Viagem Literária: A irmã da lua

RILEY, Lucinda. A irmã da lua. São Paulo: Editora Arqueiro, 2018. 592p. (As sete irmãs, v.5). Título original: The moon sister.

"Fechei os olhos mais uma vez, sabendo que estava segura em seus braços. Quando acordei novamente, senti alguém me levantando do chão. Olhei ao redor, procurando por Pa, mas tudo o que vi acima de mim foi a expressão de pânico no rosto de Cal, que lutava para me levar a um lugar seguro." p.264

Continuo atrasada, mas outro livro da série As sete irmãs saiu da fila. A série alterna romance histórico e contemporâneo e conta a trajetória das irmãs, adotadas ainda bebês. Confiram o que achei do quinto volume com A irmã da lua da Lucinda Riley.

Pa Salt é um homem riquíssimo e muito misterioso. Ele adotou seis bebês ao redor do mundo, e criou suas filhas na isolada ilha da família, na Suíça. Elas não sabem nada sobre suas origens, e quase nada sobre a vida ou os negócios de Pa Salt. Só sabem que ele foi sempre um ótimo pai, criou todas com muito amor e lhes deu tudo. Ele viajava muito a trabalho, sua vida e seu passado era um mistério. Depois que ele faleceu de repente, cada filha segue o seu caminho.

Esta resenha não contém spoilers sobre os livros anteriores!

Escócia, 2007

Tiggy D'Aplièse, 26, é a mais sensitiva das irmãs, desde criança ela sempre teve um lado espiritual muito forte, com um sexto sentido apurado sobre o futuro. E por isso, ela sofreu ainda mais com a morte do pai. Tiggy não sentiu nada, não percebeu o que estava por vir e não sentia Pa Salt no mundo espiritual. Isso fez com que ela questionasse se o pai realmente estava morto. Sofrendo, ela resolve abraçar seu grande sonho e vai cuidar de animais selvagens nas Terras Altas escocesas.

Ela se muda para a propriedade Kinnaird para levar quatro gatos selvagens para a readaptação no novo lar. Lá chegando, logo fica próxima de todos. De Cal, o faz tudo do local com quem Tiggy vai dividir uma cabana, e logo parece um irmão mais velho para ela. Da família dona da propriedade, Charlie, um médico que herda uma propriedade falida e faz de tudo para cuidar dela. E sua filha, Zara, com 16 anos e muita revolta adolescente dentro dela. Sua atração por Charlie é constrangedora, já que o homem é casado e a esposa parece odiá-la.

Lá também é onde fica conhecendo Chilly, um cigano idoso que vive na propriedade e muda totalmente o seu destino. Ele esperava por ela, e imediatamente reconhece suas origens. É ele que começa a contar sua história e envia Tiggy para a cidade onde ela nasceu, na Espanha.

Granada, Espanha, 1912

Maria Albaycín se casou muito nova, com alguém que ia contra as vontades do pai. Anos mais tarde, vivia uma vida dura ao lado do marido, José. Ele gastava o pouco dinheiro que ganhava tocando violino com mulheres e bebidas. Maria lutava para alimentar e cuidar dos quatro filhos. Membro da maior comunidade cigana de Sacromonte eles vivem nas grutas da cidade e cuidam um dos outros. A filha mais nova de Maria, Lúcia, não herda o dom premonitório da família, mas nasce com o talento da dança. Desde nova ela dança flamenco como ninguém, e vai acabar se tornando a grande dançarina de sua geração.

É no sofrimento da Maria e nos sonhos de Lúcia, que estão as origens de Tiggy. Ela viaja então para descobrir seu passado, e quem sabe, decidir que caminho seguir no futuro.

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Lucinda Riley trouxe eu estilo próprio para os romances, algo que ficou marcado em todos os seus livros. E sabendo que a autora faleceu este ano, é lindo e triste ao mesmo tempo olhar para este legado. Perdemos uma autora fenomenal!

Falando agora sobre As sete irmãs, eu adoro a série como um todo. Dito isso, esse não foi um dos meus livros favoritos, embora eu tenha adorado a premissa! Adorei Tiggy, uma moça sensível, prestativa, vegana e que ama os animais. Amei a história do passado, que enriqueceu muito a história dos ciganos, sua cultura e tradição. Mas achei que foi um livro morno, muito "novela das seis" para o meu gosto. Faltou um ápice, faltou drama, ainda mais para um livro tão grande. Não teve surpresas, tudo o que aconteceu já era esperado.

Como sempre, eu gosto mais da história do passado. Gostei muito de todos os personagens, mas Maria foi minha favorita. Uma mulher guerreira, que superou todas as dificuldades e seguiu em frente, sempre colocando a família em primeiro lugar. José era odioso, um péssimo pai e marido ainda pior. Gostei dos irmãos, fiquei bem triste com algumas perdas. Adorei também a família ainda viva que Tiggy chega a conhecer, Pepe e Angelina.

No presente, eu gostei muito do núcleo da Escócia. Cal, Zara, Charlie e Beryl. Principalmente Cal, um fofo que praticamente adotou Tiggy como irmã. Gostei de Chilly também e todos seus conselhos premonitórios. Como sempre o romance fica em segundo plano, já não crio grandes expectativas neste sentido. E no final tudo se resolveu bem rápido entre o casal.

No presente temos também Zed, uma incógnita insuportável. Já sabemos que ele não é "do bem", desde sua primeira aparição lá no livro da Maia, mas isso vai ficando claro a cada livro. Ele também perdeu o pai, ao mesmo tempo que Pa Salt "morreu", então os mistérios seguem sem solução. Só sei que não suporto o sujeito e pelo jeito, ele aparece mais vezes no futuro.

Falando em futuro, o próximo livro contará a história de Electra e espero estar errada, porque não simpatizei com ela nas poucas vezes que apareceu nos livros anteriores. Até agora ela é a irmã famosa, atriz de Hollywood, que se acha a última bolacha no pacote. E na prévia que tem no final desse volume, já fica claro que ela tem problemas com bebidas e drogas, e eu morro de preguiça disso kkk, vamos ver como vai ser.

Bom, eu curto a série como um todo e sigo empolgada! Quem leu me conte se curtiu, leiam!!

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Série As sete irmãs da Lucinda Riley: