Entrevista - Bruna Longobucco

>>  quarta-feira, 23 de junho de 2010

“O desafio supera o conforto. Mexe com a gente. Renova os valores”. A opinião, da escritora Bruna Longobucco, diz muito sobre essa belo-horizontina, filha de imigrantes italianos, autora de romances históricos e que decidiu percorrer também a abordagem da fantasia, com a obra Centúrias.

Graduada em Comunicação Social e Direito, pós-graduanda em Revisão de Textos e autora de poesias, contos, crônicas, romances e músicas, Bruna tem um novo romance sobrenatural em fase de conclusão e o segundo “Centúrias” em andamento. Mas sua próxima publicação será um romance contemporâneo, que concluiu em 2009. Nesta entrevista exclusiva ao Viagem Literária, ela  afirma que “um autor precisa falar do que conhece”, e explica que mesmo na fantasia, trabalha com sentimentos, além de algumas descrições e fatos verdadeiros.

Os seus livros anteriores eram romances com abordagem de temas não ligados ao sobrenatural. Por que decidiu por uma nova abordagem? O retorno dos leitores foi diferente para ambos os estilos? Em sua opinião é possível cativar o mesmo leitor com estilos diferentes, ou você escreve para diferentes públicos?
Bruna Longobucco - Como eu disse outras vezes, nunca pensei em escrever um livro de bruxas. Não foi planejado, mas “Centúrias” chegou e a energia do livro me conquistou. Tanto que estou escrevendo o segundo. O retorno dos leitores foi diferente. Até porque, algumas pessoas ainda não se arriscaram a ler “Centúrias”. Desenham uma enorme interrogação para meu romance sobrenatural. Outros, que leram todos os meus livros, gostaram muito e pediram uma continuação. Sim. Acredito que um leitor pode gostar de diferentes estilos. Eu, por exemplo, gosto de vários gêneros. Agora, é verdade que a gente acaba direcionando um trabalho para um público determinado. Sei que minha bruxinha pode conquistar mais adolescentes do que adultos, e muitos dos meus romances não publicados agradariam mais ao público feminino. 

O tema fantasia está em alta no momento. Você acha que isso foi um fator positivo ou negativo para o sucesso de Centúrias? Você vê de forma prejudicial a comparação com outros livros já escritos sobre o tema?
Bruna Longobucco - Sem dúvida, um fator positivo. Não, a comparação não é prejudicial. O importante é cada história ter sua originalidade, seu próprio universo. É muito bom quando alguém lê e comenta que “Centúrias” trouxe uma história de bruxas diferente.  

De onde surgiu a idéia e o nome Centúrias? Achei fantástica a construção da cidade, dos personagens e achei diferente do que eu já li sobre o tema das bruxas.
Bruna Longobucco - Comecei a escrever os livros e a Ordem Centuriana foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Com a construção da cidade foi assim: meus livros sempre se passam em cidades brasileiras e eu queria um lugar pequeno, misterioso, enfim, encantador. Algo relacionado às origens de Yuma e Íria. Beleza nosso Brasil tem de sobra, e como um autor possui a mágica liberdade de criar seu próprio cenário, nasceu Pitfal. 

Existe chance de uma continuação para o livro? A história termina bem amarrada, mas bruxos do mal estão sempre à espreita... rs
Bruna Longobucco - Sim. Sempre preocupada em não ultrapassar 200 páginas para baratear os custos de edição, cortei muitas passagens. Então, estou entrando no quinto capítulo do segundo livro. Os irmãos “Dargais” estão de volta e Itira está com a língua cada vez mais afiada... rs.  (Nota da Nanda: Ah que lindoooo, amei a notícia ^^)

Além de Centúrias e Sem Destino, vi que você tem outros livros publicados. Pode contar mais sobre algum deles?
Bruna Longobucco - Sim. Falo sobre eles com prazer. 
O Menino que Tecia Sonhos” é um conto de 55 páginas que gira em torno de uma lenda. Em Pedra Azul, lugarzinho no interior de Minas Gerais, Mauá, um contador de histórias nato e precoce, ganha a adoração dos moradores da Vila e a antipatia de um padre malvado. Não se sabe o que tal padre fez com o menino, pois ele desaparece, mas sua história ganha força e atravessa o tempo na região. É assim que conhecemos Clara, uma doce criança que perdeu a visão aos dois anos de idade. Como Mauá, ela sofre por atitudes de um adulto cruel, mas um encontro mágico e inesperado transforma sua vida. 

