Uma vidente em minha vida

>>  sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aceitemos que é impossível ficar indiferente diante de alguém que pode nos dizer o que o futuro nos reserva. Mesmo os mais céticos. Pelo sim, pelo não... Quem aí ainda nunca leu o horóscopo? Quem não quer descobrir se o namoro vai dar casamento, se aquele problema de saúde será resolvido ou se aquele projeto vai ser aprovado?

Só dar uma passada em uma banca de revistas para perceber a quantidade incrível de publicações sobre tarô, simpatias e temas afins. Sonhar é quase tão bom quanto viver. E, pelo menos até agora, não se paga imposto por isso. Acreditando ou não, o fato é que, assim como na CIA, Microsoft e Bovespa, uma vidente, como a Chloe Wherlocke, seria muito útil na minha vida.

E Astrologia? Não entendo nada do assunto, mas já aprendi que é mais fácil crer nas conjunções celestes, do que aceitar os fatos terrenos. Eu não tenho culpa de nada, culpado é o Cosmo. Pô, Cosmo! Essa planetaiada aí de cima, Vênus, Marte, Plutão, que quando se mexe, nos empurra ou puxa. No meu caso, anda puxando mais do que chiclete em asfalto quente.

Ainda não tive a oportunidade de estudar o meu mapa astral, principalmente pelo fato da obra possuir um preço que normalmente não vence o meu ceticismo. Por isso, leio horóscopos e aceito todas as informações com as quais concordo. As que eu discordo, eu jogo fora.

Mas, tem gente que diz que esse negócio é t-u-d-o-m-e-n-t-i-r-a. Imaginem vocês que, fui à cartomante uma única vez, acompanhando uma amiga. Ana me disse que a consulta era gratuita e que essa era uma das melhores.

Na primeira análise, a cartomante me disse que eu procurava um parceiro que não fosse superficial e compartilhasse minha percepção intensa da vida. Oi? Hein? Alguém aí escolheria um par burro e que discordasse de sua visão de mundo?

Ela disse, então, que apesar do meu temperamento aventureiro, eu ainda preferia a opção da segurança. Eu pensava: Fofa, só um sádico, tem o estranho desejo de se sentir inseguro.

Numa das últimas análises, ela concluiu que a injustiça poderia causar-me indignação. Desisti. As únicas personalidades que amam injustiça estão no Congresso ou nos quadrinhos e não vão a cartomantes.

Vamos combinar que ela não estava nos melhores dias. No final, ainda descobri que a consulta era gratuita sim, mas eu poderia contribuir de bom grado com um valor simbólico acima de R$ 50. Não vou aborrecer alguém que tem poderes paranormais, né? E se ela me joga uma praga? Contribui com a caixinha da vidente e fui embora.

No caminho comprei um jornal e li o horóscopo, que afirmava que a maré de sorte ia virar em meu favor. Recortei e colei na porta do guarda-roupa, para ajudar na minha mentalização diária. Você não acredita em mentalização? Eu acredito. Não entendo nada do assunto, mas acredito.


Postar um comentário

  © Viagem Literária - Blogger Template by EMPORIUM DIGITAL

TOPO