Codinome Verity - Elizabeth Wein

>>  segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

WEIN, Elizabeth. Codinome Verity. São Paulo: Editora iD, 2013. Título original: Codi name Verity.

“Sabem, eu a invejei. A simplicidade de seu trabalho, a limpeza espiritual disso: o avião e Maddie. Era tudo o que precisava fazer. Não havia culpa, nem dilema moral, nem disputa ou angústia – perigo sim, mas ela sempre soube o que enfrentava. Invejei que ela mesma escolhera seu trabalho e fazia o que gostava. Não que eu tivesse ideia do que queria, então fui escolhida, não escolhi. Existe glória e honra em ser selecionada para algo. Mas não sobra muito espaço para livre-arbítrio.” p.142

Ganhador de quase 15 prêmios só considerando a contracapa da edição Brasileira, escolhido como melhor leitura YA do ano em várias premiações americanas como: Edgar Award Winner (2003), Publishers Weekly (2012), Amazon (2012), dentre outros. Isso, ótima média no Goodreads e um YA ambientado na Europa em plena Segunda Guerra Mundial me deixaram ansiosa pela leitura. Hoje conto para vocês minha opinião sobre Codinome Verity da Elizabeth Wein.

Margareth Brodatt, Maddie, é uma jovem apaixonada pela vida, por aventuras. Um acidente perto de sua casa a induz a uma nova paixão, os aviões. Ela começa a pilotar e aprende rapidamente, em uma época onde todos os esforços estavam voltados para a guerra. É assim que Maddie escolhe sua profissão, e se torna uma piloto inglesa em plena segunda guerra mundial.

Já sua melhor amiga, Queenie, acabou com outra função naquela Guerra. As duas se conheceram e se tornaram inseparáveis, mesmo não podendo trocar um só olhar em algumas missões. Elas eram duas mulheres incríveis, tentando fazer o melhor possível em um local dominado pelos homens.

Em outubro de 1943 o avião pilotado por Maddie cai na França dominada pelos nazistas. Sua melhor amiga é a única passageira neste voo. Enquanto uma delas terá uma segunda chance, a outra não tem tanta sorte.

Esta é a historia de uma grande amizade, de uma guerra que deixou tantas vítimas, de mulheres pilotando aviões, de sobrevivência, espionagem, tortura e acima de tudo, coragem.

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É muito difícil falar de um livro onde não posso contar quase nada. Até porque sei que vocês não irão entender tudo o que eu falar abaixo, a não ser que já tenha lido o livro. Muita coisa que eu queria contar sobre o enredo e personagens seria spoiler. E eu não posso mesmo contar, então digo para vocês: Leiam este livro! E leiam sem procurar muitas informações sobre ele, vocês perderiam o melhor do enredo.

A historia muda tanto quando descobrimos o X da questão, que minha vontade foi parar e reler. A leitura agora que eu já sei como e porquê, faria muita diferença, seria quase outra historia. O livro é sobretudo, inteligente. É o melhor adjetivo para descrevê-lo.

A autora foi muito perspicaz ao construir a obra desta maneira, um artifício que até então era desconhecido para mim. A primeira metade do livro é narrada por uma prisioneira. Em um relato para a Gestapo em troca de mais alguns dias de vida, ela conta sobre como Maddie e Quennie se conheceram e ficaram amigas, além do papel das duas na guerra. Nesta espécie de diário ela narra o presente e volta ao passado descrevendo locais, tipos de aviões e equipamentos dos ingleses. E aproveita para escrever o que pensa sobre os nazistas, algumas partes seriam cômicas, se não fosse o castigo que vinha em seguida – o que me fez achar a personagem meio burra... Ledo engano. Ela é uma traidora, uma delatora em uma prisão nazista na França. Este início é bem lento, um pouco confuso às vezes; tem várias informações aparentemente sem sentido... que fazem todo o sentido depois e me deixaram de queixo caído.

O motivo de estranhamento no início foi o não me deixou amar de paixão a historia, e o mais engraçado é que o X da questão está na primeira parte. Quando tudo foi revelado eu fiquei de queixo caído. O livro já começa com tudo acontecendo, com a prisioneira sendo torturada e entregando todo mundo. Ai vem a segunda metade e tudo se transforma.

Na segunda parte muda a narradora, que nos conta a situação no presente e também alguns acontecimentos passados. E é ai que tudo se encaixa, que frases soltas ganham sentido e que tudo, tudo que eu tinha lido antes muda de sentido.  A leitura é densa, mas esta forma de narração tirou um pouco da emoção para mim. Eu sabia de todos os horrores, mas não me comovia por eles como teria acontecido em uma narrativa linear. Acho que em outro livro eu teria chorado litros, neste eu só me emocionei em uma cena quase no final, impossível não se emocionar nesta parte.

Eu fiquei em dúvida sobre como avaliá-lo, no quesito narrativa e enredo ele é diferente de tudo que eu já li, ainda mais que estamos falando de um YA. A narrativa é convincente, tudo aquilo poderia ter realmente acontecido naquela época. Por outro lado, faltou algo para me fazer amar de paixão, eu demorei para me agarrar a historia – com o início estranho-, e senti falta do carrossel de emoções que eu esperava encontrar. Por isso ele não foi um cinco, mas saibam que foi das leituras que mais me surpreenderam este ano. Vocês precisam ler para saber do que estou falando, por favor: LEIAM! E quem já leu não deixe de contar sua opinião. ^^

Avaliação (1 a 5):

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