Uma Viagem Adaptada: Filme x Livro #9 - 1984

>>  quinta-feira, 2 de agosto de 2012


E ai, tudo bem com vocês? :) Hoje é dia da coluna Viagem Adaptada, vamos conferir? Espero que gostem.


Filme baseado no livro homônimo de George Orwell. Foi produzido em 1984, com direção de Michael Radford e roteiro de Jonathan Gems e Michael Radford


Oceania, uma das três potências do mundo, é dominada pelo Partido, que tem controle total controle sobre seus cidadãos. Não existe liberdade de expressão, a população não pode pensar, e muito menos agir do jeito que quer. Todos são vigiados pelo Grande Irmão. Cada domicílio possui uma teletela, equipada com uma câmera, que só não é capaz de filmar no escuro, e um microfone, tão sensível que é capaz de captar até sussurros. Na verdade, as teletelas não se encontram apenas em domicílios, e sim por toda a Oceania – salvo alguns lugares.

Nesse cenário, acompanhamos Winston (John Hurt), funcionário do Ministério da Verdade. Esse Ministério falsifica ou altera documentos impressos no passado, para assim, controlar o presente. Mas Winston, diferente de todos que ele conhecia, não é cem por cento manipulado pelo partido, e começa a questionar se o mundo sempre fora assim. Mas ele sabia que qualquer ação fora do comum dignificava seu fim.

ㅤNa vasta maioria dos casos não havia julgamento, não havia registro de prisão. As pessoas simplesmente desapareciam, sempre durante a noite. Seus nomes eram removidos dos arquivos, todas as menções a qualquer coisa que tivessem feito eram apagadas, suas existências anteriores eram negadas e em seguida esquecidas. Você era cancelado, aniquilado. Vaporizado, esse o termo costumeiro.

É então que Julia (Suzanna Hamilton) entra em cena. De forma discreta, consegue um primeiro contato com Winston, e depois se encontram em um local sem microfone e teletelas. Ela possui os mesmos ideais que ele, e se envolvem em um romance proibido. Passam a se encontrar escondidos.

Um romance proibido e a ideia de uma conspiração contra o Partido pode ser muito perigoso.
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1984 é considerado por muitos leitores a melhor distopia, e realmente o livro é muito bom! É uma distopia puxada para realidade, se é que vocês me entendem. George Orwell faz uma crítica aos regimes totalitários e ao poder que a mídia exerce sobre a população. Convenhamos que o trabalho de Winston não é muito diferente do que o de vários jornalistas. Ah, falando em comparar com a realidade, tem também tem a população: pacata, ignorante, manipulada pelo Partido e não é capaz de questionar. Mas enfim. 

Na adaptação conseguimos ver o mundo que Orwell descreve, assim como seus personagens. O cenário é ótimo e retrata Oceania da forma que eu tinha imaginado. Os pontos mais relevantes do livro foram muito bem trabalhados, nos mostrando como é horrível a vida levada pelos cidadãos. Eles moram em cômodos velhos, praticamente caindo aos pedaços, possuem uma péssima alimentação, até os materiais de higiene pessoal são ruins.  

O filme é lento e vai se desenvolvendo aos poucos – o que não é diferente no livro –, mas vale o alerta para quem ainda não leu a obra. Mesmo com um ritmo calmo, a adaptação não consegue abordar todos os personagens de forma mais profunda. O Parsons, por exemplo, é um personagem totalmente manipulado pelo Partido, mas toda essa devoção não fica tão clara no filme. Gostei de todos os atores escolhidos. Interpretaram muito bem e fizeram sua parte.

Em se tratando da história: é genial. A narrativa é inteligente e vai caminhando aos poucos, e confesso que a inteligência do autor me atraiu. E tem o final, que na minha opinião foi imprevisível. 

Gostei muito tanto do livro quanto do filme, mas o livro é melhor. Se você leu o livro, pode assistir ao filme sem medo. Eu, pelo menos, gostei muito. Se ainda não leu o livro, assim que tiver a oportunidade leia! Não assistam ao filme antes de ler o livro, porque como eu disse, é um filme lento, apesar de intenso, mas a calmaria pode fazer você ficar com preguiça ao pegar o livro (aí depende de você).  


Houvera um tempo em que se considerava sinal de loucura acreditar que a Terra girava em torno do Sol. Hoje, o sinal de loucura era acreditar que o passado era inalterável.

Vou deixar o trailer do filme, mas se você não leu o livro não recomendo assistir, pois possui um spoiler. Não é bem aquele spoiler, mas não deixa de ser.


Minha nota para o filme é:
4 de 5. Muito bom.

E ai, já leram o livro ou assistiram ao filme? O que acharam? Que sugerir um filme ou série para a coluna? Clique aqui

Espero que tenham gostado e até semana que vem :)

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