Até que a morte...
>> segunda-feira, 28 de março de 2011
Depois de ler sobre o romance entre Sookie e o vampiro Eric Northman, em Procura-se um vampiro, fiquei pensando aqui que os vampiros mais espertinhos devem optar pelos relacionamentos com seres mortais. Não entendo muito de vampiros e suas tradições, mas se os códigos deles são parecidos com os dos humanos, imaginem dois vampiros jurando amor até que a morte os separe...
Eternos almoços familiares de domingo (gente, eu disse e-t-e-r-n-o-s). Em 60 anos de casamento, dois almoços familiares por mês, em média, significam 1440 almoços familiares em toda a sua vida. Imagem isso multiplicado pelo infinito!? Se a nossa própria família já irrita muito, imagina a dos outros? Não vou aqui fazer as contas do número de toalhas molhadas em cima da cama, das vezes que a dona vampira vai pedir pro seu vampiro providenciar o conserto da pia e abaixar a tampa da privada. E as manias irritantes. E as DRs? “Lembra aquela vez, há 597 anos, quando você esqueceu o nosso aniversário de casamento?” Iam durar dias e dias.
Claro que isso é uma brincadeira, mas a verdade é que casamentos sempre me pareceram cerimônias de ficção. Essa história de “até que a morte nos separe”, pra mim, não faz sentido. Morte de que? De quem? Como assim cara-pálida? Existem sim, encontros duradouros e até, quem sabe, eternos, mas, não é uma promessa, uma convenção ou uma tradição que vão assegurar o eterno. Acho que é justamente a possibilidade de não ser para sempre, que faz com que as pessoas invistam na relação.
Alguns vão dizer que escolhas que pressupõem renúncias são covardes. Escolhas dignas mesmo seriam aquelas eternas, sem volta. Esse negócio de querer pesar feito cruz nas tuas costas que te retalha em postas… isso é muito romântico, mas só na prosa e fantasia de Ruy Guerra e Chico Buarque. Na vida real - menos, gente. To falando de vida, que até que me provem o contrário, é uma só. Se não deu certo, pega as suas coisinhas e volta lá pro fim da fila.