Restos mortais - Patricia Cornwell
>> quinta-feira, 27 de junho de 2013
CORNWELL, Patricia. Restos mortais. São Paulo:
Editora Paralela, 2013. 308p. (Kay Scarpetta, v.3). Título original: All that
remains.
“Se o comportamento violento e agressivo domina o pensamento
e a imaginação, a pessoa começa a agir de maneira a se aproximar da expressão
real dessas emoções. A violência alimenta pensamentos mais violentos, e
pensamentos mais violentos estimulam ações violentas. Depois de um tempo, a violência
e o assassinato passam a fazer parte da vida adulta, naturalmente, e o sujeito
não nada de errado nisso. Ouvi serial killers dizerem enfaticamente que, ao
matar, eles estão fazendo apenas o que todo mundo gostaria de fazer.” p. 271
Kay Scarpetta, resolvendo
crimes desde 1990! Hehe. Mas é verdade, a série policial é mais antiga, e por
isso ainda mais interessante; sem todos os recursos modernos à sua disposição,
a legista e a policia analisam cada detalhe, usam muito de sua intuição e inteligência para desvendar os crimes. Com vocês o terceiro livro da série com Restos mortais da Patrícia Cornwell.
Esta resenha não contém spoiler do livro anterior, os livros
são bem independentes. Se você ainda não leu confira as resenhas de Post
mortem e Corpo
de delito.
A Dra. Kay
Scarpetta – legista chefe do departamento de medicina legal – está
acostumada a desvendar os piores crimes. Kay é obcecada pelo seu trabalho, e
não mede esforços para ajudar o detetive Pete
Marino a desvendar os homicídios da cidade. E agora o caso era ainda pior, Bento Wesley, consultor do FBI, está cheio de mistérios e seguindo uma outra linha de investigação.
A historia começa quando um casal de namorados
some sem deixar muitas pistas, um carro abandonado, nada que demonstre que um
crime foi cometido. Mas Kay e os outros policias já desconfiam que o pior
aconteceu, casais de jovens desparecidos foram encontrados meses depois,
assassinados e em estado avançado de decomposição no meio do mato.
O estado dos corpos não deixam muitas pistas para
Kay, nada de digitais, nada de fibras ou fios de cabelos. Na verdade, ela não
consegue identificar nem a causa da morte. A imprensa está em polvorosa, o FBI
toma conta da investigação e Kay se sente incapaz de ajudar.
Mas ela não desiste, a legista temperamental e
detalhista não polpa esforços para reunir as mínimas pistas e teorias. Ela
volta ao passado, investiga cada migalha que nota na cena do crime, Kay é
incansável!
Sua vida pessoal é sempre deixada de lado, com o
coração partido ela evita pensar no ex namorado, e se concentra apenas nas
vítimas. Quando uma política poderosa perde a filha, o caso toma novas
proporções.
~~~~~~
Ah eu adorei este volume! Fico feliz em dizer
que é o melhor da série até agora.
Esta série é bem independente, a cada livro Kay e Marino têm um
novo caso a investigar e ele não deixa spoilers de outros volumes.
Mas nem por isso o leitor deve lê-los fora da
ordem, bom você pode ler se quiser não vai perder nada sobre a historia atual,
mas vai perder muito sobre o psicológico dos personagens. Entendam, Kay é uma
solitária, uma mulher que não tem uma vida amorosa feliz, mal da atenção para a
família e vive para o trabalho. E no começo você a acha fria e sem graça, no
terceiro você está torcendo por ela, entendendo todos os seus dramas pessoais.
Com Marino é a mesma coisa, o policial grosso, truculento e machista dos
primeiros livros começa a mostrar um lado sensível e solitário, foi muito legal
conhecer um novo lado do personagem.
E o caso acho que é o melhor até agora, um
serial killer misterioso, vários corpos de casais encontrados ao longo dos
anos, pouquíssimas pistas. A autora constrói o enredo explicando muito bem
todas as vertentes, deixa pequenas pistas para o leitor, que vai junto com a
protagonista para a investigação. E o final é bem explicado, não fica nada
jogado para o leitor só para manter o mistério, faz sentido quem mata e como
mata.
Estou fã da série, espero que daqui para frente
só melhore. Só não levou nota 5 porque ando muito exigente, ou porque a única
coisa que não gosto aqui é a narrativa em primeira pessoa, na ficção policial
perdemos muito da narrativa quando tudo está focado na protagonista.
Indico sem dúvida para quem gosta de ficção
policial ou quer tentar um novo estilo, a investigação é muito mais
interessante sem todo o maquinário dos livros atuais que detectam DNA e
impressões digitais em minutos. Leiam!!
Série Kay
Scarpetta da Patricia Cornwell
- Post mortem (Post mortem)
- Corpo de delito (Body of evidence)
- Restos mortais (All that remains)
- Desumano e degradante (Cruel and unusual)
- The body farm (Nesta segunda edição, os demais não lançados no Brasil)
- From Potters Field
- Cause of death
- Unnatural exposure
- Point of origin
- Black notice
- The last precint
- Blow fly
- Trace
- Predator
- Book of the dead
- Scarpetta
- The Scarpetta factor
- Port Mortuary
- Red mist
- The bone bed
- Dust
- Flesh and blood: A Scarpetta Novel.
Avaliação (1
a 5):