Nove minutos com Blanda - Fernanda França

>>  terça-feira, 5 de julho de 2011


FRANÇA, Fernanda. Nove minutos com Blanda. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2010. 212p.

“Descobrir que eu era mais do que uma profissional me deu a dimensão exata sobre conciliar trabalho com lazer. E advogada e pintora poderiam se alternar nesses papéis. Não precisava ficar com alguém só para dizer que tinha um namorado, porque em algum lugar do mundo, que é grande demais, eu sabia que existia uma pessoa para cada outra. E que é amar é possível.” p.155

Ah eu espero que todos um dia tenham a oportunidade de ter este livro em mãos, quando você precisar de um sopro de esperança, de uma boa gargalhada e de confiança em si mesmo e em suas escolhas. Mais do que um chick-lit, quase um conto de fadas adaptado, conheça Nove minutos com Blanda da brasileira Fernanda França.

Para alguém que tinha uma mãe completamente sem noção, um namorado imprestável, um pai ausente e um gato chamado Freddy Krueger até que Blanda era uma moça bem normal. Blanda é advogada, mas tem alma de pintora. Seguiu a carreira por insistência da mãe que sempre afirmou que artista não ganha dinheiro e agora como resultado ela era uma advogada e para ajudar, desempregada.

Mas pelo menos ela consegue manter com muito custo seu pequeno apartamento, embora esteja desesperada para arrumar um emprego e para isso, toda manha ela coloca o despertador para tocar bem cedo e vai em vários escritórios, batalhar por uma vaga.

Não que Max seu pseudo-namorado ligue para isso, ele acha que pode chegar e sair a qualquer hora, emporcalha o apartamento e ronca terrivelmente. Mas pelo menos agora, depois de quase um ano que se conhecem, ela iria conhecer seu sogros.

Claro que para piorar, sua mãe resolve ir junto e no meio do jantar ela e sua sogra estão planejando seu casamento. Isso mesmo, casamento! Ela nem sabe se quer se casar com Max, até então ele nem era um namorado oficialmente declarado... mas, ela teria que fazer isso qualquer hora. Já era uma mulher adulta e porque esperaria mais? Max tinha seus defeitos, mas parecia gostar dela e poderia dar certo.

Tudo parecia muito plausível até que em uma “rotineira” visita ao banco, com uma calcinha rosa envolvida e consequentemente uma humilhação pública muda tudo. Bernardo era o gerente do banco, um gato e conforme ela descobriu depois, também tocava em uma banda. Mas era melhor esquecer tudo isso, certas coisas só acontecem em contos de fadas.

“Eu não podia acreditar que Max estava ali, na minha frente, usando uma cuequinha e com a tromba de um elefante vestindo o seu troféu. Esfreguei os olhos e ele disse, com uma voz rouca, que estava ali para satisfazer todos os meus desejos.
- Ah, é, elefantão, você veio fazer tudo o que eu quiser?
- Vim, Yes...
- Desde quando você fala inglês?
- Ah, isso aí aprendi num filme.
- Imagino o nível.
- Vamos, lindona, qual o pedido para seu elefantão? Tudo o que quiser.
-Tudo mesmo?
- Tudo.
- Então apaga a luz e me deixa dormir. Estou morrendo de dor de cabeça.” P.18-19

Este livro é fofo e muito divertido, com uma história contada de uma forma muito natural e despretensiosa a autora questiona escolhas, esperanças e o verdadeiro amor. Blanda é uma protagonista carismática e que conquista o leitor nas primeiras páginas, garante cenas muito engraçadas, algumas que parecem ter saído das comédias românticas do cinema.

Eu odiei Max em um parágrafo e não conseguia imaginar como ela conseguia agüentar o tipo, eu tinha vontade de dar umas pancadas no idiota; principalmente porque ela não estava iludida, ela tinha consciência que ele era um panaca rs. Em compensação Bernardo é pura perfeição, aquele personagem perfeito e apaixonante. Tem também dona Cotinha, uma senhora fofa, e a mãe de Blanda que é uma comédia.

A história de Blanda é contada de uma maneira ágil, tudo acontece muito rápido e alguns acontecimentos são dignos dos contos de fadas. Por isso eu disse que para mim, o livro parece um conto de fadas adaptado, temos a nossa mocinha, o ogro, a bruxa má, o príncipe encantado e até uma vizinha fofa, que tem todo o jeito de fada madrinha.

Além da diversão Fernanda transmite de uma maneira muito singela esperança a todos os leitores, para acreditarmos no amor, esperarmos a pessoa certa e não ter medo de ficar sozinha. Mostra que estar solteira não é um defeito e que não devemos nos contentar com menos, só por preguiça de procurar, comodismo ou medo de ficar sozinha.

Nove Minutos com Blanda é deliciosamente encantador, uma companhia divertida para algumas horas de leitura e uma lição de amor, final feliz e esperança. Indico para todos, leiam!

Fernanda França é a autora nacional do mês de julho no Viagem Literária, em breve teremos sorteio do livro e entrevista com a autora.
Mais sobre a autora: www.fernandafranca.com.br

Avaliação (1 a 5):

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