Uma loucura e nada mais - Mary Balogh
>> segunda-feira, 15 de julho de 2019
BALOGH,
Mary. Uma loucura e nada mais. São Paulo: Editora Arqueiro, 2018. 272p. (Clube dos sobreviventes,
v.3). Título original: The
escape.
“- Todos recebemos uma mão de cartas – disse. – Algumas são
descartadas ao longo do caminho, e pegamos novas, às vezes não as que
esperávamos. Mas isso não importa. O que importa é como jogamos.
- Mesmo que seja uma mão perdedora? – perguntou ela.
- Talvez não precise ser. Pois a vida não é realmente um
jogo de cartas, é?” p. 211
Quem me
acompanha sabe que eu amo romances de época. Amo as roupas, a ambientação, as
regras de decoro rs, e os casais. Mas a maioria desses romances seguem uma “fórmula”
bem parecida. A moça em dificuldade por algum motivo, que encontra o mocinho
perfeito: lindo, rico, apaixonado e boa pessoa. E aí eles encontram seu “felizes
para sempre”. Nada contra esse modelo, são fofos e divertidos, mas na vida real,
essa perfeição toda é meio impossível de encontrar, certo? Rs. Mary Balogh nos
proporciona romances mais maduros. Personagens mais vividos, que passaram por
alguma ou muita dificuldade na vida, e que vivem diariamente as consequências disso. Depois de Uma
proposta e nada mais e Um
acordo e nada mais que eu amei, confiram o que achei do terceiro volume do Clube dos sobreviventes com Uma loucura e nada mais da Mary Balogh.
Sir Benedict Harper também era um membro do Clube dos sobreviventes. O cuidado de George, Duque de Stanbrook, salvou a
vida de todos eles, e permitiu que eles superassem os traumas da guerra. Mas Ben
ainda sofre diariamente, física e psicologicamente. Ele ficou por muito tempo
entre a vida e a morte, por pura teimosia impediu que os médicos amputassem
suas duas pernas. Provou que eles estavam errados e melhorou, voltou a andar,
mesmo que apenas com a ajuda de duas muletas adaptadas. Mas ele sofre com dores
diárias e permanentes, a locomoção para ele é um grande esforço.
Além
disso, ele não sabe o que fazer com o resto de sua vida. Obviamente, com tais
ferimentos, ele nunca mais poderá ser um soldado. E embora tenha herdado o
título e as terras da família depois que seu irmão mais velho faleceu, ele não
consegue voltar para lá. Teme o confronto com Calvin, seu irmão mais novo que vive no local com a família e
administra tudo. E assim ele segue vivendo, com seus rendimentos, mas sem um
lar, e sem um objetivo.
Samantha McKay é uma viúva, oprimida pela família do marido e suas regras pré-históricas.
Depois que o marido foi ferido em batalha, ela cuidou dele por cinco longos anos, até que ele veio a falecer. A cunhada então, foi morar com ela, e por quatro meses ela
suportou o luto completo e a prisão domiciliar. Sua única alegria na vida é seu
cachorro grande e inadequado, Tramp.
Eles se
conhecem por acaso, quando Ben estava visitando sua irmã. Ela o odeia à
primeira vista, ele a considera uma bruxa. Mas logo os dois iniciam uma espécie
de amizade. Quando Samantha está prestes a perder sua casa e ser obrigada a ir
morar com os sogros, ela se revolta e foge. O destino é o País de Gales, onde
ela herdou um casebre de sua falecida tia avó, um lugar que nunca conheceu e quem
nem sabe se ainda existe ou se está habitável.
Ben como
o cavalheiro que é, insiste em acompanha-la na viagem. Os dois se desejam, mas Ben
teme não ser suficiente para a linda inglesa com sangue cigano. O que um homem
como ele poderia lhe oferecer? Samantha quer ser livre, e teme entregar mais
uma vez seu coração ao homem errado.
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Estou
amando essa série! Todos os livros são tão fortes, tão tocantes. É lindo ver a
história do casal, que passou por tanto sofrimento, se apaixonando. Amei ver Ben
descobrindo que poderia ter uma vida completa, uma carreira, uma esposa. Que
suas dificuldades não faziam dele menos homem, ou menos desejável.
Não
me apaixonei pelo casal como nos livros anteriores. Ben não tem aquela pegada
sexual dos outros protagonistas e não me atraiu nesse sentido. Já Samantha é
uma mulher exótica, linda, e muito interessante. No início senti muita pena da
situação dos dois, mas não senti aquela química entre eles. Só isso que faltou
para eu amar.
Quando
os dois se envolvem romanticamente, tudo muda. Tem uma cena dos dois nadando na
praia, que aquece o coração. E tem o casamento mais fofo do mundo! Eu adoro
quando os autores detalham a cerimônia e os convidados, sem pular tudo e
colocar um epílogo de anos depois. Adorei ver os amigos juntos, os dois
felizes, me emocionei muito no final.
Os
outros personagens são ótimos. Os amigos todos do clube, que mesmo longe marcam
presença em algumas cartas. Uma pena eles aparecerem pouco, mas como o livro se
passa quase todo em outro país, não tinha como mesmo. Os parentes, o cachorro,
sempre amo o cachorro hehe.
As
capas nacionais continuam me decepcionando, você lê sobre uma morena voluptuosa dessa
gente, e eles me veem com essa aí sem graça aiai. Mas pelo visto a coleção segue
até o final nessa linha. E uma pena não ter os homens na capa, já que são eles
os membros do clube e os protagonistas “iniciais”. Então me contento em postar a versão melhorada aqui para vocês conhecerem hehe.
Até
agora os livros aconteceram quase que paralelamente, em menos de um ano se
passam os três livros. O próximo vai contar a história do Flavian, e eu já
estou ansiosa esperando.
Indico
a leitura da série, na ordem de lançamento! Faz diferença porque as histórias
se misturam, mesmo cada livro sendo de um casal. Romance imperdível, leiam!!
Série Clube dos sobreviventes da Mary Balogh:
- Uma proposta e nada mais (The proposal)
- Hugo e Gwen
- Um acordo e nada mais (The arrangement) - Vincent e Sophia
- Uma loucura e nada mais (The escape) - Benedict e Samantha
- Uma paixão e nada mais (Only enchanting) - Flavian e Agnes
- Uma promessa e nada mais (Only a promisse) (os demais ainda não lançados no brasil)
- Only a kiss
- Only beloved.
Avaliação (1 a 5): 4.5