Prodigy - Marie Lu
>> quarta-feira, 15 de outubro de 2014
LU, Marie. Prodigy:
Os opostos perto do caos. São Paulo: Editora Prumo, 2013. 304p. (Legend, v.2).
Título original: Prodigy.
“É
difícil descrever Day para aqueles que nunca o viram: sua beleza exótica,
única, avassaladora. Está muito perto agora, perto o bastante para que eu veja
a minúscula imperfeição ondulada no oceano do seu olho esquerdo. Sua respiração
é quente e fraca. Sinto minhas bochechas ficarem quentes, mas não quero virar o
rosto.
-
Nós estamos juntos nessa, não estamos? – eles sussurra. – Você e eu? Você quer
estar aqui, não?
Suas
perguntas revelam remorso.
-
Quero. Eu escolhi isso.” p. 38
Uma trilogia distópica juvenil que consegue se
destacar em meio a tantas outras. Legend
criou um mundo pós apocalíptico onde a população é duramente controlada, o
exercito está no poder no que ficou conhecido como República, a antiga costa oeste dos
Estados Unidos. Enquanto os ricos vivem bem e tem acesso as vacinas, a população pobre passa fome, morre das pragas e vive à margem.
Dois adolescentes estão em lados opostos dessa batalha, ele nasceu nas favelas
e se tornou o criminoso número 1 da República, enquanto ela é a soldado
prodígio, uma peça importante na mão do exercito. Hoje vou falar do segundo
volume da trilogia com Prodigy da
Marie Lu.
A partir daqui contém spoilers se você não leu Legend.
Dois adolescentes de 15 anos com a responsabilidade
de mudar a história de um pais. De um lado Day,
o maior rebelde da República, um rosto que leva a população ao levante,
manifestantes surgem agora o tempo todo, eles querem saber se o herói do povo
está vivo. Do outro June, a maior
promessa da República. Ela é a menina prodígio, a soldado perfeita. Ou era, até
mudar de lado.
Agora os dois estão juntos, June salvou Day do
pelotão de fuzilamento, mas na fuga ele perdeu o irmão mais velho e seu coração
sofre pela família. Com o irmão e a mãe assassinados, tudo que lhe resta é o irmãozinho
mais novo, Éden, que está em poder
do governo. Eles escapam dos militares e fogem para Las Vegas, Day está
machucado e a única solução é pedir ajuda aos Patriotas.
Na República o Primeiro Eleitor
morre e seu filho, Anden, assume o
posto do pai. Os Patriotas aceitam que os dois se unam ao grupo e promete
ajudá-los, com uma condição, que eles assassinem o novo Primeiro Eleitor. Eles
terão a chance de por fim ao governo tirano da República alterando o rumo da
guerra com as Colônias e os Patriotas. June e Day estão prestes a seguir um
caminho sem volta e estão prontos para a guerra.
~~~~~~
Uma sequencia de tirar o fôlego, a autora não
decepciona na continuação e mantém o ritmo repleto de ação e muitas
reviravoltas. O foco da trama é o país em guerra e o mundo
distópico em que vivem. Acho interessante a dinâmica, é uma novidade no estilo ver o romance em segundo plano e funcionou muito bem.
Day e June estão juntos, eles se sentem atraídos
e podemos supor que estão apaixonados, mas ambos são muito maduros para a idade
e têm outras prioridades. Day precisa salvar o irmão que está em poder do governo
e para isso precisa obedecer aos Patriotas. June recebe a missão mais difícil e
pretende cumpri-la porque deu sua palavra aos Patriotas, mas principalmente,
para ajudar Day. Os dois protagonistas são excelentes, fortes, inteligentes, corajosos
e muito humanos. A sua maneira cada um passou por poucas e boas, mas Day se
sente incompreendido, já que June foi criada de forma privilegiada e não
entende o que é passar fome diariamente.
Nesse volume tudo o que os dois acreditam é
colocado em cheque, eles não sabem que caminho seguir ou o que farão a seguir.
Em quem confiar? A República é mesmo tão ruim quanto imaginam? Mudar iria
resolver algum dos problemas da população? Os Patriotas são quem dizem ser? E
as Colônias, é mesmo um bom lugar para onde fugir? São algumas das muitas
perguntas em aberto.
As batalhas são fielmente descritas e o sangue
corre solto. A autora demonstra força e foi impiedosa na hora de eliminar
personagens. Sempre gosto dessa abordagem mais real, estes desdobramentos
surpreendem e deixam um quê de inesperado. Quando achei que o final
seria tranquilo depois de tudo que já tinha acontecido, ainda acontece algo que
me deixou agoniada, ainda bem que o último já está aqui esperando para ser
lido.
Para os fãs de distopias juvenis é uma ótima
pedida, se continuar assim vai terminar muito melhor que Divergente e outras do
estilo. Leiam!
Trilogia
Legend da Marie Lu:
Avaliação (1 a 5):