A garota da capa vermelha - Sara Blakley-Cartwright
>> sexta-feira, 22 de abril de 2011
BLAKLEY-CARTWRIGHT, Sara; JOHNSON, David Leslie. A garota da capa vermelha. São Paulo: Editora ID, 2011. 350p. Título original: Red riding hood.
“Por que todo mundo está correndo? O que a vida já lhes deu? De qualquer modo, eles pertenciam ao Lobo. E agora ele voltou para recolher o que sempre foi seu.”
Eu adoro histórias infantis, aqueles contos de fadas que eu ouvi milhares de vezes durante a infância e que todo mundo já ouviu alguma vez na hora de dormir, na escola ou em um dia chuvoso. Esta é uma versão dark de um clássico muito conhecido, conheçam uma adaptação de Chapeuzinho vermelho em A garota da capa vermelha de Sara Blakley-Cartwright.
A pequena aldeia de Daggorhorn fica no fundo de um vale, isolada e distante. Seus moradores são simples aldeões, que trabalham pelo seu sustento e juntos tomam conta da plantação, colheita e proteção da vila. Mas lá é também um local sombrio, onde os moradores vivem assustados e temem a chegada da lua cheia. São nestas noites que o sacrifício se faz necessário, um animal para a sede de sangue do Lobo.
O Lobo aterroriza a vila desde que Valerie se entende por gente, desde pequena ela se lembra do local do sacrifício, das famílias trancadas em casa e do medo. Ela sempre foi uma aventureira, corajosa e destemida acabou se colocando frente a frente com o Lobo bem pequena. Agora já adolescente ainda se lembra daqueles olhos tão humanos na face do bicho.
Valerie sempre quis sair daquela vila, seu coração estava sempre voando longe, mas sua adoração por sua irmã mais velha Lucie sempre a manteve nos trilhos. As duas moravam com os pais em uma pequena casa, mas junto com suas amigas elas queriam aventura.
ERA UMA VEZ UMA GAROTA QUE IA SE CASAR COM UM FERREIRO...
Até que Valeria acaba descobrindo que havia sido prometida para Henry Lazar - o filho do ferreiro-, o rapaz mais rico da vila e objeto de desejo de todas as garotas. Valerie nunca pensou direito em Henry, já que só tinha olhos para Peter. Mesmo ele sendo gentil, atencioso e estando sempre pronto para ajudá-la.
ERA UMA VEZ UM LENHADOR QUE QUERIA FUGIR COM ELA...
Peter foi seu melhor amigo de infância, eles viviam juntos aprontando e se divertindo na vila, mas um terrível acidente fez com que ele se mudasse as pressas e agora estava de volta a vila. Lindo e misterioso ele era o sonho de Valerie, mas para ele, ela estava fora de alcance.
ERA UMA VEZ UM LOBO...
Como nenhum dos dois nunca se preocupou muito em seguir as regras, logo combinam um encontro, a luz da lua, escondido de todos. Mas é neste dia que tudo muda na pequena vila. É noite do lobo. Um ataque e o corpo de uma garota é descoberto. O lobo havia quebrado o tratado de paz e a vítima foi Lucie.
Desesperados os moradores querem caçar o lobo e um forasteiro chega à cidade trazendo uma grande revelação. Father Solomon afirma que o lobo é na verdade um lobisomem e todos os habitantes da aldeia são suspeitos. E então começa a caçada. Valerie quer saber quem poderia ser o lobo. Será que poderia ser alguém próximo? Muitos são os suspeitos, sangue, medo e morte toma conta de Daggorhorn.
Este livro tinha tudo para me conquistar – conto de fadas adaptado, suspense, romance, aventura e uma edição belíssima -, mas a fórmula não funcionou para mim, esperava bem mais do livro e acabou se tornando uma leitura rápida, mas dispensável. Mesmo gostando do enredo, dos personagens, do romance e do mote do livro tive a impressão que faltou alguma coisa, então vamos por partes.
Este livro tinha tudo para me conquistar – conto de fadas adaptado, suspense, romance, aventura e uma edição belíssima -, mas a fórmula não funcionou para mim, esperava bem mais do livro e acabou se tornando uma leitura rápida, mas dispensável. Mesmo gostando do enredo, dos personagens, do romance e do mote do livro tive a impressão que faltou alguma coisa, então vamos por partes.
Primeiramente o livro foi escrito depois do filme “A garota da capa vermelha” que estréia hoje no Brasil. A produtora americana Appian Way de Leonardo DiCaprio teve a idéia para produzir uma versão gótica do clássico infantil e o trabalho foi desenvolvido em parceria com a Warner Bross pelo roteirista David Leslie Johnson e dirigido por Catherine Hardwicke (que dirigiu Aos Treze, Os Reis de Dogtown e o sucesso Crepúsculo). Então a diretora convidou uma amiga, Sara Blakley-Cartwright, para transformar a história em livro, o que ela fez baseando-se no roteiro, entrevista com os atores e ensaios do filme.
A autora escreveu o livro em terceira pessoa e alterna a historia entre alguns personagens, mas para mim ficou tudo muito corrido e sem profundidade. Senti que a escrita ficou muito simplória, não consegui caracterizar os personagens nem o local em que viviam. Achei a introdução muito resumida, como se estivesse assistindo ao filme e não lendo um livro.
Tudo acontece muito rápido e embora tenha suspense e mistério, você não chega a temer pelos personagens ou por se envolver com a protagonista – que por sinal achei bem chatinha. Desde o começo você sabe que a irmã da protagonista vai morrer (conta na sinopse), que ela está noiva de Henry e gosta de Peter e de repente tem um monte de assassinato, caçada, confusão e fim. Quer dizer na verdade não tem fim muito bem não rs.
A outra coisa que me incomodou muito; ao terminar a leitura você encontra uma página onde se lê “Será este o verdadeiro final da história de Valerie?” Visite http://www.editoraid.com.br/agarotadacapavermelha e descubra! A Editora em uma jogada de marketing deixou o final para depois e no site tem uma contagem regressiva para a revelação (É HOJE). Isso para mim é mais frustrante do que qualquer outra coisa e não gostei nada de ficar aguardando para ler o final do livro. Mas ai vai do leitor, é minha opinião.
Bom resumindo, é uma história que tinha tudo para ser muito legal, mas não me conquistou. Embora eu tenha visto muitos comentários positivos sobre ele em outros blogs eu não vou recomendar. Mas fica claro a dica para quem gosta do estilo, eu agora quero ver se o filme é melhor, quem leu me conte aqui o que achou.
Avaliação (1 a 5):