Divergente - Veronica Roth
>> quarta-feira, 10 de outubro de 2012
ROTH, Veronica. Divergente. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2012. 504p. (Divergente,
v.1).Título original: Divergent.
“- Trabalhando juntas, as cinco facções têm vivido em paz há
anos, cada uma contribuindo com um diferente setor da sociedade. A Abnegação
supriu nossa demanda por lideres altruístas no governo, a Franqueza
providenciou lideres confiáveis e seguros no setor judiciário; a Erudição nos
ofereceu professores e pesquisadores inteligentes; a Amizade nos deus
conselheiros e zeladores compreensivos; e a Audácia se encarrega de nossa
proteção contra ameaças tanto internas quanto externas. Mas o alcance de cada
facção não se limita a estas áreas. Oferecemos uns aos outros muito mais do que
pode ser expressado em palavras. Em nossas facções, encontramos sentido,
encontramos propósito, encontramos vida.” p.49
Sou fã assumida das distopias e estou
adorando esta onda de lançamentos no Brasil, o duro mesmo, é esperar as
continuações. Divergent da americana Veronica Roth foi um dos títulos mais
aguardados por aqui, com apenas 22 anos a autora iniciante publicou seu
primeiro livro, que mantém a alta média de 4.38 no Goodreads com
quase 150.000 leitores. Em uma sociedade dividida em cinco grandes “qualidades”
ou facções conheçam Divergente!
Estamos em Chicago, em algum momento do futuro. As cinco facções são dedicadas e treinadas para o cultivo de uma virtude
específica, e assim eles vivem em paz há anos. ABNEGAÇÃO, AMIZADE, AUDÁCIA,
ERUDIÇÃO e FRANQUEZA. Cada facção com um papel bem definido dentro da
sociedade, cada facção com seus próprios costumes e suas próprias leis. Os jovens são criados e educados pela
facção de seus pais, até os 16 anos, quando passam pelo teste de aptidão
e pela cerimônia de iniciação. Na cerimônia eles devem decidir como vão viver o
resto de suas vidas.
Beatrice
Prior, 16 anos, uma filha da Abnegação. Criada para
ser altruísta, para colocar sempre o próximo em primeiro lugar. Criados sem
vaidade, eles se vestem com roupas simples e não usam enfeites, Beatrice só pode olhar no espelho uma vez a
cada três meses, quando sua mãe corta seu cabelo. Seu irmão Caleb, parece ter nascido para aquilo,
sempre disposto a ajudar, sem nunca exitar. Beatrice não tem tanta certeza de
conseguir fazer isso sempre, não se acha tão altruísta e teme o resultado do
teste.
E chega o dia da difícil decisão, ela
precisa escolher entre permanecer com sua família ou ser quem realmente é.
Facção antes da família, este é o lema seguido. Se ela mudar de facção deixará
para trás todos que ama, abandonará os pais e o irmão. Sua decisão surpreende a
todos, inclusive a ela mesma.
Depois da cerimônia Beatrice começa um
treinamento perigoso e competitivo, onde é constantemente testada para saber se
realmente pertence àquele lugar. Ela não sabe quem são seus amigos, em quem
pode confiar. Ela muda seu nome para Tris,
resolve ser forte e lutar para ser aceita. Ali ela conhece um rapaz, Quatro, que irá lhe despertar novos
sentimentos, sentimentos assustadores. Ela guarda um grande segredo, que
pode ajudá-la ou destruí-la, mas que define quem ela realmente é. Uma
divergente.
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As distopias juvenis chegaram para ficar,
as historias futuristas se misturam, tem características semelhantes e abordagens
diversas. Scott Westerfeld de Feios
achava que a inveja e o livre arbítrio era o grande mal da sociedade, tornou todos ricos, belos e sonsos.
