: Ascendant.

“E se, na primavera passada, eu tivesse agido como todas as minhas amigas da escola achavam que eu deveria agir? E se eu tivesse feito o que meu namorado, Brandt, queria que eu fizesse? E se eu tivesse dormindo com ele? Nunca teria sido caçadora de unicórnios...
Eu não teria conhecido Cory e as outras caçadoras; não teria conhecido Giovanni. Mas, também, nunca teria estado aqui. Jamais teria entendido magia nem sabido como era a sensação de matar. Não teria cicatrizes. Jamais ficaria sozinha em um convento, escondida debaixo de uma mesa, apavorada pelo que a próxima caçada  traria.” p. 73-74

Eu gosto muito da autora por causa da série Sociedade secreta, mas Caçadora de unicórnios me deixou em dúvida; por um lado gostei da mitologia e da premissa de unicórnios assassinos que é interessante, por outro, não comprei algumas das ideias propostas. Imaginei que o segundo livro poderia ser melhor, e hoje conto para vocês o que achei sobre Alma da fera da Diana Peterfreund.

No primeiro livro conhecemos Astrid, uma moça que cresceu ouvindo as baboseiras da mãe sobre unicórnios assassinos e suas supostas caçadoras. Depois de passar muita vergonha por isso a vida toda, descobriu a verdade quando seu namorado Brandt foi atacado por uma das feras. Depois disso, foi enviada para treinar em Roma com outras adolescentes, todas virgens, com os hormônios a flor da pele e que acabaram de descobrir que suas vidas mudariam para sempre.

A partir daqui contém spoilers se você não leu Caçadora de unicórnios.

Astrid Llewelyn é agora uma caçadora de unicórnios treinada, já matou inúmeras feras e passou por situações de vida ou morte o suficiente. Tinha inúmeras cicatrizes para provar, a magia das caçadoras havia mudado seu corpo e se sentia envergonhada dos músculos fortes e do corpo pouco feminino que ganhara.

Mas nem toda a magia, os unicórnios a solta para o mundo todo ver e a fama das caçadoras, poderiam resolver os problemas do Instituto. O Claustro passa por dificuldades financeiras, sua mãe insiste em aparecer na TV contando sobre os unicórnios, o que mais atrapalha do que ajuda, porque assusta e afasta as possíveis novas caçadoras. Falta verba, faltam garotas disponíveis para lutar e as que restam vivem machucadas. Sua amiga Cory parece estar perdendo misteriosamente seus poderes e Phil pode apenas cuidar da parte administrativa depois de tudo o que lhe aconteceu. Astrid deixou de lado o sonho de fazer faculdade e abriu mão de tudo, seu namorado, Giovanni, partiu para estudar em Nova York.

Astrid nem mesmo sabe se quer ser uma caçadora, um lado seu acredita na causa, outro começa a ter pena dos unicórnios e quer protegê-los. Quando aparece uma oportunidade de fazer um trabalho diferente na Gordian Phamaceuticals, pesquisando a cura para as mordidas dos unicórnios ela aproveita a oportunidade. E começa a questionar seu papel como caçadora, seu dever de proteger os humanos e o papel dos unicórnios nessa luta.

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O segundo volume explora melhor vários pontos levantados no primeiro livro, principalmente na história por trás dos unicórnios e caçadoras. Astrid está infeliz com seu papel nessa luta e não sabe se realmente pertence a essa turma, se quer continuar matando unicórnios e se poderia abandoná-las e fazer outra coisa. Por outro lado, temos os unicórnios, monstros assassinos ou animais selvagens em extinção? Deveriam ser preservados? Criados em cativeiro? Usados para pesquisas de remédios? Essas questões são analisadas exaustivamente, e apesar do começo interessante, me cansaram.

A protagonista está perdida e confusa, quer ajudar as amigas e fazer parte do “bando”, mas também quer ficar bem longe de toda a matança e cria certo apego com os bichos. Fora toda sua vontade de ser uma garota normal, ir para a faculdade, namorar de verdade. O primeiro livro tinha um traço de humor sobre todo este mundo, agora as coisas estão mais tensas. Com toda essa indecisão Astrid fica sempre em cima do muro e faz besteira atrás de besteira; depois de tudo o que aconteceu no primeiro livro era para ela ter acordado um pouco pra vida rs. E fora que a autora fala muito da inteligência da protagonista, que pelo jeito, ficou toda esquecida no livro anterior.

O romance também ficou bem chato de repente, Giovanni é um fofo, mas do nada o moço parte para os EUA e o ex namorado, Brandt, que poderia ter sumido no livro anterior, está de volta. E eis que surge um triângulo amoroso, do nada, sem sentido, chato toda vida. #preguiça A coisa toda dela revoltadinha com a mãe - que de mãe não tem nada, mulherzinha insuportável -, também foi bem boring. As outras caçadoras tem zero destaque e a caçada mesmo ficou de lado, o foco foi as discussões filosóficas sobre magia X ciência e os direitos dos animais e blablabla.

Ando sem paciência para livro desse tipo, tinha tudo para dar certo, uma mitologia legal, uma história diferente e aqui a autora andou em círculos e não chegou a lugar nenhum. Teoricamente vai ser uma trilogia, mas tem tempo que este saiu lá fora e até agora nada, espero que tenha o último livro porque este terminou meio sem final, não teve nem um desfecho emocionante.

Enfim, depois disso se você não começou a série eu não indico. Agora para quem já está lendo me conte o que está achando, eu estou completamente desanimada para ler o último livro.

Série Ordem da Leoa da Diana Peterfreund
  1. Caçadora de unicórnios (Rampant)
  2. Alma da fera (Ascendant)

Avaliação (1 a 5):

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