Incendeia-me - Tahereh Mafi

>>  quarta-feira, 3 de setembro de 2014

MAFI, Tahereh. Incendeia-me. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2014. 384p. (Estilhaça-me, v.3). Título original: Ignite me.

“Eu era uma menina assustada e despedaçada, lutando da única maneira que sabia. Não é de se admirar que eu tenha falhado. Eu não estava pensando direito. Eu estava fraca e aterrorizada e cega para a ideia de possibilidade. Não tinha experiência com ações furtivas e manipulação. Eu mal sabia como interagir com as pessoas; mal podia entender as palavras em minha própria cabeça.” p.41

E mais uma trilogia chega ao fim, uma  distopia com um forte triângulo amoroso e um ar meio x-men começou muito bem com Estilhaça-me. De lá para cá muita coisa aconteceu, e hoje conto para vocês o que achei sobre o final.

Em Estilhaça-me conhecemos Juliette, uma moça de 17 anos que está trancafiada a quase um ano sem ver nem falar com ninguém. E muito antes disso, ela já tinha deixado de saber o que era o toque de um abraço, um carinho, ter amigos. A menina nasceu com um dom que nunca conseguiu explicar nem controlar, seu toque é mortal e faz com que seus próprios pais a entreguem para o governo. No seu desespero Juliette fica assustada e encantada quando ganha um colega de cela, o lindo Adam. Ela também conhece Warner, um dos membros do governo, do Restabelecimento. Ele quer controlá-la, ela precisa lutar por Adam e por sua liberdade.
Em Liberta-me Juliette e Adam fugiram do Restabelecimento e se refugiaram no quartel da Resistência. Ela precisa treinar e aperfeiçoar seus poderes, descobriu que existem outras pessoas com talentos especiais, e juntos, eles planejam derrubar o governo. No Ponto Ômega ela fica muito amiga de Kenji, e é ele que se propõe a treiná-la. Enquanto Adam está sempre fora nas patrulhas, Juliette está sozinha, e seus pensamentos sempre se voltam para Warner, ele é o único que pode tocá-la, e ela tem medo de estar se apaixonando por ele.

A partir daqui contém spoilers se você não leu Estilhaça-me e Liberta-me.

A batalha entre o Ponto Ômega e o Restabelecimento terminou de forma trágica, com a resistência praticamente extinta. O local foi bombardeado, os sobreviventes foram poucos. Juliette acredita que todos os amigos estão mortos, todas as pessoas com que ela se importava. Ela quer vingança, ela quer lutar. Pela primeira vez ela se sente forte e capaz de destruir Anderson, a face do mal.

Apesar de ser seu filho, Warner está ao lado de Juliette para o que der e vier, foi ele quem salvou sua vida e agora a mantém escondida em seu quartel. Ele diz amá-la, Juliette nem sabe mais o que é amor. Ela achou que amava Adam e embora esteja arrasada por ele, sabe que não é isso o que ela sentiu. Mas sabe que sente algo por Warner, algo maior e mais forte.

Do outro lado, Adam, Kenji, James e alguns poucos sobreviventes estão escondidos no antigo apartamento de Adam. Eles estão perdidos e não sabem o que fazer a seguir, só conseguem prantear todos os amigos mortos.

Eles precisam se juntar se quiserem vencer, precisam superar rivalidades e obstáculos, para lutar contra um mal maior. A batalha final está com data marcada, resta saber, quem irá vencer. E ainda, quem irá ficar com o coração de Juliette.

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Aiai a praga dos finais! É sério, começam bem e em vez de melhorar, regridem. Mas aqui temos dois paralelos, se fosse apenas um romance eu me juntaria a turma dos que amaram, achei  as cenas fofas nesse sentido. Como distopia, foi uma bosta rs. Sério, não achei uma palavra menos ofensiva para descrever, a luta foi patética, o final foi corrido, a solução foi uma piada. Mesmo assim o livro mantém uma média excelente de nota, com 4.6 no Skoob e 4.48 no Goodreads. Fiquei no meio termo, não amei, não odiei.

Se for falar apenas da parte distópica, me lembrou muito do final de A seleção, outra trilogia que puxa mais para o romance do que distopia, e que também começou muito bem e terminou fraca nessa sentido.

Eu não sei o que a autora quis fazer na verdade, acho que as pré-adolescentes vão amar, os outros leitores vão perceber a lambança. O triangulo terminou de forma satisfatória, mas teve aquela coisa toda de transformar um em um ogro e o outro em um anjo. Warner estava irreconhecível, toda a sua força, sua astúcia, seu jeito sério e carrancudo, foi substituído por um cara que chama Juliette de amor em TODAS as cenas e garante longos diálogos entre os dois, longas Drs enquanto deveriam estar planejando uma guerra. Adam foi escolhido para ser o ogro, xinga, ofende, promete quebrar o barraco rs. Kenji virou um psicanalista, o personagem é divertido e tal, gosto dele, mas todas as suas cenas eram análises dos sentimentos de Juliette e etc e tal, porre.

O final foi bem sessão da tarde, em um capítulo tudo se resolve e fim. Sobem os créditos. Se tivesse um conto extra ou um epílogo eu até relevava algumas coisas, mas o final foi preguiçoso. Enfim, quem já leu me conte o que achou do final, quem já começou vá fundo e termine, quem não leu, eu dispensaria, tem coisa melhor por aí, embora não tenha sido uma leitura ruim. :P

Trilogia Shatter me  de Taheref Mafi
  1. Estilhaça-me (Shatter me)
  2. Liberta-me (Unravel me)
  3. Incendeia-me (Ignite me)
Contos:
1.5 Destrua-me - exclusivo em e-book (Destroy me)
2.5 Fragmenta-me - exclusivo em e-book (Fracture me)


Avaliação (1 a 5):

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