Lauren Oliver de Delírio
encontrou a cura para o amor, o grande mal da sociedade. Suzanne Collins
dividiu o que restava do mundo em distritos fechados, fez com que jovens lutassem até a morte ao vivo na TV, para reafirmar o domínio do governo em Jogos
Vorazes. Em Destino
Ally Condie prega o controle total do
governo, que determina quando você nasce, morre, com quem você casa e qual será
sua profissão. Kiera Cass trouxe o glamour para as distopias criando A
seleção, onde a sociedade é dividida em castas, que determina sua profissão,
seu nível de vida e seu papel na sociedade. Se você preferir uma pegada meio
x-man pode conferir a trama de Estilhaça-me
e por aí vai. Em Divergente Veronica
Roth classifica a sociedade por qualidades, em virtudes principais, cada uma
com um papel definido dentro da sociedade.
Neste conceito cada uma das cinco facções
é responsável por suas leis, por seus integrantes, não existindo um governo
centralizador - embora a Abnegação, por ter lideres honestos e sempre pensar primeiro no próximo, tenha ficado com estes cargos. Os cidadãos são
geridos apenas pelas determinações de seus grupos. E até então para eles aquilo
era tudo o que conheciam, era o normal. A autora não explica mais sobre o
funcionamento deste mundo, onde e como tudo começou, porque estas foram as
virtudes escolhidas e como a sociedade evoluiu para esta divisão. Eu não sei se o assunto será abordado no próximo livro, espero que sim, estes conceitos não foram bem explicados e ficaram mal explorados.
É interessante pensar em um governo formado por lideres totalmente honestos, o judiciário com membros incapazes de mentir. A erudição é a busca plena pelo conhecimento, e bem, conhecimento é poder. Quem tem poder tem certeza que vai governar melhor do que os abnegados, quer evoluir. Ou seja, desde o começo para mim já parecia tudo fadado ao fracasso rs. A Amizade ficou meio perdida no meio das virtudes, mas acho que no segundo livro isso irá mudar.
É interessante pensar em um governo formado por lideres totalmente honestos, o judiciário com membros incapazes de mentir. A erudição é a busca plena pelo conhecimento, e bem, conhecimento é poder. Quem tem poder tem certeza que vai governar melhor do que os abnegados, quer evoluir. Ou seja, desde o começo para mim já parecia tudo fadado ao fracasso rs. A Amizade ficou meio perdida no meio das virtudes, mas acho que no segundo livro isso irá mudar.
Os personagens são bem desenvolvidos e muito
reais, todos eles com defeitos e qualidades bem delineados. Tris é uma menina aparentemente frágil, acostumada a ser invisível, que encontra sua força, nos surpreende com sua coragem e está determinada a vencer. Falhar em sua escolha
significa se tornar uma sem-facção, uma paria na sociedade. Ora egoísta, ora
altruísta Tris me conquistou, embora eu duvidasse de alguns dos desdobramentos.
Ela não virou a super garota de repente, como em muitos livros, mas mesmo assim
em alguns momentos eu não me convenci, é como se de repente ela criasse uma
personalidade meio super herói, sei lá. Quatro por outro lado é um garoto cheio
de traumas do passado, que assume uma personalidade fechada e misteriosa. Eu
gostei muito da química entre o casal, mesmo tudo demorando muito para
acontecer.
Tudo termina num fôlego só, e deixa o leitor louco pela continuação.
É meio como em JV, tem fim o enredo principal do livro, mas te deixa com ânsia para
saber o que vem a seguir. O final me
surpreendeu, a autora de repente mudou muito o rumo da historia.
Até agora, confesso, eu não sei o que Divergente tem que o destaca tanto quando comparo com as outras distopias, talvez por você não ter nenhuma ideia do que vai acontecer a seguir, tudo é um mistério e bom, pessoas morrem... tem muita adrenalina... não posso contar aff. Este é um daqueles livros de arrepiar - literalmente, e de perder o sono para ler. Sem dúvidas eu indico para quem
gosta do gênero, um thriller de ação, romance e suspense. Leiam!!
Trilogia Divergente de Verônica Roth
- Divergente (Divergent)
- Insurgente (Insurgent)
- Convergente (Allegiant)
Interligado: Free four: Tobias tells the
history.
Avaliação (1 a 5):