Ah, eu mato!

>>  sábado, 19 de fevereiro de 2011


Desde Jack, o Estripador, os serial killers ganharam os noticiários e foram retratados diversas vezes na literatura e no cinema . Apesar de todo horror e repulsa genuínos que despertam, não dá pra negar que eles exercem uma atração macabra. Não é a toa que a Nanda gostou tanto da obra do Faletti .

Espero que ninguém aqui desenvolva tendências psicopatas, mas, convenhamos, tem dias que esse lado parece querer aflorar. Todos temos nossos dias cinzentos, e é justamente nesse dia que o chefe pede uma missão impossível pra ontem, a bonina do caixa do supermercado acaba na sua vez de pagar a conta, o atendimento eletrônico do banco cai depois de 30 minutos de espera, tudo isso, com o propósito infernal de te aporrinhar, irritar, acabar com seu eventual bom humor.

A criminologia moderna aponta diferentes tipos de serial killers e seus métodos utilizados, mas aqui vamos tratar do outro lado: aqueles que seriam nosso alvo num dia de fúria. Vamos listar aqui alguns perfis que merecem atenção:

Apressadinho – Motorista que fecha cruzamento, pra mim, é pior que o cara que mata a mãe. Pobre do infeliz que cumpre as regras e pensa que sinal verde quer dizer que é sua hora de movimentar. O sinal fica verde, permitindo que os carros parados na esquina arranquem e sigam suas vidas. Sim, seria assim, se um ser sem-mãe não fechasse o cruzamento. O sujeito sabe que não vai dar pra ele passar, mas ele segue, e fica ali parado com aquela cara de tacho, como se estivesse esperando o lanche no drive-thru. Ah, tenha paciência!

Tipo Uhu! também conhecido como recreador de colônia de férias – Sei que você está
querendo me agradar, cara, você com este abraço apertado, esse tapa nas minhas costas, esse sorriso espalhafatoso, mas, aqui pra nós ô feliz, ninguém tá nesse pique o tempo todo.

Fura fila – E lá vamos nós, aguardar a nossa vez de sermos atendidos. Quando chega a sua vez, a balconista pergunta: próximo? E o sujeito espertinho que chegou depois de você diz: eu! Assim, na cara-de-pau. Você dá aquela olhada com comprimento de onda superior ao infravermelho e o sem-mãe finge que não é com ele.

O palpiteiro – Aquela pessoa que acha que tem o direito de opinar sobre qualquer coisa, sobre a sua vida ou de qualquer outra pessoa. “Não gosto do seu cabelo assim...” Querida, por acaso eu abri consulta pública pra saber qual o melhor corte de cabelo pra mim?

Édipo – Já tive de ligar o radar anti-chato muitas vezes na vida e no trabalho. Sabe aquele colega de trabalho que, para te pedir um relatório resolve contar, tintim por tintim, tudo o que fez desde a hora que levanta até se deitar, repetindo o quanto está cansado, como se ele fosse a única criatura atarefada, sacrificada, assoberbada e cansada da face da terra? A vida dele é a tragédia grega de Édipo. Coisa mais chata!

O inconveniente – O óbvio é aquela coisa que a gente acha que, por ser tão óbvio, todo mundo já sabe. É óbvio, por exemplo, que não é adequado interromper a conversa das pessoas. Óbvio, não? Não! O inconveniente interrompe e resolve falar por você. Ou seja, além de sem-mãe o infeliz jura que é a encarnação da tecla SAP. Já perceberam que toda figura inconveniente se acha o máximo?

“Você está nervosa?” – A pessoa percebe em você certa excitação psíquica, que leva a uma emotividade exagerada, irritabilidade, excitação, enervamento e ansiedade. Se não bastasse o quadro já pintado, o sujeito pergunta: “noooosa, você está nervosa?” Ah, minha Nossasenhoradocéu. Dizem que há vários tipos de TPM. Tipo A, irritabilidade, tipo D, dor de cabeça, tipo H, vontade de comer doces, tipo J, choro fácil… O meu tipo é ABCDEFGHIJK. Uma vez larguei o carro no meio da rua Bahia, no engarrafamento, e entreguei a chave pro meu marido, então namorado, que esperava na portaria do prédio.

Como toda lista, esta não segue nenhum rigor científico, tampouco é definitiva. Aposto que vocês têm alvos ainda melhores, ou piores, né?

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