Além das Nuvens” é um livro de bolso que reúne minicontos, como: “A borboleta e a mariposa”; “A rosa e o lírio”; “A garça” etc. 

Luz do Sol” também é um conto. Nele, acompanhamos a história da órfã Cendi e o romance de Letícia (filha de um fazendeiro rico e autoritário) e Amin (um trabalhador rural mestiço). É mais uma história sobre a vida... Afinal, pode o amor superar um passado repleto de intrigas, dores e preconceitos? 

O Vale da Liberdade” é um romance histórico. Os personagens principais são Pedro e Celi, amigos de infância que o destino uniu na defesa de um ideal: a abolição. Inesperadamente, eles se veem enredados num casamento de aparências e isso muda tudo. “Numa época em que as diferenças percorriam caminhos sinuosos e palavras veladas traziam traições inesperadas, um Vale sofreu as marcas do destino: conheceu o amor, a dor e muitas estações desfilaram entre as folhas do altivo Ipê, antes que, enfim, os grilhões de um passado arcaico se rompessem e desvendassem toda a beleza do horizonte que circundava a região do Pilar...”

Um outro olhar” traz contos e crônicas como “A dama da tarde”, “O ladrão de sonhos”, “Rosas do Tempo” etc.

Sobre seus futuros projetos, pode contar alguma coisa do que vem por aí?
Bruna Longobucco - Tenho um romance sobrenatural em fase de conclusão e o segundo “Centúrias” em andamento. Mas minha próxima publicação será um romance contemporâneo que concluí em 2009. 

Sobre o seu estilo literário, qual sua formação e suas influências? Quais os autores que a influenciaram, que a ajudaram a gostar de ler?  
Bruna Longobucco - Sou graduada em Direito, Comunicação Social e pós-graduada em Revisão de Texto. Posso dizer que sofro grande influência “romântica”, já que escrevi mais romances do que qualquer outro gênero. Não vou citar um só autor, porque são muitos. E todo dia que me emociono com um livro, o número de favoritos aumenta. 

Você escreveria um livro sobre um tema que não gostasse ou que fosse muito polêmico para você? O que é melhor o conforto ou o desafio?
Bruna Longobucco - O desafio supera o conforto. Mexe com a gente. Renova os valores. Ao mesmo tempo, acho que um autor precisa falar do que conhece. Não por uma questão de comodismo, mas para retratar experiências reais. Mesmo na fantasia, eu trabalho com sentimentos, algumas descrições e fatos verdadeiros. Algo com que os leitores se identifiquem. Em minha opinião, falar do que conhecemos e encarar alguns desafios como a abordagem de situações polêmicas traz uma mistura ideal. 

Uma rapidinha:
- Um livro? 
Orgulho e Preconceito
- Um(a) autor(a)? 
Jane Austen
- Um filme? 
E O Vento Levou
- Um personagem de fantasia? 
Aylá
- Uma pessoa? 
Minha mãe
- Uma frase? 
"É necessário ter o caos aqui dentro para gerar uma estrela." Friedrich Nietzsche
- Se Centúrias tivesse um tema musical, qual seria? 
Vou citar a sugestão da Bia Carvalho: “Energize-me”, de After Forever. 

Gostaria de agradecer pela entrevista e parabenizar pelo belo trabalho. É muito bom descobrir uma ótima autora e além de tudo mineira.  Quer deixar alguma mensagem aos leitores do blog? Seus contatos e onde comprar seus livros? 
Bruna Longobucco - Alguns livros estão com edição esgotada, outros podem ser adquiridos comigo. “Centúrias” é o único que está nas livrarias (Submarino, Novo Século, Saraiva). Meu email: bruna@brunalongobucco.com 

Espero que vocês tenham gostado da entrevista, agradeço mais uma vez a Bruna que foi a autora escolhida do mês de junho no blog. 

Aproveitando para lembrá-los que ainda há tempo de participar do sorteio do livro Centúrias. Participe, divulgue, adicione o livro no SKOOB. Ajude a divulgar uma ótima autora nacional. A promoção termina no dia 03 de julho de 2010, clique no banner abaixo e sigas as instruções.

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