A mulher do viajante no tempo
>> domingo, 21 de fevereiro de 2010
NIFFENEGGER, Audrey. A mulher do viajante no tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. 495p.
"Está escuro, agora, estou muito cansado. Amo você, sempre. O tempo não é nada.”
Uma história de amor épica, doce e ao mesmo tempo avassaladora. Um amor que sobrevive a distância, a separação e até a morte. Prepare-se para se encantar, para torcer, rir e chorar (bastante) com A mulher do viajante no tempo de Audrey Niffenegger.
Clare Abshire aos vinte anos é uma mulher linda, uma artista que vive em Chicago e espera, impacientemente que sua vida comece, que seu amor chegue. Ela viveu uma vida muito diferente de todas as outras garotas, pois aos seis anos de idade conheceu seu futuro marido, ele na época com 36 anos. Com o passar dos anos ela recebeu inúmeras visitas de Henry que nortearam sua vida e sua juventude. Agora ela espera por ele, finalmente no presente.
Henry DeTamble sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, sem aviso e sem saber para onde vai ele viaja no tempo. Em qualquer lugar do passado ou do futuro ele aparece, nú como veio ao mundo, sem poder alterar nada, apenas tentando sobreviver até voltar ao presente. Ele vivencia momentos tristes e felizes, encontra pessoas que já se foram e que ainda virão, se machuca... sofre, volta. Em uma destas viagens ao passado Henry visita sua esposa Clare, ela na época com seis anos e é ai que esta história de amor começa.
Clare sabia que iria finalmente conhecer Henry em Chicago, no presente onde poderiam finalmente ficar juntos. E então, em uma visita a Biblioteca da cidade, está Henry, o bibliotecário, com 28 anos. Ela é uma desconhecida para ele, é a primeira vez que ele a encontra no presente, e ela que vem esperando por este encontro há tanto tempo deverá explicar tudo, que já sabe tudo sobre ele, que eles já se conhecem, que ela, agora é o seu presente e também o seu futuro.
Os dois se apaixonam, se casam e começam uma vida juntos. Como todos os casais sonham com o futuro, em construir uma família, mas principalmente em ficar juntos, agora, para sempre. A vida dos dois, porém nunca será a de uma família normal, já que Henry vive desaparecendo, sem saber para onde vai, quanto tempo irá ficar longe ou se voltará em segurança. Clare passa a vida a esperar, por Henry, esperar que para onde quer que ele tenha ido ele volte, vivo, volte para ela mais uma vez.
“Por que o amor é fortalecido pela ausência?”
Este livro fala da distância e da saudade, principalmente de quem fica. Um amor incondicional que nos mostra não um final feliz... mas uma vida feliz. A constante espera de Clare, por Henry, é triste e encantadora. Ele encontra nela uma tábua de salvação, seu porto seguro, sua luz e seu motivo de viver, de lutar, de fugir de situações inusitadas, constrangedoras e que ele não consegue evitar.
Eu estava com um pouco de medo de ler este livro agora, na minha vida pessoal (longa história) achei que não era um bom momento para uma grande história de amor. Mas esta é uma história que te faz acreditar, sonhar e lutar, que te da força quando você pensa em desistir. O amor deles é tão forte, tão arrebatador que é até difícil de explicar e de entender. Sim, chorei muito, não tem como não se emocionar com este livro, mostra a força do amor e mais ainda da superação. Nos ensina a dar valor aos pequenos momentos da vida, ame todos os momentos em que estão juntos, ame também todos os momentos que estiverem separados, com a certeza, que ele irá voltar, sempre, por você.
"É duro sobrar. Espero Henry, sem saber dele, me perguntando se está bem. É duro ser quem fica..."
"Há muito tempo, os homens iam para o mar e as mulheres ficavam na praia a esperá-los, procurando o barquinho no horizonte. Agora espero Henry. Ele some sem querer, sem avisar. Espero-o. Tenho a sensação de que cada minuto de espera é um ano, uma eternidade. Cada minuto é lento e transparente como vidro. Através de cada minuto, vejo uma fila de infinitos minutos, à espera. Por que ele foi aonde não posso ir atrás?"
O livro teve sua adaptação cinematográfica lançada em agosto de 2009 nos EUA, com Eric Bana e Rachel McAdams. Eu não vi o filme, mas ouvi falar que para quem leu o livro se decepcionou com o filme. Quem viu deixe aqui sua opinião, para quem não viu segue o trailer no Youtube.