Bridget Jones: Louca pelo garoto - Helen Fielding

>>  terça-feira, 11 de março de 2014

FIELDING, Helen. Bridget Jones: Louca pelo garoto. Rio de Janeiro: Editora Companhia de Letras, 2013. 434p. (Bridget Jones, v. 3). Título original: Bridget Jones: Mad about the boy.

“A lua estava cheia e me peguei pensando em Mabel: ‘Olha a Lua. Ela tá me seguindo.’ Pensei no Mark e em todas as vezes em que a Lua nos seguira, e em todos aqueles anos em que tive certeza, certeza absoluta de que ele estaria sempre comigo e que diante de nós não havia desilusão, mas apenas muitos anos juntos.” p. 313

Para os fãs da personagem mais famosa dos chick-lits este será o livro mais polêmico do ano. Eu ainda não entendo o que levou a autora a fazer uma escolha tão infeliz para o enredo, mas de forma alguma concordo com as opiniões de que ela “errou a mão”. Depois de tanto tempo Bridget  ainda continua a mesma, cheia de defeitos e qualidades, do jeito sem noção que todos aprendemos a amar. Para quem não sabe: O diário de Bridget Jones ( 1996), Bridget Jones – no limite da razão (1999) e Louca pelo garoto (2013). Muita coisa mudou na vida da agora cinquentona Bridget, confira em Bridget Jones: Louca pelo garoto da Helen Fielding.

Em O diário de Bridget Jones, conhecemos uma mulher Londrina, moderna, independente – apesar da porcaria de emprego-, mas que está solteira aos trinta e poucos anos. Acompanhamos a luta diária de Bridget para entender os homens, saber como se comportar em um relacionamento e ignorar as cobranças da família e dos amigos; frente a terrível ameaça de ficar “encalhada”. Em meio a dietas loucas, muitos cigarros e bebidas, com a ajuda de livros de autoajuda, ela tenta entender os homens e encontrar seu verdadeiro amor. Já em Bridget Jones: no limite da razão ela encontrou aquilo que tanto procurou, um homem carinhoso, companheiro e que, mais importante, gosta dela do jeito que ela é. Bridget não mudou, continua maluquinha e sem noção, mas agora suas preocupações envolvem um novo namorado, férias de casal e uma amiga invejosa que faz de tudo para roubar o seu Mark Darcy.

A partir daqui contém spoilers se você não leu os livros anteriores.

A vida de Bridget mudou muito, e ela olha para trás e só consegue ver o quanto sua vida está vazia e cinzenta. Ela perdeu Mark Darcy, o seu homem, aquele que foi seu companheiro e seu porto seguro por tão poucos e perfeitos anos. Uma tragédia tirou Mark da esposa e dos filhos; Billy de 2 anos e Mabel, com apenas 2 meses. Depois disso foi um longo período de tristeza e escuridão, onde ela fazia o possível para seguir em frente e cuidar das crianças, apesar de viver em um eterno estado de sonambulismo.

Mas cinco anos se passaram, Bridget sabe que precisa seguir em frente. E, claro, seus amigos estão ali para ajudá-la. Bridget precisa sair, conhecer pessoas, arrumar um namorado. E depois de Jude, Thalita e Tom convencerem Bridget a entrar em um site de relacionamento e se cadastrar em algumas redes sociais, ela enfim conhece alguém. Claro que ela logo fica obcecada pelo número de seguidores no Twitter e desesperada com a ideia de namorar novamente. Passar tudo aquilo de novo, a insegurança, a dúvida de quando dormir com alguém, imaginar alguém vendo seu corpo flácido nu e tudo o mais.

O que ela não esperava era se interessar por um cara de apenas 30 anos, Roxter. Mas enquanto ela se descabela para dar conta do garotão, das necessidades dos filhos e dos problemas da casa, também escreve o roteiro para um filme. Como esperado, as reuniões são uma verdadeira loucura em sua pequena vida caótica.

Resta saber se Bridget irá conseguir lidar com a balança, evitar os cigarros, ganhar seguidores no Twitter, escrever um roteiro e encontrar um novo amor. Tudo isso enquanto toma conta de duas crianças pequenas; mas grandes o suficientes para perceberem as loucuras que a mãe é capaz de fazer em seus melhores dias.

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Eu gostei, mas não entendi! Sério!! Tudo bem, quem leu os livros com certeza ficou fã do fofo do Mark Darcy, o personagem mais querido dos chick-lits. E aí, vem a autora e assassina o melhor personagem da historia, aquele cara que “gosta da gente do jeito que a gente é”. Este é todo o sentido dos dois primeiros livros, depois de tudo pelo que Bridget passou para atingir os supostos desejos do sexo masculino, ela encontra alguém que a ama, daquele jeito mesmo. Maluquinha, com uns quilos a mais, desastrada, sem noção. Este é Mark Darck, O CARA! E por quê, por quê, alguém em juízo perfeito iria matá-lo? Vai saber....

Aí li o livro todo esperando uma grande revelação, algo sobre alma gêmea, uma grande lição de superação ou algo bombástico que justificasse a tragédia que aconteceu. Mark Darcy voltando no melhor estilo Ghost... Mas não, não tem. No final, não posso contar o final... Mas não tem uma super revelação, acontece a mesma coisa, não faz sentido. L

Voltando ao livro...
Ele é bem escrito, o enredo funciona muito bem (só não precisava ser sem o Mark Darcy, aquele cara que ama a gente do jeito que a gente é). Bridget continua uma personagem ótima, as loucuras com os filhos são hilárias e tem momentos realmente engraçados. Mas o livro é mais uma dramedia do que um chick-lit. Porque você fica triste o tempo todo, ela está triste, os filhos perguntam do pai e é tãooo tãooo triste. Eu chorei, eu sorri, eu gostei da leitura. Ou seja, a historia funciona, mas porque não criar uma personagem nova que tivesse passando por esta situação e partir daí? Porque fazer isso com a coitada da Bridget? Imagino que pela fama da personagem... Sério, não me conformo. É muita vida real para uma ficção rsrs.

E eu não odiei o livro, pelo contrário. Tem cenas doces, cenas engraçadas, momentos em que você quer ser amiga da Bridget e consolá-la. Momentos em que você acha aquelas duas crianças lindas e fofas e ela a mãe mais legal do mundo. Momentos em que deu vontade de surtar e eu agradeci por não ter filhos. Muita loucura, totalmente a cara da autora. Então não, ela não perdeu a mão. Seus chick-lits continuam tendo algo mais, a escrita continua muito boa.

A minha avaliação final é positiva, apesar de reiterar a minha incompreensão com a decisão da autora. Eu gostei da leitura e indico os livros sempre, Bridget Jones está entre minhas personagens femininas preferidas. Leiam!!

Coleção Bridget Jones
  1. O diário de Bridget Jones (Bridget Jones Diary)
  2. Bridget Jones: No limite da razão (The edge of reason)
  3. Bridget Jones: Louca pelo garoto (Mad about the boy)
Avaliação (1 a 5): 3,5

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