Carta aberta ao Rei
>> segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Eu ia escrever uma carta meio irritada para você. Mas, poxa, foi só ouvir sua música para que eu me derretesse. Ainda mais depois que descobri que você fez uma música para mim. "Outra vez" só pode ter sido escrita para mim. Eu fui todas aquelas coisas que você falou. Mas não só. "A mais estranha história", tá, até aí poderia ser outra história, de tantas que você já viveu. Mas o que pegou mesmo foi a frase: "O caso mais antigo". Sim, sou eu. Afinal, foi feita pra mim, mesmo antes de eu nascer. Já era embalada por seus discos, desde a barriga da minha mãe, quando ela botava pra tocar até furar. Claro, agora que escrevo, seria uma boa hora para você se declarar. Mas não.
E por isso escrevo esta carta aberta para te avisar que não vou mais esperar! Espero você há 30 anos. 30 anos, Roberto. 30 anos de humilhações cada vez que via você jogando charme para alguma cantora que fazia par com você no palco.
Toda a minha vida ilustrada com essas canções de amores sublimes, platônicos, perdidos e impossíveis. Uma hora as pessoas cansam de esperar, sabe. Até a mulher mais apaixonada do mundo se cansa de ficar esperado um cara que, enquanto isso, fica com outras e nem liga para ela. Meus amigos “mudernos” vão zombar, mas eu nem ligo. Sim, Roberto, a culpa é sua.
Agora que vi você no Jô, fazendo coraçãozinho com as mãos, pra tentar me comover, pensei em me humilhar mais uma vez. Mas não vou fazer isso porque me resta ainda um pouquinho de dignidade. Não posso insistir mais se você não quer.
Mas... poxa, é duro admitir, apesar de tudo, apesar de todos os pesares, de todas as obsessões e cafonices, de todas as baladas menos felizes, continuo gostando de você. Lá dentro sempre fica a sensação de que, se não fosse pelo pequeno detalhe de que não aconteceu, teria sido perfeito.
Beijos do seu amor platônico.
P.S.: Adoraria dizer que falaria um não de desforra se um dia você decidisse se declarar. Mas é mentira.
P.S.2: Depois que li a resenha de Asas, da Aprilynne Pike, pretendia falar de fadas, e do quanto me solidarizo com Sininho e seu amor platônico por Peter Pan, mas resolvi aproveitar o espaço para declarar o meu próprio amor platônico. Desculpa gente.