E se fosse verdade... - Marc Levy
>> quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
LEVY, Marc. E se fosse verdade...Rio de Janeiro:
Editora Objetiva, 2013. 229p. Título original: Et si c’etait vrai...
“- O que vou contar não é fácil de ouvir, pois é meio
inverossímil, mas se puder escutar minha história, se puder confiar em mim,
talvez acabe acreditando e seria muito importante, pois, mesmo sem saber, é a
única pessoa no mundo com quem posso dividir esse segredo.” p.35
Os livros do
francês Marc Levy são bem diferentes do comum, normalmente têm um toque de
fantasia ou dão a entender que tem algo fantástico nas tramas. Eu tenho uma
relação complicada com o autor, livros que eu amei, livros que gostei com ressalvas e um livro que não curti. E se fosse
verdade... foi seu romance de estreia, ele escreveu uma historia para o filho quando trabalhava como empresário, e o livro fez tanto sucesso que o autor
resolveu investir na carreira. Eu tinha muita vontade de conhecer porque amo o
filme homônimo e estava curiosa para saber as diferenças
entre os dois. Confira o que eu achei sobre a historia. ^^
Lauren Kline, uma atarefada
estudante de medicina, estava cansada depois de um longo plantão como interna
da emergência no Hospital. Ela só pensava em aproveitar o final de semana com
os amigos, quando o seu carro apresenta um defeito e ela sofre um grave
acidente de transito. Lauren entra em coma e fica internada no mesmo hospital onde
trabalha.
Era inverno de
1996 em São Francisco, o arquiteto Arthur
acabara de alugar um novo apartamento, depois de terminar um relacionamento conturbado. Depois de um dia
cansativo organizando a mudança, ele abre o armário e encontrar uma bela
mulher cantarolando lá dentro. Uma situação, no mínimo, surreal. Antes que possa assimilar o choque, a mulher
fica encantada com o fato de ele conseguir vê-la e ouvi-la... e até senti-la. Ele
quer expulsar aquela louca de casa o mais rápido possível, mas ela o convence a
escutar a sua historia.
Inicialmente ele
não acredita em nada do que ouve, mas ela o convence a ir até o hospital onde
seu corpo está em coma, e quando vê aquela mulher deitada no leito, ele se
convence. Ou ele está completamente louco, ou incrivelmente, ela diz a verdade.
Ele então começa
uma pesquisa na tentativa de ajudá-la a acordar do coma, mas
quando seus sentimentos por Lauren viram algo mais, ele precisa correr contra o
tempo para salvar a vida da mulher que começou a amar.
~~~~~~~
Foi difícil
avaliar os meus sentimentos pelo livro, por um lado eu adorei, por outro achei algumas partes meio chatinhas. A leitura é leve, gostosa e divertida, eu
terminei o livro sem nem sentir. E não se engane pensando que já conhece a
historia porque assistiu ao filme, os sentimentos abordados e as sensações são
totalmente diferentes, assim como alguns desdobramentos.
Para quem não
conhece, o filme foi lançado em 2005 com direção de Mark Waters e interpretado por Reese
Witherspoon (Lauren, Elizabeth no filme) e Mark Ruffalo (Arthur, David no filme). Eu adorei o filme, mas têm
grandes diferenças. No livro ela sabe que sua alma está vagando enquanto seu corpo está em coma e se assusta apenas
com ele poder vê-la. E ele não acredita, para ele ela é uma mulher, ele
consegue tocá-la.
No filme ela não sabe o que ele faz na casa dela e é mesmo um fantasma, tem cenas dela na geladeira e atravessando paredes e tal, o filme é mais engraçado.
Voltando ao livro, eu gostei muito do enredo, da
forma como os dois vão se conhecendo e se gostando aos poucos e a da aventura em si. Ele
passa muito aperto falando sozinho na rua e em restaurantes, sua carreira quase
vai por água abaixo e todo mundo acha que ele está louco. O que mais me
surpreendeu foi que eu esperava o livro focado nela, como no filme, mas Arthur
é o verdadeiro protagonista. Seus sentimentos, reflexões, seu passado que
culminou com ele aceitando o inexplicável no presente e o porquê dele abrir mão
de tudo para ajudar uma desconhecida.
O autor consegue passar uma bela mensagem por
trás da historia, se tratar de um “fantasma” é um mero detalhe. Ele fala de
família, amor, amizade e esperança. Fala muito de se valorizar as pequenas
coisas da vida, sobre dar valor ao que você tem e da beleza e riqueza da vida
em geral. Eu gostei da mensagem, mas foi também a parte que não gostei.
Achei um exagero de frases e ensinamentos, ficou meio parecido com livros de auto ajuda, eu não
curto este tipo de leitura e achei que deixou o livro cansativo em alguns
momentos. As ‘licões’ são interessantes, mas ao invés da historia andar, vinham
frases e mais frases de efeito...
“Às vezes nada podemos diante dos nossos desejos; vontades e ímpetos. Isso pode provocar aflições insuportáveis e é uma sensação que vai acompanhá-lo a vida toda, ocasionalmente parecendo ser esquecida, mas outras vezes se mostrando obsessiva. Parte da arte de viver depende da nossa possibilidade de combater esta incapacidade...” p.139
Fui ficando com preguiça e fez com que eu não
amasse a leitura. O final também é de matar, o livro termina bem no ar, sem você saber o que acontece realmente, o que também nem é novidade nos livros do
autor. A boa notícia é uma continuação que eu desconhecia, Encontrar você (SKOOB) – lançado no
Brasil pela Bertrand, não sei se será também relançado pela Suma-, fiquei bem mais feliz ao descobrir sobre ele.
Uma leitura rápida e leve com uma historia de
amor inacreditavelmente linda, destaque para o inacreditável rs. Quem leu me
conte o que achou, de uma coisa eu sei, os livros do Levy nunca são tediosos e
sempre surpreendem. Leiam ^^
Duologia E
se fosse verdade... do Marc Levy:
- E se fosse verdade... (Et si c’etait vrai...)
- Encontrar você (Vous revoir)
Avaliação (1 a
5):