A sala de âmbar

>>  quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

BERRY, Steve. A sala de âmbar. Rio de Janeiro: Record, 2006. 478 p.

"Subitamente, como acontece com as coisas raras, ela desapareceu."

“Enquanto Frederico I mexia os peões de âmbar sobre o tabuleiro de xadrez, interrompendo-se em longos goles de cerveja, decidiu convocar Andreas Schulter, arquiteto da corte. Em 1701, o imperador da Prússia tinha em mente um projeto grandioso, síntese de sua paixão pela valiosa resina: um cômodo forrado, do chão ao teto, com painéis de Âmbar, um dos maiores tesouros perdidos da história. Em 1717, Frederico I presenteou Pedro, o Grande, com a obra-prima. Os painéis foram então instalados em um palácio real próximo a São Petersburgo. Ao longo de duzentos anos, o tesouro manteve-se preservado, ficando incólume à grande revolução que abalou o solo russo. Entretanto, durante a Segunda Guerra Mundial, a sala acabou pilhada pelos alemães, que a levaram para o castelo de Konigsberg. E a queda de Hitler, em 1945, significou o desaparecimento definitivo do lendário tesouro.”

Foto da sala de âmbar recontruída em 2003
Desde esta época o inestimável tesouro nunca mais foi encontrado e várias lendas surgiram sobre a misteriosa sala de âmbar. É neste cenário em que é construído o livro A sala de âmbar de Steve Berry.

Rachel Cutler é uma juíza decidida e de caráter forte, tem dois filhos e se separou a três anos do advogado Paul Cutler, apesar do divórcio os dois continuaram amigos e parecem ainda se amar. Quando seu pai Karol Borya, um sobrevivente do holocausto, morre em circunstâncias misteriosas e deixa pistas sobre um grande segredo perdido, sua vida muda rapidamente.

Rachel abandona tudo e parte imediatamente para a Alemanha a procura de um antigo amigo de seu pai, que como ele, poderá conhecer o segredo dos painéis perdidos. A juíza acredita que seu pai gostaria que ela fizesse esta busca por ele, mais nem imagina no que está se metendo. Paul percebe a loucura que a ex-mulher está fazendo, parte em seu encalço e tenta encontrá-la antes que uma tragédia aconteça.

O que os dois ainda não sabem, é que estão sendo seguidos de perto por dois perigosos caçadores de tesouro. Christian Knoll e Suzanne Danzer são adquirentes, pessoas contratadas por milionários colecionadores de raridades perdidas. Ambos estão dispostos a matar em nome de um tesouro, pela Sala de Âmbar, estão dispostos a qualquer coisa.

Um tesouro perdido que para muitos não passa de uma lenda! Uma maldição que culmina com a morte de todos que tentaram encontrá-la ou uma conspiração para esconder a verdade? Assassinos perigosos, milionários excêntricos, um caçador de tesouros e um casal em busca da verdade, que talvez reencontrem o amor perdido... constroem esta trama.

Eu ainda não havia lido nenhum livro do autor, que escreve uma trama muito bem ambientada, recheada de informações históricas e culturais. O estilo é bem parecido com Dan Brown, muito suspense, aventura e muita informação histórica. Ficamos o livro todo tentando descobrir se a sala de âmbar realmente ainda está perdida ou se não passa de uma lenda. Várias pistas conduzem para o desfecho da história, que teve muita ação e algumas surpresas.

O que não me convenceu durante a leitura foi a motivação da protagonista. Não consegui me convencer que uma juíza, com dois filhos e um trabalho importante, que nunca saiu dos EUA, largaria tudo e partiria para Alemanha em busca de um tesouro sem nenhuma pista concreta, a não ser um antigo amigo de seu pai que ela nem sabia se estava vivo. E em algumas partes tudo fica fácil demais, simples demais, fazendo com o que o final do livro ficasse meio sem graça.

Apesar desta pequena ressalva, eu gostei do livro. O que mais me atraiu foi a parte histórica, a descrição dos campos de concentração na 2ª Guerra Mundial e o aprendizado sobre as obras de arte. E com tanta ação e suspense é um daqueles livros que você devora para resolver o mistério.

Site oficial do autor: http://www.steveberry.org/
História do Palácio de Catarina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Palácio_de_Catarina

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