Insurgente - Veronica Roth
>> quarta-feira, 21 de agosto de 2013
ROTH, Veronica. Insurgente.
Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2013. 512p. (Divergente, v.2).Título original: Insurgent.
“- Só para deixar claro: diz Niles – você está nos dizendo que foi quase assassinada pela Erudição...
depois invadiu, lutando, o complexo da Audácia... e depois destruiu a simulação?
- Sim.
- Acho que falo por
todos quando afirmo que você fez por merecer o título de membro da Audácia.
Ouço gritos surgindo do lado esquerdo da sala, e borrões em
forma de punhos socando o ar escuro. A minha facção, gritando o meu nome.” p.
154-155
Trilogia
imperdível para os fãs de distopia, Divergente
é sucesso no Brasil e nos EUA, a série estourou e o duro é aguardar o
lançamento da continuação. É uma das distopias que tem mais ação dentre as
que já li, além de romance, muita guerra e muitos mortos. Adrenalina do
começo ao fim, é o que espera pelo leitor no segundo volume da trilogia com Insurgente da Verônica Roth.
A resenha de Divergente
fala bastante sobre os detalhes da criação do mundo distópico e sobre a série
em geral, para quem não leu, sugiro que leia a primeira resenha. Esta
resenha contém spoilers para quem não leu Divergente.
Beatrice Prior, 16 anos, deixou
para trás a família na Abnegação quando escolheu ir para a Audácia. Seu irmão
também deixou os pais pela Erudição. Mas Tris nunca imaginou o que aconteceria
a seguir, ela descobriu da pior maneira possível que tinha muitas semelhanças
com a mãe. Agora, ela e seu irmão Caleb
estão juntos, mas sozinhos. Fugindo da Erudição e de grande parte da Audácia,
correndo para salvar suas vidas.
Tris não teve como comemorar o fim de sua iniciação,
o dia virou uma guerra e ela teve grande participação nos desdobramentos. Mas
no meio de tanta morte, Tris ficou com o coração partido. Agora ela precisa
fazer escolhas, precisa lidar com suas grandes perdas, seus arrependimentos
e a tristeza que a corrói por dentro. Ela se fecha, não consegue confiar e se
abrir com ninguém, sofre calada e pagará caro por isso.
Agora a guerra se aproxima. Tris e os amigos
que restaram fogem para a sede da Amizade. Quatro
está sempre ao lado dela, mas não consegue fazer com que ela lhe conte
tudo. Os dois guardam segredos, Tris sobre o que aconteceu na luta para libertar
os membros da Audácia da simulação da Erudição. Ele sobre seu passado na
Abnegação, quando ainda era apenas Tobias.
As facções estão desmoronando, eles precisam de
aliados e sabem que suas vidas estão em jogo. Política, amor, lealdade e
perdão. Busca por informação, desejo de saber em quem confiar. Muitas surpresas
aguardam Tris, algumas delas irão
partir seu coração.
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O livro é bom, muito bom! Mas algumas coisinhas
me incomodaram e por isso, eu não gostei tanto quanto de Divergente. Os
personagens continuam bons, o livro tem muito mais ação e eu devorei cada
palavra. Vamos por partes, primeiro vou falar do casal, Tris e Quatro.
Eu gosto dos dois, desde o livro anterior torço
demais por eles e estou aliviada por não ter aparecido um triângulo amoroso na
historia, ufa. Mas neste volume Quatro está mais apagado, ele deixa de ser
aquele cara tudo de bom, cheio de mistérios do primeiro livro e fica bem cheio de mimimi, senti que
o personagem mudou muito e não gostei das mudanças. Tris tem culpa nisso, ela
esconde muitas coisas do namorado e ele
percebe que tem algo errado, os dois ficam boa parte do livro se desentendendo
por causa disso e tendo os mesmos diálogos vazios.
“Ele sabe quem nós iremos encontrar, mas eu ainda não tenho a menor ideia. Por que será que sei tão pouco sobre o menino que diz que me ama, o menino cujo nome verdadeiro é poderoso o bastante para nos manter vivos dentro de um vagão cheio de inimigos?” p.101
“- Amo Tris, a Divergente, que toma decisões independente de lealdades a facções, que não é o estereótipo de uma facção. Mas a Tris que está fazendo de tudo para destruir a si mesma... não consigo amá-la.” p. 259
Acho que se Quatro tivesse voz na narrativa
isso não teria incomodado tanto, mas acompanhar tudo em primeira pessoa pela
narração da Tris foi um pouco frustrante. Tris está bem insana, aquela coisa de ela
sempre querer ser a mártir é um porre, por outro lado, eu entendo a confusão na
cabeça da personagem. Afinal quem morreu e quem ela matou, provavelmente iria destruir a mente de qualquer adolescente.
Outra coisa que me incomodou, foi que senti
como se a autora estivesse nos levando para um tour entre as facções, as que
aparecem pouco ou nada no primeiro livro aqui são apresentadas. Foi bem chato
aquela coisa de ir para a sede da Amizade, depois ir para a Franqueza etc. Vejo que isso acontece muito, reparem, o primeiro livro é cheio de mistérios, o segundo é quase uma enciclopédia, totalmente explicativo.
No mais eu devorei cada linha, fiquei triste
com algumas perdas, fiquei de queixo caído com uma traição, embora eu estivesse
já desconfiando desde o começo. Gostei dos desdobramentos, e a explicação que
eles dão no final sobre o mundo onde vivem foi bem diferente do que eu esperava,
adorei o final. O sucesso da série é enorme, deem só uma olhada na média da nota e o número de leitores nas principais redes sociais:
Média de nota e número de leitores no Goodreads e Skoob |
"Descobri
que as pessoas são compostas de camadas e mais camadas de segredos Você pode
achar que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre ocultos,
enterrados em seus próprios corações. Você nunca as conhecerá de verdade, mas
as vezes decide confiar nelas." Para mim esta foi a questão chave do
livro, como as pessoas mudam e quão pouco conhecemos realmente alguém. A parte
política da historia também é um ponto chave no enredo.
A leitura é intensa, deliciosa. Eu estou
ansiosa demais para o próximo volume, adoro livros que me deixam com o coração
na mão e morta de curiosidade para o que virá a seguir. Se você é fã de distopia
ou adora um YA com muita ação, leia!
Trilogia
Divergente de Verônica Roth
- Divergente (Divergent)
- Insurgente (Insurgent)
- Convergente (Allegiant)
Interligado: Free four: Tobias tells the history.
Avaliação (1 a 5):