Nove plantas do desejo e a flor de estufa - Margot Berwin

>>  quarta-feira, 16 de março de 2011


BERWIN, Margot. Nove plantas do desejo e a flor de estufa. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2010. 248p. Título original: Hothouse flower and the nine plants of desire.

“Cada uma das plantas tem a chave de uma das nove coisas que os seres humanos mais desejam. Sem levar em consideração nenhuma hierarquia, essas coisas são sorte, poder, magia, conhecimento, aventura, liberdade, sexo, e, naturalmente, amor.” (pg. 66)

Este livro tem um pé no chick-lit, algumas frases com um jeito de auto-ajuda e aquela história de mulher urbana que se volta para a natureza em busca do amor aumenta esta impressão. A autora ainda joga a “cereja do bolo” ao misturar magia e suspense na trama de Nove plantas do desejo e a flor de estufa de Margot Berwin.

Lila Nova estava tentando se acostumar com sua nova vida, aos 32 anos a publicitária tinha acabado de se divorciar e mudado para um condomínio reformado em Nova York. Depois do marido alcoólatra a trocar por outra, sem filhos e sozinha ela não quer complicações. Nada de animais, nada de plantas, nada de namorado. Nada de problemas.

Até que ela conhece um vendedor de plantas em uma feira e resolve colocar alguma alegria em sua casa. David Exley é lindo de um jeito meio largado e tem toda aquela filosofia hip, logo Lila quer mais do que comprar plantas do rapaz.

E cultivando seu novo interesse por plantas tropicais Lila se sente sufocada no seu costumeiro ambiente de trabalho, mesmo com todas as tiradas engraçadas do seu amigo surfista Kod ela deseja mudar alguma coisa em sua vida. E andando pela cidade uma linda planta chama sua atenção e é aí que ela conhece uma lavanderia muito diferente.

A Laundromat de Armand era totalmente psicodélica e seu dono não deixava a desejar. Ela entrou naquela selva de plantas, flores e bichos curiosa para descobrir mais sobre plantas tropicais e Armand muda toda sua vida.  Lila começa a aprender sobre plantas raras, medicinais e conhece o mito das nove plantas.

Segundo Armand existem nove plantas que se cultivadas juntas fornecem ao seu dono toda espécie de benfeitoria: amor, imortalidade, sorte, conhecimento, sexualidade, poder, magia, liberdade e aventura.  E o dono da lavanderia submete Lila a um teste, se ela conseguir fazer uma rara samambaia-de-fogo criar raízes ela poderá ver as plantas.

Mas neste meio tempo Lila toma uma atitude que mesmo sem intenção, joga fora sua oportunidade de ver as plantas. E agora para consertar o seu erro precisa viajar sozinha para Yucatán. E nas florestas mexicanas ela vai descobrir um mundo selvagem e mágico, com xamãs, espíritos de animais, curandeiras e um nativo muito interessante.

Lila vai embarcar em uma emocionante viagem e acabará descobrindo mais sobre si mesma, sobre sua necessidade de estar em um relacionamento mesmo que o cara não sirva para ela, da sua insegurança e carência afetiva.

Quando eu acabei de ler este livro, dei uma olhada novamente na avaliação dele no Skoob, Amazon e em algumas resenhas, isso porque a maioria dos comentários foram quase todos positivos e fiquei me perguntando porque eu não tinha gostado do desenvolvimento da trama.

É minha opinião pessoal claro, primeiramente como pontos positivos o livro é muito bem escrito, ambientado e a pesquisa da autora sobre plantas tropicais e seus usos é muito interessante. Eu não conhecia nada sobre o assunto, confesso que não me interesso nem um pouco por plantas e flores, mas gostei das aulas de botânica.

Agora, por outro lado, achei tudo sem coerência nenhuma, talvez foi o excesso de alucinógenos consumidos durante a historia, mas tinha hora que nada fazia sentido. Os diálogos são chatos, cheio de frases de efeito que me fizeram lembrar dos livros de auto ajuda e a trama muda ao sabor do vento.

Achei também que ela misturou tudo e no fim não virou nada: a protagonista parece as nossas amigas de chick-lit, mas este não é o estilo principal do livro e nem é engraçado;  sua busca pelo conhecimento lembra auto-ajuda sem realmente ser; tem romance mas os mocinhos são sem graça; tem suspense mas não faz sentido e tem magia, mas não conseguiu me encantar e convencer.

E tem coisas sem noção, só um exemplo, tem uma hora que o cara estoura uma daquelas pinatas (que eles enchem de balas em festa de criança) cheia de escorpiões que segundo ele é “uma defesa para proteger a casa” e estavam lá a um tempão. Ai fiquei lá eu pensando como é que os bichos não morreram rs.  Tem outra cena que seria de sexo, mas acaba sendo uma coisa meio platônica que achei muito viajante. E Lila nunca tinha tido uma planta e de repente sabe tudo do assunto e sobrevive tranquilamente no meio da selva e uma lavanderia cheia de grama, planta e bichos? aff.

Bom, apesar disso, o livro é uma leitura rápida e tem momentos divertidos, o final é legal. É um daqueles livros que eu tive dificuldade para dar nota, acho que ele podia ser nota 3, mas como tem vários do estilo que dei 3 e gostei muito mais ele fica com 2 hehe.

Não é um livro que eu recomendo, mas como eu disse no início, a maioria dos comentários que vi sobre ele foram positivos. Quem já leu me diga o que achou, se você ler me conte depois.

Avaliação (1 a 5):

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