Sherlock Holmes: O Sinal dos Quatro – Arthur Conan Doyle
>> sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
DOYLE, Arthur Conan. O Sinal dos Quatro. In: DOYLE, Arthur Conan. Sherlock Holmes
Volume 1. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins Brasil, 2016. p. 137-248.
Ler os livros de Sherlock Holmes foi algo que eu decidi fazer ano
passado após minha experiência com o livro Arthur e George (cuja resenha vocês
conferem AQUI). Como fã e entusiasta da literatura policial e ávida consumidora
de clássicos, creio que faltava encarar aquele que talvez é o detetive mais
conhecido no mundo, quem abriu as portas para um gênero e foi uma sensação desde
o início. Comecei fielmente seguindo a ordem de lançamento e sua estreia em Um
Estudo em Vermelho (que a Evelyn resenhou AQUI), e é minha vez de dar prosseguimento
às resenhas e falar um pouco da minha experiência descobrindo as peculiaridades
do notório Sherlock Holmes.
Escolho fazer essa jornada em
audiolivro, que possui uma edição maravilhosamente produzida pela Audible em
inglês narrada por Stephen Fry, mas coloco como referência aqui a linda coleção
lançada pela HarperCollins Brasil. Nela, todos os 9 livros do detetive são
organizados em 4 volumes com muito capricho e que é uma verdadeira tentação. Eu
pretendo futuramente adquirir as obras, pois toda biblioteca merece clássicos
queridos e livros bonitos!
Falo aqui da edição da Audible
(que vocês conferem AQUI) pois o livro se inicia com um capítulo de
apresentação escrito e narrado por Stephen Fry. Essa apresentação me ajudou
bastante a preparar para o que estava por vir e ter um pouco mais de noção da recepção
do livro e o que ele representou. A série Sherlock Holmes foi uma que não
começou necessariamente popular, mas assim virou no decorrer do tempo com o
poder da boca a boca, especialmente a partir dos livros de contos. Assim, O
Sinal dos Quatro é lançado com uma certa obscuridade, sendo descoberto por
muitos como uma leitura posterior. A ordem cronológica que sigo não é a ordem
comum da fama dos livros, e eu entendo um pouco das razões. Aqui temos um
personagem ainda em formação e maturação, bem como todo seu contexto e
personagens de apoio.
O Sinal dos Quatro é
responsável por nos apresentar mais às manias e peculiaridades obscuras e
métodos não convencionais do detetive. Se em Um Estudo em Vermelho tivemos uma introdução
ao que viria, aqui o personagem começa a ser demarcado na pele com características
impossíveis de se reverter. Lançado em 1890, o livro já começa mostrando o
consumo de opióides e cocaína pelo detetive, argumentando com um revoltado
Watson de que ajudava na sua atenção e concentração. Uma dinâmica então está
traçada: um Watson convencional e Holmes peculiar e genial, um sempre balanceando
o outro, mas com Holmes sempre saindo na frente.
A história se passa em 1888, quando
Holmes é procurado por Mary Morstan para descobrir o paradeiro de seu pai. De
acordo com a moça, o pai foi à Índia com o exército e enviou um telegrama
quando retornou, solicitando que a filha o encontrasse no Hotel Langham em
Londres. Quando ela chegou no local, foi informada de que o pai saiu na noite
anterior e não retornou. Preocupada, ela procurou por ele sem sucesso, entrando
em contato inclusive com o seu único amigo do regimento, que disse desconhecer
do retorno do amigo para a Inglaterra. Para complicar a história, ela recebeu
seis pérolas pelo correio de uma fonte anônima com uma carta dizendo que ela
sofreu uma injustiça e pedindo um encontro. Todas essas circunstâncias
estranhas fazem Holmes se interessar pelo caso e nos leva a uma trama
complicada envolvendo tesouro, a Índia e algumas pessoas de caráter duvidoso.
Este foi um livro que me
decepcionou. O caso foi um pouco confuso por ser mirabolante demais, e a
personagem Mary é um tanto quanto irritante – um bom par para Watson que, até
então, me dá a impressão de um pateta maleável. O destaque fica por conta de
Sherlock Holmes, sua capacidade de raciocínio, seu vasto conhecimento por coisas
extremamente aleatórias e seu jeito tão inconvencional que até hoje, 2022,
seria considerado estranho e controverso. Acho que eu queria um livro mais
dinâmico e mais focado nas habilidades de Holmes, talvez só nisso. O caso tomou
muito do meu tempo e não é uma leitura fluida e agradável, que eu acho que só
suportei na esperança de ver a inteligência do primeiro detetive particular em
ação.
Agora eu entendo um pouco por
que os livros não foram um sucesso logo de cara, e por que os dois primeiros
livros foram uma descoberta posterior para os fãs do detetive. O personagem
aqui ainda está em formação e desenvolvimento, quase como um rascunho. Isso me
deixa empolgada pelo que está por vir. A minha impressão é a de que como um bom
vinho, Holmes ficará melhor com o passar do tempo.
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Série Sherlock Holmes
- Um Estudo em Vermelho (A Study in Scarlet), 1887
- O Sinal dos Quatro (The Sign of the Four), 1890
- As Aventuras de Sherlock Holmes (The Adventures of Sherlock Holmes), 1892
- Memórias de Sherlock Holmes (The Memoirs of Sherlock Holmes), 1894
- O cão dos Baskerville (The Hound of the Baskervilles), 1902
- A volta de Sherlock Holmes (The Return of Sherlock Holmes), 1905
- O vale do medo (The Valley of Fear), 1915
- Os últimos casos de Sherlock Holmes (His Last Bow), 1917
- Histórias de Sherlock Holmes (The Case-Book of Sherlock Holmes), 1927
Avaliação (1 a 5):